quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pessoa física pode adquirir cotas de fundo imobiliário

Valor

29.06.2011

 

Os consumidores que passeiam por um shopping geralmente se deslocam até lá para comprar algum bem - seja um livro, seja um simples café. Não pensam, necessariamente, em adquirir um naco do empreendimento e mandar embrulhar para presente. Afinal, os riscos são menores do que os do mercado de capitais.

E como se compra um pedacinho de um shopping center? O negócio se dá por meio de um fundo imobiliário, constituído sob medida e com o objetivo de levantar recursos para injetar em um empreendimento. Para o investidor, há ainda o benefício da isenção de imposto de renda para pessoas físicas.

Amplamente difundo nos Estados Unidos, o mercado de fundos imobiliários ainda é recente no Brasil: foi criado em 1993 e regulamentado, no ano seguinte, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Hoje, somam pouco mais de 50 fundos listados em bolsa, com mais de R$ 2 bilhões aplicados em negócios imobiliários distintos. No ramo de shopping centers, porém, ainda atuam timidamente. Mas com avanço.

 

O precursor, no Brasil, foi o Fundo de Investimento Imobiliário Shopping Pátio Higienópolis, lançado em dezembro de 1999, um mês após a inauguração do empreendimento. Nasceu para participar com 25% do capital do shopping Pátio Higienópolis, que na época pertencia ao grupo Victor Malzoni. Hoje, o negócio é administrado pelo grupo Brookfield. Além da gestão, o grupo detém, por meio de outras de suas empresas, participação no capital acionário do shopping - algo superior a 20% tanto no formato inicial, quanto na expansão.

Encravado no miolo chique de Higienópolis, na capital paulista, o Pátio Higienópolis surgiu como um empreendimento sofisticado e em linha com o alto padrão de consumo e de frequência do bairro. A idéia de criar o fundo surgiu, justamente, para levantar recursos para reinvestir no negócio - com melhorias e expansão. Na primeira captação, em 1999, o fundo amealhou R$ 40 milhões (foram quatro emissões conjuntas). O fundo detém 25% do empreendimento.

"Um dado curioso é que esses cotistas são pessoas que moram ou frequentam o bairro", diz Luiz Costa, analista de investimentos imobiliários da Rio Bravo, gestora do fundo. "Foi uma operação inovadora, porque na época o mercado de capitais não estava aquecido e a criação de um fundo mostrou-se como uma ótima oportunidade de captação de recursos para aplicar no próprio empreendimento", recorda o também analista da Rio Bravo, Augusto Martins. A cota inicial do fundo, quando foi constituído, era R$ 100,00. E hoje está sendo negociada a R$ 450,00. "O fundo acumula uma rentabilidade de mais de 25% nos últimos 12 meses", acrescenta Costa.

 

Depois da emissão inicial, o Fundo de Investimento Imobiliário Shopping Pátio Higienópolis passou por mais duas, com o objetivo de dar continuidade ao processo de expansão, sempre mantendo sua participação de 25% do Shopping Pátio Higienópolis. Uma delas foi em 2007, quando captou R$ 24, 5 milhões. E a outra em 2009, que levantou mais R$ 12 milhões. Hoje somam em torno de 650 investidores. Os recursos alocados na expansão do shopping, inaugurado no ano passado, com acréscimo de mais de 10 mil m² de ABL, 60 lojas e restaurantes e aproximadamente 400 novas vagas de estacionamento. Listado em bolsa, o fundo Pátio Higienópolis tem um valor de mercado estimado em R$ 250 milhões. (C.M.)

 

 

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