quarta-feira, 8 de junho de 2011

Shoppings focam em cidades que receberão reforma nos aeroportos

DCI

Gleyma Lima

08.06.2011

 

Fortaleza/São Paulo - Os recentes anúncios de investimentos em aeroportos brasileiros já trazem reflexos para o varejo brasileiro. Com as melhorias, que envolvem investimentos de R$ 5,6 bilhões em reformas e ampliação, investidores do ramo comercial preparam seus aportes para focar principalmente na Região Norte e na Nordeste.

"Com o crescimento da infraestrutura e a perspectiva de aumento considerável do turismo nas cidades do norte e nordeste, a construção de shoppings nestes locais torna-se ainda mais atrativa", afirmou o megainvestidor Gary Garrabrant, CEO e co-fundador do Equity International.

O executivo, que traz em sua gama de negócios no Brasil a BR Malls, vê com bons olhos as ações do governo federal. "O bom investidor sabe que o Brasil cumpre com suas promessas. Mesmo que os aeroportos fiquem prontos um dia antes dos eventos esportivos, ainda assim valerão os investimentos começados agora."

De olho no potencial para construção de shopping centers em cidades interioranas, principalmente as que receberão investimentos para a Copa do Mundo, o banco de investimentos norte-americano Excend Capital e o Provident Group também já mostraram interesse nos negócios que isso gerará.

A Excend Capital, banco de investimentos norte-americano que atua com empreendimentos comerciais e hoteleiros, está disposta a aplicar US$ 20 milhões no Brasil. Dependendo do empreendimento, o investimento pode chegar até US$ 1 bilhão, segundo o sócio da empresa, Ryan Nichols. "Procuramos parceiros para abertura de empreendimentos comerciais, de preferência empresários brasileiros que já atuem em administração de shoppings e já tenham bom conhecimento do mercado varejista nacional", diz.

De acordo com o vice presidente da General Shoppings, Alessandro Poli Veronezi, o momento é positivo para a construção de shoppings em regiões mais distantes. "Há lugares em que a General Shopping ainda não está e há interesse de participar", afirmou o executivo.

De acordo com Veronezi, a competição entre interior e capitais para a construção de shoppings está melhorando o mercado do varejo brasileiro que dará mais oportunidade aos consumidores e mais conforto ao turismo. "Todas as expectativas que temos de melhorias em rodovias, aeroportos e hotéis nos próximos anos funcionam como um impulsionador de investimentos em shoppings", disse.

Para André Agostinho, presidente da Urbia, empresa especializada em administração de shoppings, ainda há desafios com relação à logística, mas a expectativa continua sendo extremamente positiva. "Com a perspectiva de privatização dos aeroportos haverá mais espaço para oportunidades de varejo nos arredores, e a questão turística será tratada como em todos os países de primeiro mundo", disse.

No entanto, Agostinho lembra que é importante ter cautela e estudar o perfil do consumidor. "É preciso pensar antes de investir, cada local do País tem características únicas que precisam ser estudadas amplamente antes de se entrar no mercado", finalizou.

De acordo com a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), o mercado brasileiro de shopping centers deve receber investimentos de R$ 6,3 bilhões em novos empreendimentos, revitalizações e ampliações nos próximos três anos.

De acordo com a entidade, as Regiões Norte e Centro-Oeste registraram as maiores de taxas de crescimento do número de shopping centers, embora o total de empreendimentos ainda seja relativamente pequeno.

Franquias

Para acompanhar este mercado de shoppings que deve crescer, nomes de franquias conhecidas no nordeste também começaram a partir para shoppings do norte e do nordeste, de olho nesse crescimento. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), os mercados do norte e do nordeste hoje correspondem a 18% do total de distribuição de unidades franqueadas do Brasil. O mercado de shopping centers é responsável por 18,3% do varejo nacional e por 2% do PIB.

Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), no Brasil 17% dos shoppings estão nas regiões norte e nordeste.

Até o final de 2011, os estados dessas regiões totalizarão 75 shoppings. A previsão é que em 2012 se inaugurem mais 7 centros de compras.

Empresas como Premiatto, Strato Bijuterias, Lessô, Eco Office e Casa & Coisa já possuem planos de expansão específicos para essas regiões e seus shoppings. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a expectativa é que as Regiões Norte e Nordeste cresçam 10,6% no setor em 2011 e 11,6% em 2012.

 

 

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