quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Boca do luxo", Vila Olímpia terá mais um shopping

Local levará o nome do bairro, conhecido por reunir sofisticadas casas noturnas


Somente num raio de 7 km da marginal Pinheiros, percorridos em menos de 10 minutos de carro, a cidade tem agora 11 shoppings

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO

DA REPORTAGEM LOCAL

De um lado, a Daslu. Do outro, o shopping JK, que ainda está em construção. Pertinho dali, o Iguatemi. E na outra margem do rio Pinheiros, o novato Cidade Jardim.

Conhecida na última década por abrigar algumas das mais sofisticadas casas noturnas de São Paulo, a Vila Olímpia ganha hoje mais um shopping, que leva o nome do bairro.

A região ainda ganhou o apelido de "boca do luxo", por reunir algumas das mais famosas grifes internacionais.

Num raio de 7 km da marginal Pinheiros, percorridos em menos de 10 minutos de carro, a cidade tem agora 11 shoppings.

Apesar de ser voltado para as classes A e B, o novo empreendimento deve se diferenciar dos vizinhos. O shopping quer, em primeiro lugar, diz o superintendente, Rogério Miola, atrair clientes que trabalham nos escritórios das redondezas.

Com todos os alvarás e licenças liberados, segundo a prefeitura, o shopping Vila Olímpia será aberto hoje sem estudos de impacto de trânsito e com um andar inteiro de praça de alimentação, cinemas e um teatro de 600 lugares, além de 187 lojas em 28 mil m2.

"A tendência é os shoppings se fecharem cada vez mais no seu entorno. Com o trânsito, a região de influência deles é cada vez menor. O público do Iguatemi e do Eldorado é completamente diferente", diz Eliane Monetti, professora do núcleo de Real Estate da USP.

Para urbanistas, o fenômeno na marginal Pinheiros pode ser comparada ao que ocorreu há alguns anos na Barra da Tijuca, no Rio. Um boom imobiliário levou famílias de alto poder aquisitivo à região, atraindo dezenas de shoppings.

"Em ambos os casos, o que fica muito claro é a ausência de bom-senso e de planejamento. Qual o sentido de ter oferta de centros de compra um do lado do outro?", diz o arquiteto Álvaro Puntoni, professor da USP.

Para Ismael Rocha, professor de marketing de produtos de luxo da ESPM, o comércio prefere ter os concorrentes próximos. "O varejo tem como característica natural se agrupar. É mais fácil os consumidores encontrarem produtos quando eles estão agrupados."

Segundo a Abrasce (a associação do setor), com o novo Vila Olímpia São Paulo tem agora 50 shopping centers.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Aprovados os Cepacs para a Zona Portuária

Jornal do Commercio


24.11.2009

A lei que permite a venda dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) foi sancionada ontem pelo prefeito Eduardo Paes, no Palácio D. João VI, sede da futura Pinacoteca do Rio de Janeiro, na Praça Mauá. Com os Cepacs, empresas poderão construir na Zona Portuária e no seu entorno unidades acima dos parâmetros permitidos atualmente na cidade a partir de contrapartidas financeiras, que serão revertidas para obras de infraestrutura na região.

"O volume de investimentos que o Porto necessita é muito maior do que a prefeitura pode fazer. Nós estamos fazendo uma parte disso, como a reforma do Píer, das ruas Sacadura Cabral, Barão de Tefé e Venezuela", explicou Paes, apontando que os investimentos para a revitalização da região totalizam R$ 3 bilhões.

Os recursos serão pagos à Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), cuja lei de criação também foi sancionada ontem pelo prefeito. Segundo Paes, ainda não foi decidido quem será o administrador da companhia.

Aumenta interesse por financiamentos diversificados

Valor Econômico - SP - ÍNDICE GERAL - 24/11/2009 - 01:07:56
De São Paulo

As administradoras de shopping centers utilizam cada vez mais instrumentos de financiamento diversificados e específicos. Um dos mais procurados tem sido os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), títulos emitidos por empresas que dão como garantia contratos de negociações imobiliárias.

Na essência, trata-se de investimentos em renda fixa - em termos práticos, o investidor é remunerado com a receita dos negócios imobiliários, como aluguel e venda de imóveis.

Como as receitas dos estabelecimentos são estáveis, porém irregulares porque sazonais (as vendas nos shoppings sobem em datas específicas, como o Dia das Mães ou o Natal), os CRIs são um mecanismo conveniente para as administradoras. Eles permitem financiamento com prazos médios de dez anos e com fluxo de pagamentos que acompanha o fluxo de receita do shopping.

Paralelamente, os CRIs servem para ajudar no balanço das empresas que os emitem, porque melhoram seu perfil de endividamento. "O CRI não impacta no balanço da empresa como dívida, porque ela vende um recebível a prazo e a securitizadora antecipa o valor do CRI", explica Juliano Cornacchia, coordenador da área de mercado de capitais do escritório Pedraza, Maximiano, Kawasaki, Assolini Advogados Associados. O escritório se especializou nesse tipo de operação e do total de 23 operações de emissão de CRI já realizadas por administradoras de shopping centers realizou 21 delas.


Embora o valor mínimo para emissão de um certificado de recebível desse tipo seja elevado - normalmente por volta de R$ 300 mil - a procura tem sido acentuada.

Em 2008, foram realizadas operações de R$ 4,9 bilhões, ante R$ 1,5 bilhão em 2007. Nos primeiros dez meses deste ano, foram fechados negócios de R$ 5 bilhões. Somados desde o início das operações, em 1999, os recursos levantados via CRI atingem R$ 16 bilhões em 396 operações, das quais 23 realizadas por administradoras de shoppings. E a tendência é de crescimento para os próximos anos.

Os CRIs se somam a outro instrumento de captação apreciado - os Fundos de Investimento Imobiliário, recursos captados por meio do sistema de distribuição de valores mobiliários e destinados à aplicação em empreendimentos imobiliários. Formalmente, são condomínios fechados sem possibilidade de resgate de cotas, mas permitem que se participe societariamente por meio de uma sociedade de propósitos específicos que desenvolve o shopping.

"Como antes a aplicação só era possível diretamente no imóvel, a atratividade dos fundos imobiliários para os investidores era limitada. Agora, que se pode comprar participação diretamente na empresa, eles se tornaram muito interessantes", diz Cornacchia. Como os CRIs, os fundos imobiliários são isentos de taxação pelo Imposto de Renda para pessoa física, o que reduz seus custos de captação.

Também o fato de o lastro desses fundos demorar mais a ser impactado por crises econômicas é um diferencial, porque dificilmente uma empresa romperá o contrato de locação - ou o fará em última instância.

Do lado do aplicador, há outra facilidade - cotas de fundos imobiliários disponíveis por valores a partir de R$ 1 mil. Entre os empreendimentos que emitiram fundos imobiliários estão os shoppings Pátio Higienópolis (em São Paulo) e o Dom Pedro, em Campinas (SP). Desde o início das emissões de FII, em 1999, a CVM registrou R$ 4,6 bilhões em 271 operações, das quais praticamente a metade, ou R$ 1,9 bilhão, somente este ano. (N.G.)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009


Operação urbana restringe escritórios na Vila Olímpia

Folha de S. Paulo - SP - IMÓVEIS - 22/11/2009 - 03:23:20
DA REDAÇÃO


A mudança de perfil da Vila Olímpia não depende apenas dos incorporadores. Mecanismos da Operação Urbana Faria Lima, plano de melhorias urbanísticas definido pela prefeitura para um perímetro que inclui o bairro (veja mapa ao lado), cerceiam o surgimento de novos prédios de escritórios.

A operação definiu estoques de área adicional de construção para seus trechos. Esses estoques são adquiridos pelos incorporadores para edificar além do patamar básico estabelecido pelas diretrizes do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento, que restringem o potencial de aproveitamento dos lotes.

Sem esses metros quadrados extras, comprados por meio de títulos denominados Cepacs, leiloados pela prefeitura, o custo de um projeto imobiliário torna-se impraticável.

Custo inviável

"Os terrenos [na Vila Olímpia] são caros. Os Cepacs permitem um aproveitamento melhor do lote. Sem eles, o custo de um edifício comercial dobra", dimensiona Fabio Romano, diretor de incorporações da Yuny, que investe na região.

No setor da rua Olimpíadas, onde se concentram os empreendimentos comerciais no bairro, não há mais estoque disponível de metros quadrados para uso não residencial.

A Secretaria Municipal de Planejamento diz que não devem ser emitidos mais títulos para aquela área, e os que são negociados no paralelo têm seus preços inflacionados devido à escassez da oferta.

O mercado de escritórios da Vila Olímpia, contudo, ainda deverá ser alimentado por alguns anos com a conclusão de projetos já aprovados. "Muitos ainda não saíram do papel", diz Milena Morales, gerente de pesquisa de mercado da consultoria Cushman & Wakefield.

Estoque disponível

Para erguer residenciais, a disponibilidade de metros quadrados adicionais ainda é grande. No trecho da Olimpíadas, apenas 1,09% do estoque foi consumido, segundo dados da Emurb de 7 de outubro.

"Faltam apartamentos de até 80 m2 para pessoas de 35, 40 anos, casais jovens que trabalham na região", caracteriza Adalberto Bueno Netto. "Esses imóveis devem surgir em vias como [av. Doutor] Cardoso de Melo, Quatá, Casa do Ator e Alvorada", diz. E "devem se valorizar com a presença do shopping", avalia Morales. (EV)

Torre Fashion Mall

O Globo
23.11.2009

O Fashion Mall vai construir um prédio de escritórios, com cerca de 20 andares, nos moldes da Torre do Rio Sul. O edifício de escritórios será erguido num vão estrutural do shopping, em frente à Clube Chocolate. As obras duram três anos e as unidades já começam a ser oferecidas a potenciais compradores.

domingo, 22 de novembro de 2009

Como lucrar na onda da casa própria

O crédito imobiliário vai triplicar nos próximos anos, puxando os preços dos imóveis. Saiba como aproveitar esse cenário e investir no setor

Hugo Cilo e Juliana Schincariol




Os construtores: os irmãos Guilherme e João Thomé (à esq.), sócios da Construtora WGT

A família Mazini está ansiosa para a chegada de 2011. Será o ano em que eles receberão as chaves do apartamento novo no bairro do Morumbi, em São Paulo, comprado por R$ 485 mil. Os Mazini já tiveram casa própria, mas tropeços financeiros os levaram a perder o imóvel há três anos. Viraram essa página investindo em outro, na planta.

"Felizmente conseguiremos sair do aluguel", comemora Neuza, esposa do engenheiro José Carlos Mazini. A história deles se confunde com a de milhares de outras no País e ilustra as expectativas em torno do crescimento do crédito imobiliário e das oportunidades de investimento que estão surgindo nessa onda.



Os compradores: a família Mazini compra nova casa e indica mercado pujante, movido a crédito e prazos longos

O crédito fácil e a grande oferta de imóveis para atender à demanda tornam sedutor o investimento na compra de uma casa ou apartamento, na aplicação em fundos imobiliários ou mesmo diretamente nas ações das empresas do setor.

Quem apostou nas construtoras que afundaram na bolsa em 2008, quando o mercado estava em plena ressaca da crise imobiliária americana, ganhou muito dinheiro.

Em média, as cotações das empresas imobiliárias recuperaram o nível de janeiro de 2008 e ainda cresceram 6% até a quarta- feira 17, segundo o índice Imob. Três empresas subiram mais de 300% nos últimos 12 meses, acima da média do mercado: Abyara, Eztec e Agra.

As cotas dos fundos imobiliários registrados na Bovespa chegaram a subir 58%, caso do Hospital da Criança, que apresentou remuneração total de quase 70% (veja gráfico e tabelas na pág. 114). o comportamento dos investidores sinaliza que as expectativas estão elevadas e muitas empresas podem faturar alto nos próximos anos. "Toda a cadeia imobiliária começou a se movimentar de uma maneira diferente do passado e está levando o mercado a crescer", avalia o superintendente- executivo do Grupo Santander Brasil, José Roberto Machado.

Os motores do crescimento são os juros abaixo de dois dígitos, os prazos de financiamento de até 30 anos e o aumento da renda e do emprego. É só o começo. Hoje, o crédito imobiliário representa algo em torno de 2,7% do PIB. Na maioria dos países desenvolvidos, esta relação é superior a 50%. No Chile, é de 13%. No México, 9% .

Os bancos estimam que, em três anos, os empréstimos habitacionais irão triplicar e chegar a 10% do PIB no Brasil. "É uma meta bastante factível", diz Jorge Hereda, vice-presidente da Caixa Econômica Federal.

Depois da crise financeira de 2008, as construtoras voltaram a realizar lançamentos este ano, já com seus caixas equacionados. É o caso da WGT Empreendimentos. A construtora faturou neste ano R$ 7 milhões com a venda de imóveis populares - de até R$ 130 mil - e já projeta um salto de 400% na receita do ano que vem.

"A demanda está muito forte, tanto entre os que buscam a segurança da primeira casa própria quanto entre aqueles que enxergam no mercado imobiliário uma excelente oportunidade de investimento", garante o sócio-diretor da WGT, Guilherme Henrique Thomé. Um condomínio de sobrados residenciais construído pela empresa na Vila Prudente, zona leste de São Paulo, oferecia imóveis de quase 70 metros quadrados por R$ 90 mil há dois anos.

Hoje, os mesmos sobrados estão à venda por R$ 150 mil. Com mais pessoas comprando a casa própria e mais empresas investindo em imóveis comerciais, novos fundos imobiliários surgem como opção indireta de investimento. Nesses fundos, cotados em bolsa, é possível aliar liquidez e diversificação, sem pagar Imposto de Renda.





O consultor: o especialista em fundos imobiliários Sérgio Belleza diz que o mercado está com a corda toda. A prova: há R$ 2,3 bilhões na fila de registro da CVM

Atualmente, há R$ 2,3 bilhões de novas operações em análise pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "O mercado está a toda. Tem muita coisa sendo preparada na CVM", diz o consultor de investimentos imobiliários Sérgio Belleza Filho. Mas serão boas opções? "Recomendo os fundos imobiliários, desde que os detalhes sobre suas obras e principais trabalhos sejam conhecidos", diz o consultor de finanças pessoais Conrado Navarro.


A proposta atraiu o advogado Eduardo Lang. Ele, que já investe em ações, voltou-se para os fundos imobiliários no final do ano passado. "Eles têm uma liquidez razoável. Eu consigo entrar e sair das posições facilmente", afirma. Hoje, 30% do seu capital é voltado para as aplicações no fundo Orbe TRX Realty, da Orbe Investimentos, e no fundo Europar, administrado pelo Banif.

Os principais executivos da área não acreditam em uma bolha imobiliária. "É um mercado que começa agora. Estamos vendo uma indústria de fundos imobiliários nascendo e pessoas físicas investindo seus imóveis para incrementar a renda", diz Luiz França, diretor da área de crédito imobiliário do Itaú Unibanco.



quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Fundo imobiliário tem foco em lajes corporativas para ganhar com aluguel

Valor Econômico - SP - EU & INVESTIMENTOS - 19/11/2009 - 01:07:33
Alessandra Bellotto, de São Paulo


Mais um fundo imobiliário tem o aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A carteira de R$ 100 milhões, batizada de Lindencorp Offices, terá como alvo a aquisição de empreendimentos imobiliários comerciais (lajes corporativas) que gerem renda por meio de locação, arrendamento ou ainda alienação. Com a operação, sobe para R$ 1,582 bilhão o volume de ofertas registradas e com dispensa de registro somente neste ano. O volume representa um aumento superior a 150% em relação aos R$ 616,8 milhões de 2008.

A nova emissão, liderada pela Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), será feita em duas séries, a primeira de 20 mil cotas e a segunda de 80 mil cotas, todas com valor unitário de R$ 1 mil. A aplicação mínima para participar da oferta pública será de 50 cotas, o equivalente a R$ 50 mil.

De acordo com a minuta do prospecto da oferta, o fundo tem como objetivo uma rentabilidade na forma de distribuição de rendimentos superior a IGP-M mais 8% ao ano, taxa que, para a pessoa física, é líquida de imposto de renda desde que ela não tenha mais de 10% das cotas emitidas e o fundo tenha no mínimo 50 cotistas. O investidor também poderá ganhar com a valorização dos imóveis e, consequentemente, das cotas do fundo no mercado secundário da BM&FBovespa.

A Lindencorp Participações e Incorporações (LPI), que dá nome ao fundo, vai atuar como consultor de investimentos, analisando oportunidades, sugerindo benfeitorias em imóveis do fundo, acompanhando obras ou indicando potenciais inquilinos. Quando os imóveis adquiridos não pertencerem a empresas ligadas, direta ou indiretamente, à Lindencorp, a empresa deverá receber uma remuneração de 3% sobre o valor do contrato, independente das comissões pagas a intermediários. O consultor também dever receber uma comissão caso feche a locação de imóveis integrantes do fundo.

A LPI é uma empresa do grupo Lindencorp Desenvolvimento Imobiliário que, na origem, focou a atuação no segmento de imóveis de alto padrão por meio de uma parceria com a Construtora Adolpho Lindenberg. Em 2006, a Lindencorp associou-se com à PDG Realty e ao Banco Banif, consolidando-se como uma das principais incorporadoras de São Paulo.


O fundo, contudo, terá um comitê de investimento composto por até cinco integrantes, dois eleitos pela administradora (CSHG), um pelo consultor de investimentos e outros dois pelos cotistas em assembleia geral. O mandato será de dois anos, com possibilidade de reeleição.

A nova operação segue uma tendência de estruturação de fundos genéricos, com gestão ativa, adotada especialmente pela CSHG. A gestora tem pelo menos outros dois fundos imobiliários nessa linha - um com foco em shoppings centers e outro em lajes corporativas.

Na semana passada, o fundo CSHG Brasil Shopping - que já é dono de fatias dos empreendimentos Plaza Sul e Penha, em São Paulo; Tivoli, em Santa Bárbara do Oeste; e Parque D. Pedro, em Campinas - comunicou a compra de participação, em negócio com a Aliansce Shopping Centers, de 339.294 cotas do FII Via Parque Shopping, ao preço de R$ 98,55 por cota, totalizando R$ 33,44 milhões.

O fundo imobiliário Via Parque Shopping é proprietário das unidades autônomas que compõem o condomínio onde está instalado o shopping de mesmo nome, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Com a nova aquisição, o Brasil Shopping passou a deter 16% das cotas do Via Parque Shopping e, consequentemente, uma participação de 16% no empreendimento comercial

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Onda imobiliária

Valor Econômico - SP - EU & INVESTIMENTOS - 17/11/2009 - 01:07:31
Por Paola de Moura, do Rio

Os fundos imobiliários vivem um momento para lá de especial. A forte procura por parte dos investidores tem feito com que essas aplicações comecem a ganhar volume, depois de 15 anos desde a sua criação. Enquanto em 2008 o valor total de lançamentos foi de R$ 616,86 milhões, neste ano até ontem o número já chega a R$ 1,382 bilhão entre ofertas registradas e com dispensa, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) levantados pelo escritório de advocacia Lobo & De Rizzo. O crescimento é de 124%.

Os números ficam ainda mais interessantes quando se olha as ofertas em análise na CVM. Há outros R$ 2,496 bilhões que, somados ao volume já registrado, representam nada menos do que um crescimento de 528,7% no ano. O total de R$ 3,878 bilhões equivale ainda a quase 90% dos lançamentos acumulados entre 2000 e 2008, de R$ 4,396 bilhões.

Só na semana passada, entrou em análise uma oferta de R$ 1,3 bilhão liderada pela Votorantim Asset Management (VAM). A operação está dividida em dez séries, a primeira de R$ 400 milhões e as demais de R$ 100 milhões cada. Se sair, será a maior emissão de fundo imobiliário já realizada. Ainda não há prospecto disponível, mas o que se comenta no mercado é que o fundo, batizado de Votorantim Securities, deve investir em títulos de base imobiliária, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com origem em operações envolvendo empreendimentos do próprio grupo - há de se esperar para tirar a "prova dos nove".

Sob o ponto de vista do investidor, os juros em níveis historicamente baixos têm levado muita gente a procurar alternativas mais rentáveis em relação à renda fixa. A isenção de imposto sobre o rendimento para a pessoa física confere um brilho a mais para essas aplicações neste momento. Os fundos imobiliários contam com isenção de IR sobre rendimentos distribuídos desde que o investidor não tenha mais de 10% do total do fundo.

Vale lembrar que, apesar do lastro em imóveis, esses fundos são considerados aplicações de renda variável. Isso porque essas carteiras têm dois componentes de ganhos: a variação das cotas e o rendimento distribuído originado de receitas de aluguel. Como são fundos fechados, não há resgate das cotas. O cotista vende suas cotas a terceiros no mercado secundário, como no caso das ações de companhias abertas, por exemplo. O resultado da maior procura por parte dos investidores interessados na renda é a valorização das cotas que, juntamente com o rendimento distribuído, faz o retorno da aplicação neste ano ficar próximo do Ibovespa. (Ver reportagem abaixo)

Diante do aquecimento do mercado, a Caixa Econômica Federal - primeira a lançar um fundo para o varejo em 2004, o Torre Almirante - pretende ofertar ao mercado até cinco novos fundos imobiliários até o início de 2010. Segundo Flavio Arakaki, gerente operacional de Fundos Especiais da instituição, dois deles são fundos de locação. A empresa construirá um prédio e a renda virá do aluguel. Os modelos dos outros ainda estão sendo estruturados, mas o investidor pessoa física poderá participar. O banco colocará alguns deles com investimento mínimo de R$ 1 mil.

Dois motivos explicam o maior volume de estruturação de fundos imobiliários sob o ponto de vista das gestoras. A CVM lançou duas instruções que mudaram o mercado. A primeira foi a Instrução 472, publicada em outubro do ano passado. Ela flexibilizou as regras que regem a constituição e o funcionamento dos fundos imobiliários. A autarquia permitiu, por exemplo, a subscrição parcial das cotas do fundo. Na prática, criou-se a possibilidade de trabalhar com um valor mínimo de subscrição, que varia de carteira para carteira, para que um fundo seja constituído. A partir da norma, destaca Carlos Ferrari, advogado especialista em fundos imobiliários da Lobo & De Rizzo, quando um administrador planeja criar um fundo para investir em um imóvel de R$ 50 milhões e não consegue arrecadar toda a quantia, ele pode investir inicialmente só a parcela levantada.

No entanto, a mesma instrução trouxe um entrave para o mercado: exigiu que o cotista aprovasse toda e qualquer modificação no fundo. Ou seja, se houvesse a necessidade de alterar o investimento ou migrar para outro portfólio, a assembleia teria que ratificar a decisão. "A Instrução 478, de setembro deste ano, acabou com esta exigência e o mercado deslanchou", completa Ferrari.

Arakaki, da Caixa, também acredita que as novas normas da CVM vão ajudar a expandir o mercado, mas critica a falta de liquidez do mercado secundário. Além disso, ele não acredita que o número de negociações secundários vá aumentar porque, segundo ele, os fundos vão render entre 1,2% e 1,3% ao mês e, com isso, num período de juros baixos, ninguém vai querer sair do investimento.

A sócia da área de Direito Imobiliário do Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados, Christiane Scabell Höhn, acredita que o mercado de fundos possa crescer ainda mais com o interesse dos fundos de pensão e principalmente com a chegada dos estrangeiros que estão trazendo mais investimentos ao Brasil e precisam buscar aplicações com boa rentabilidade. A advogada conta que o escritório está prestando serviços para quatro fundos imobiliários que estão sendo constituídos e devem chegar ao mercado no próximo ano. Dois deles são de estrangeiros criando fundos de fundos.

Mas na visão de Rodolpho Vasconcellos, superintendente-geral da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), o volume ainda é pequeno e a falta de liquidez do mercado secundário é o principal entrave para que os fundos imobiliários ganhem volume de verdade. É necessário que o home broker passe a entrar neste mercado, mas para isso, as cotas precisam ser mais baratas. Vasconcellos também acredita que a entrada dos estrangeiros no mercado aumentará o volume o que estimulará secundário.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Citi e BM Sua Casa

Valor Econômico - SP - FINANÇAS - 13/11/2009 - 01:07:12

O Citi e a companhia hipotecária Brazilian Mortgages devem anunciar hoje uma parceria comercial no segmento de crédito imobiliário. Pelo acordo, o Citi vai poder oferecer para sua base de clientes uma linha de refinanciamento de até 50% do valor da casa, nos moldes de uma segunda hipoteca americana, e com prazos de 30 anos, oferecida pela BM Sua Casa, empresa do grupo da Brazilian Mortgages. Da mesma maneira, a BM Sua Casa vai ter acesso às linhas de financiamento imobiliário do Citi com recursos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). (AB)

Construtoras de pequeno porte terão acesso a R$ 450 milhões

Construtoras de pequeno porte terão acesso a R$ 450 milhões
FGTS usa fundo de recebíveis para dar crédito imobiliário
http://www.valoronline.com.br/?impresso/financas/93/5922797/fgts-usa-fundo-de-recebiveis-para-dar-credito-imobiliario

Alessandra Bellotto, de São Paulo
13/11/2009

Construtoras de pequeno e médio porte terão acesso a R$ 450 milhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS ) para financiar a construção de empreendimentos imobiliários residenciais enquadrados nas regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). A operação será realizada usando a estrutura de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), com administração da Caixa Econômica Federal e consultoria de investimentos da RB Capital Realty.

Batizado de Caixa RB Capital Habitação FIDC Imobiliário, o fundo vai aplicar os recursos do FGTS (cotista) na aquisição de recebíveis originados dos contratos de financiamento com as construtoras na forma de certificados recebíveis imobiliários (CRI), cédulas de crédito CCI ou debêntures. O prazo é de cinco anos.

Essa não é a primeira investida do FGTS no setor. Desde que anunciou no fim de 2008 a criação de uma linha de R$ 6 bilhões para financiar habitação - há um demanda de R$ 9,5 bilhões -, o conselho curador do fundo já destinou R$ 1,7 bilhão para a compra de debêntures das construtoras Odebrecht, Tenda, PDG Realty e Moura Dubeux - hoje, mais uma parceria será fechada.

"A criação do fundo é um marco importante, porque atende a uma demanda de construtoras de menor porte", disse Moreira Franco, vice-presidente da área de fundos de governo e loteria da Caixa e conselheiro do FGTS, em entrevista ao Valor. Além disso, vai funcionar como um suporte para o programa Minha Casa Minha Vida.

Hoje, destaca o sócio da RB Capital, Luis Claudio Garcia de Souza, as construtoras menores só têm acesso a crédito bancário, e quando tem. A operação é inovadora, segundo o executivo, uma vez que usa um veículo do mercado de capitais para financiar os projetos dessas empresas e a um custo bastante competitivo, indexado a TR. "O custo final para as incorporadoras ficará no piso hoje cobrado pelos bancos, que gira em torno de 11%, além da TR", afirma Souza.

Sem taxa de performance, acrescenta o executivo, não há incentivo para se cobrar mais - só há uma taxa de administração de 2% ao ano. "A missão do fundo é conceder crédito, não fazer spread." Outra vantagem do fundo é o tempo de aprovação do financiamento. Segundo o gerente operacional da área de fundos específicos da Caixa, Vítor Hugo Pinto, o prazo será menor do que os três a seis meses que um banco leva para fazer sua análise de viabilidade econômica.

A concessão do crédito, contudo, vai passar pelo crivo de um comitê de investimentos, formado por membros da Caixa e da RB Capital, e respeitar certas regras, como limites de concentração. Poderão acessar a linha construtoras das várias regiões do país e não só para financiar obras como para a aquisição de terrenos. Em análise já há projetos no valor de R$ 350 milhões. A expectativa é de que cerca de 3 mil unidades sejam financiadas por meio do fundo.