quarta-feira, 25 de maio de 2011

Brazilian e Cibrasec negociam fusão

Carolina Mandl | De São Paulo

25/05/2011Text Resize

 

As companhias securitizadoras Brazilian Securities e Cibrasec deram ontem o primeiro passo para a fusão de ambas as companhias, conforme antecipado pelo Valor em dezembro do ano passado. As empresas anunciaram que seus conselhos de administração vão levar aos acionistas uma proposta de associação. Os termos do negócio não foram anunciados.

 

A transação envolve nada menos do que cerca de 30 acionistas, sendo 26 deles da Cibrasec, controlada pelos maiores bancos do país (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa), além do International Finance Corporation (IFC), ligado ao Banco Mundial. Do lado da Brazilian Securities estão o megainvestidor americano do setor imobiliário Sam Zell e o grupo financeiro Ourinvest.

 

Essa operação surge em um momento em que bancos e incorporadoras começam a vender os recebíveis imobiliários para investidores para transformá-los em recursos para a construção de apartamentos ou para o próprio financiamento habitacional.

 

A expectativa é que daqui a dois anos os recursos da caderneta de poupança não sejam mais suficientes para financiar o setor residencial. Por isso novas fontes de custeio teriam de ser desenvolvidas. No ano passado, foram emitidos R$ 7,3 bilhões em CRIs, volume recorde. Hoje maior empresa do setor, a Brazilian deve ficar em uma posição minoritária na nova empresa, em torno de 49%, fatia que ainda passará pelo crivo dos acionistas de ambas as empresas. Porém, mesmo fora do controle, a Brazilian terá como sócios os grandes bancos do país, que devem passar a vender grandes volumes de suas bilionárias carteiras de crédito imobiliário a investidores.

 

Do lado da Cibrasec, a operação resolve um antigo problema societário. Os bancos são donos da companhia há mais de dez anos. Porém, nos últimos três anos ficaram praticamente impedidos de operar com a empresa, o que fez a receita da companhia despencar.

 

O impasse começou em 2007, quando o Santander anunciou a compra do holandês ABN Amro, que era dono no Brasil da marca Real. Juntos, ficaram com 13,63% das ações da Cibrasec. Depois, em setembro de 2008, o Banco do Brasil comprou o Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), somando uma fatia de 12,1%. Em novembro de 2008, foi a vez de Itaú e Unibanco anunciarem a fusão, o que resultou em uma participação conjunta de 17,57%.

Pelas regras do Banco Central, as instituições não podem operar com empresas nas quais possuam mais do que 10%.

Nenhum comentário:

Postar um comentário