quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bancos já preveem falta de recursos para imóveis

Valor Econômico - São Paulo/SP - HOME - 26/05/2011 - 01:06:20

 

Adriana Cotias | De São Paulo

 

 

Podem faltar recursos para o financiamento de imóveis já no ano que vem, preveem os bancos que atuam no setor. Com o recente ciclo de alta do juro, o dinheiro da poupança, principal fonte de financiamento do setor, encolhe desde o início do ano. Até o dia 19, a captação foi negativa em quase R$ 2 bilhões, em comparação aos R$ 4,2 bilhões positivos do mesmo período de 2010. Já os desembolsos somavam R$ 22,2 bilhões no primeiro quadrimestre, 54,7% maiores que no mesmo período do ano passado e acima dos 40% estimados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

 

A Caixa Econômica Federal, que detém 40,6% do financiamento à habitação, considerando-se apenas a fonte pou-pança, prevê uma situação crítica a par-tir do segundo trimestre de 2012. Santander e HSBC estão monitorando de perto o ritmo de captação, enquanto Bradesco e Itaú, com saldos mais robustos da aplicação, ainda trabalham com um cenário de disponibilidade até 2013.

 

O desafio será encontrar instrumentos adicionais de captação para atender a demanda. A Caixa se valeu da securitização e tem na oferta de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) um paliativo. "Só que a LCI não é uma alternativa sustentável no longo prazo, porque o custo de captação é mais elevado e o histórico é de curto prazo", diz Teotônio Rezende, consultor da vice-presidência de governo da Caixa.

 

Uma alternativa rápida que o governo poderia lançar mão é a liberação da parcela de 30% do recolhimento compulsório sobre as captações da poupança que os bancos têm de cumprir. Representantes do setor imobiliário, Ministério da Fazenda e Banco Central discutem a criação de um CDB imobiliário ("covered bonds") como opção.

 

 

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