segunda-feira, 14 de março de 2011

Impulsionada por investidor de varejo, emissão de CRIs cresce no Brasil

UOL Economia - 10/03/2011 - 18h11

SÃO PAULO – O mercado de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) tem crescido no Brasil, impulsionado também pelos investidores de varejo, mas ainda enfrenta muitos obstáculos para sua popularização no País.

Os CRIs são valores mobiliários com lastro em cédulas de crédito imobiliário, representativas de venda de imóveis residenciais, comerciais ou de lotes urbanos, aluguéis de shopping centers e prédios comerciais. Dados divulgados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) nesta quinta-feira (10) mostraram que houve um crescimento de oito vezes no volume de CRIs em 2011.

Enquanto em fevereiro do ano passado as emissões haviam somado R$ 337 milhões, no mesmo período deste ano elas saltaram para R$ 2,7 bilhões. O número de operações, por sua vez, ainda é pequeno: passou de 17 para 22 no período.

Perspectivas positivas

Para o vice-presidente da Anbima, Alberto Kiraly, o aquecimento do mercado imobiliário justifica o crescimento deste setor. “A tendência é continuar esse crescimento. No Brasil, ainda existe um bom campo para avançar nesses produtos”, afirmou.

Isso porque, no horizonte de dois anos, existe uma percepção de escassez dos recursos das principais fontes para o financiamento no setor imobiliário. Desta forma, os certificados se tornam um funding importante.

Além disso, ele acrescenta que “esse mercado está muito demandado, em função até das pessoas físicas terem investido bastante neste segmento, pela isenção fiscal”, afirmou. Ele completou: “A participação de pessoa física em emissão de CRI, via fundo ou diretamente, é representativa”.

Barreiras

De acordo com o general council da MaxCap Real Estate Investment Advisors, Maurício Boteon, apesar do crescimento, o mercado de CRI ainda é pequeno no Brasil e possui barreiras regulatórias, que são importantes para mantê-lo saudável, mas que acabam por impedir sua disseminação.

“O CRI tem de ser um título que, na origem, seja emitido com cautela”, ponderou. Por isso que a maioria deles é direcionado ao investidor qualificado – aqueles que, de acordo com a Instrução CVM 409, possuem investimentos financeiros em valor superior a R$ 300 mil e que, adicionalmente, atestam por escrito sua condição de investidor qualificado.

Para o pequeno investidor, os CRIs não deixam de ser uma boa opção para os aplicadores conservadores e de longo prazo. “O fato de comprar título que tem origem no setor imobiliário dá sentimento de que está investindo em imóveis”, afirmou Boteon.

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