segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tecnisa estuda emissão de até R$ 150 mi em debêntures ou CRI

Diretor financeiro da empresa disse que operação pode ocorrer no segundo semestre e não descartou realizar emissões no exterior

EXAME

 

São Paulo - A Tecnisa SA tem planos de realizar uma captação para reduzir o custo do endividamento atual. A ideia é levantar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões com debêntures ou Certificados de Recebíveis Imobiliários, disse o diretor financeiro da empresa, Thomas Brull.

 

A oitava maior empresa do setor imobiliário do Brasil em valor de mercado pode fazer a captação no segundo semestre, disse Brull em entrevista hoje na sede da Bloomberg em São Paulo. A operação também serviria para fortalecer o caixa e ampliar o leque de investidores com os quais a Tecnisa se relaciona. Segundo ele, a Tecnisa também pode avaliar emissões no exterior “dependendo das condições”.

 

“A Tecnisa vive um bom momento. E deve aproveitar isso para buscar investidores e reduzir custos”, disse Brull. O custo médio da dívida da Tecnisa hoje equivale ao Certificado de Depósito Interfinanceiro mais 3 por cento, disse o executivo. O CDI está em 11,9 por cento hoje.

 

No fim do primeiro trimestre, a Tecnisa tinha R$ 582 milhões em caixa e aplicações financeiras, 59 por cento mais que no mesmo período de 2010, segundo o balanço trimestral da empresa. O endividamento total atingiu R$ 1,3 bilhão em 31 de março, contra R$ 958,4 milhões um ano antes. Este ano, vencem R$ 230 milhões dessa dívida. Em 2012 são mais R$ 206 milhões e, em 2013, outros R$ 192 milhões, disse Brull.

 

“A gente pode reduzir bem o custo da dívida. Vamos receber um novo rating que pode ajudar”, disse Brull. A agência Standard & Poor’s já está trabalhando na empresa, segundo o executivo, ainda sem previsão de quando definirá e divulgará a nova nota de crédito da Tecnisa.

 

Inflação

 

Brull disse que não há uma bolha no mercado imobiliário, e sim uma forte demanda “sustentada”, com preços em alta por conta do desequilíbrio entre demanda e oferta. Esse cenário, segundo ele, cria pressão inflacionária e mantém os preços de imóveis subindo mais do que a inflação.

 

“Não há bolha. O que existe é uma compra sustentada de uma nova classe média. O que existe é um déficit”, disse Brull. Segundo ele, a procura cresce mais rapidamente que a oferta, em consequência do cenário econômico positivo no País. “A demanda vai ser sustentada por renda, segurança do emprego e disponibilidade de financiamento nos próximos anos.”

 

A Tecnisa, com sede em São Paulo e presente em sete estados e 19 cidades, vai investir R$ 5 bilhões em lançamentos até o fim do ano que vem, disse Brull.

 

O Índice Nacional da Construção Civil, o INCC, subiu 7,01 por cento nos últimos 12 meses até abril, segundo a Fundação Getúlio Vargas.

 

Desde novembro de 2010, esse índice supera os 7 por cento. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, tem oscilado entre 5,2 por cento e 6,51 por cento. O IPCA é o índice utilizado como base para o sistema de metas de inflação do Banco Central.

 

Copa e Olimpíadas

 

Brull disse que a pressão sobre os preços da construção civil tende a se agravar nos próximos anos por causa da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

 

“A gente não está no Rio de Janeiro e não vai entrar lá por causa das dificuldades que já existem com terrenos e mão de obra”, disse o executivo. “Quando as obras começarem a ser entregues, quando a mão de obra começar a ser liberada, lá por 2013, aí seria um bom momento para entrarmos lá.”

 

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