segunda-feira, 13 de junho de 2011

Construção civil tem demanda aquecida pelo menos até 2016

Construção civil tem demanda aquecida pelo menos até 2016

Perspectiva Fabricantes respondem ao mercado em expansão com novos produtos

 

 

Rosangela Capozoli

 

 

Para o Valor , de São Paulo

 

 

Os fabricantes de alumínio para o ramo de construção civil estão com o presente e o futuro garantidos, pelo menos até 2016, levando em conta a expansão nas vendas de imóveis. Embora nas construções de baixo e médio custos sua participação ainda fique atrás do ferro e da madeira, o alumínio avança nas obras luxuosas, sendo cada vez mais utilizado em janelas, portas, armários e boxes de salas de banho.

 

 

Os fabricantes respondem com mais investimentos diante do bom momento. "A Alcoa in vestirá US$ 45 milhões entre 2010 e 2016 nas áreas de expansão, lançamento de novos produtos, abertura de lojas, entre outros projetos", afirma José Carlos Cattel, diretor da divisão de extrudados da empresa.

 

 

A primeira leva de investimentos, no ano passado, somou US$ 11 milhões, aplicados na ampliação da linha de acabamento na área de perfis - es quadrias para janelas e portas.

 

 

"Com esses recursos, a produção cresceu 11%. Para este ano já temos um orçamento de US$ 18,5 milhões, que serão aplicados na aquisição de uma nova prensa na planta de Tubarão (SC) e no aumento da capacidade de extrusão de Itapissuma (PE)", explica.

 

 

O Norte e o Nordeste estão levando a Alcoa a realizar aportes na unidade de Itapissuma.

 

 

Segundo o diretor, a unidade pernambucana integra a malha logística da Alcoa no Sul e Sudeste.

 

 

Cerca de 30% da produção nordestina vai para esses mercados. Mas a proporção deve cair com o crescimento da indústria nordestina de construção. "A região cresce o dobro do Brasil. Se o PIB do país aumentar 5%, lá será 10%", afirma.

 

 

No ano passado, o crescimento das vendas da Alcoa na área de construção civil surpreendeu. "Em 2010, tínhamos projetado um crescimento de 9% e crescemos 10% em volume", diz Cattel. Pelos seus cálculos, 60% dos extrudados são absorvidos pela construção civil e os outros 40%, pela indústria.

 

 

"Em 2011, a projeção é de um crescimento de 7%. A receita, que no ano passado teve um salto de 12% sobre 2009, deverá crescer 9% em 2011", afirma. Líder no segmento de extrusão com 23% de market share, Cattel aposta na continuidade do aquecimento.

 

 

"O mercado deverá manter-se com forte demanda por pelo menos mais cinco anos em função do déficit habitacional, da Olimpíada, a Copa de 2014 e o aumento da massa salarial", estima. Reformas de moradias e o programa Minha Casa, Minha Vida também são fatores citados.

 

 

A Alpex Alumínio, empresa brasileira que atua no desenvolvimento de soluções em perfis extrudados e de produtos acabados em alumínio, vai investir R$ 24 milhões no período de 2011 a 2016. Segundo Paulo Magalhães, sócio diretor da companhia, os primeiros R$ 4 milhões desembolsados até dezembro serão suficientes para elevar a produção em 30% neste ano. "Com isso teremos de contratar mais 40 funcionários, totalizando 380", diz.

 

 

Com um faturamento de R$ 195 milhões registrado no ano passado, a direção da Alpex Alumínio também se mostra otimista.

 

 

"A expectativa para 2011 é crescer 4%, mas a partir de 2012 a meta é de um aumento de 15% ao ano", afirma.

 

 

A Alpex Alumínio atua nas indústrias automobilística, moveleira, da construção civil, de eletroeletrônico, entre outras. Móveis e construção andam de mãos dadas. "Os móveis exigem uma boa quantidade de alumínio e a construção também", explica.

 

 

Até o final de 2016, quando os R$ 24 milhões já tiverem sido desembolsados, a Alpex projeta um segundo aumento na produção, de 30%.

 

 

Para Claudio Roberto Martins, gerente comercial da Anobril Anodização Pintura e Extrusão de Alumínio Ltda, o mercado é atrativo. "Em 2010 houve crescimento de 30% no volume de produção e vendas. E 2009 foi um ano recessivo", comenta.

 

 

A expectativa para 2011 continua positiva. "A meta é crescer na faixa de 13%. Os desembolsos feitos no ano passado ficaram 15% acima do verificado em 2009 e para este ano a estimativa é de uma injeção de recursos cerca de 20% superior." De acordo com Martins, os recursos serão aplicados em compras de equipamentos e tecnologia.

 

 

Com100 empregados e uma única fábrica instalada em São Paulo, Martins atribui o desempenho nos negócios a reformas e construção de novas moradias devido ao aumento do poder aquisitivo e ao programa Minha Casa, Minha Vida.

 

 

Pelas suas contas, do total produzido pela Anobril, 40% são absorvidos pela classe C e outros 30% pela classeD. "Os restante se divide entre os consumidores A e B".

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