terça-feira, 21 de junho de 2011

Mesmo com estoque de R$ 30 bi, mercado de CRIs é incipiente no Brasil

Filipe Pacheco | Valor

 

21/06/2011 13:05

 

SÃO PAULO – Ainda que os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) estejam sob o holofote entre os novos instrumentos para financiar o mercado imobiliário, o volume movimentado por este tipo de ativo ainda é incipiente, de acordo com o Marcelo Michaluá, diretor da RB Capital.

Os CRIs são uma forma típica de securitização, em que os créditos originados pelos bancos são empacotados, saem do balanço da instituição que originou a operação e cuja remuneração é atrelada ao conjunto dos financiamentos imobiliários que compõem a sua emissão. Hoje, representam cerca de 14% do crédito imobiliário total concedido no país, que soma pouco mais de R$ 200 bilhões no total, segundo dados do Banco Central (BC). Desse volume, cerca de 70% vem de recursos governamentais e do direcionamento obrigatório da poupança — os bancos são obrigados a aplicar 65% dos depósitos da caderneta no crédito imobiliário e à habitação

 

“O mercado de securitização imobiliária  (CRI) passou de R$ 30 bilhões em estoque recentemente, mas ainda é incipiente em volume total e em oferta de produtos”, disse Michaluá ao participar do encontro Café da Manhã com o Valor, que discutiu o tema “Soluções Alternativas de Financiamento para projetos imobiliários” nesta manhã, em São Paulo.  “Ainda assim, o potencial de crescimento é muito grande, com perspectiva de crescimento na casa das centenas de bilhões de reais para os próximos anos.”

Segundo as estimativas mais recentes do Banco Central (BC), o volume de crédito imobiliário total representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sendo que essa proporção nos Estados Unidos chega próximo a um terço do conjunto das riquezas nacionais. “O mercado imobiliário precisa de alternativas como os CRI”, disse Michaluá.

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