segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Crédito imobiliário cresce 34% até novembro e bate recorde, diz Abecip

Crédito imobiliário cresce 34% até novembro e bate recorde, diz Abecip

Os financiamentos imobiliários alcançaram no ano, até novembro, o montante de R$ 98,8 bilhões, estabelecendo um novo recorde histórico para um ano desde a criação do Plano Real, informou nesta sexta-feira (27) a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Na comparação com o mesmo período de 2012, o valor representa um aumento de 34%. Entre janeiro e fevereiro do ano passado, o volume financiado somou R$ 73,9 bilhões.

Segundo a Abecip, em novembro, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 10,1 bilhões, 7,5% acima de outubro e 31% mais que o registrado no mesmo mês do ano passado.

O levantamento leva em conta os empréstimos para aquisição e construção de imóveis, com recursos das cadernetas de poupança no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Número de imóveis financiados
Entre janeiro e novembro, foram financiados 478,9 mil imóveis, uma alta de 17% ante as 410,6 mil unidades contratadas no mesmo período do ano passado.

Em novembro, foram financiadas aquisições e construções de 47,7 mil imóveis, com alta de 9% em relação a outubro. Comparado a novembro de 2012, o crescimento de foi de 23%.

A Abecip lembra que, em novembro, os depósitos nas cadernetas de poupança superaram os saques em R$ 5,4 bilhões, o melhor resultado para um mês de novembro desde 1994.

Nos primeiros onze meses do ano, a captação líquida das contas de poupança foi positiva em R$ 46 bilhões, montante 52% superior ao observado no mesmo período do ano passado (R$ 30,4 bilhões).

O saldo dos depósitos de poupança no SBPE superou R$ 456 bilhões, em novembro, mostrando elevação de 20% em relação ao saldo de novembro de 2012.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Vale vende participação na VLI por R$ 2 bilhões para fundo da Brookfield

Vale vende participação na VLI por R$ 2 bilhões para fundo da Brookfield

SÃO PAULO - A Vale (VALE3, VALE5) informou na última segunda-feira que assinou um acordo de 2 bilhões de reais com um fundo gerido pela Brookfield Asset Management para a venda de 26,5 por cento de sua participação no capital da VLI, empresa de logística integrada de carga geral.

Com a conclusão da venda de participação adicional na VLI, a Vale deverá ficar com 37,6 por cento no negócio.

Em setembro, a maior produtora de minério de ferro do mundo havia anunciado a venda de 35,9 por cento de sua empresa de logística para a japonesa Mitsui e o fundo de investimentos do FGTS por 2,7 bilhões de reais.

"A venda de participações no capital da VLI é consistente com a estratégia da Vale de reduzir sua exposição a ativos considerados non-core e diminuir significativamente dispêndios futuros de capital em investimentos nesses ativos", afirmou em nota a mineradora, que busca se concentrar em ativos considerados essenciais, como os de minério de ferro.

Anteriormente, a mineradora afirmou que, tendo em vista as oportunidades oferecidas pelo mercado de logística no Brasil, a VLI possui plano de investimentos de 9 bilhões de reais ao longo do período 2013-2017, a ser financiado pelos aportes de capital, geração de caixa operacional e endividamento.

A conclusão das transações mencionadas estará sujeita às aprovações de órgãos governamentais competentes, entre eles o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), acrescentou a Vale.

Fundo imobiliário conclui ação de despejo contra locatário inadimplente

Fundo imobiliário conclui ação de despejo contra locatário inadimplente

15h18- Diego Lazzaris Borges

SÃO PAULO – O fundo imobiliário Caixa TRX Logística (CXTL11) informou ao mercado nesta quinta-feira (23) que foi concluída, no dia 18 de dezembro, a ação de despejo contra a L. Ferenczi Indústria Comércio Ltda, locatária do imóvel Ferla, pertencente ao fundo. "A desocupacao foi efetivamente concluída, oportunidade na qual o fundo retomou a posse do imóvel", diz a nota.

A ação havia sido proposta no dia 18 de fevereiro, por conta da inadimplência do locatário e foi julgada procedente no dia 30 de agosto.

"A Administradora Caixa e a Consultora Imobiliária TRX Investimentos Imobiliários S.A. prosseguem tomando todas as medidas cabíveis no sentido de preservar os interesses do Fundo e manterão os cotistas informados sobre o caso", concluiu a Caixa.



Alexandre Assolini
PMKA Advogados

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Crédito imobiliário cresce 75% desde 2011

Brasil Econômico, Léa De Luca, 23/dez

Em 12 meses terminados em novembro, alta foi de 33%, levando o saldo a R$ 333,4 bi

 

O crédito imobiliário foi a modalidade que mais cresceu no país em 2013: o saldo das operações com empresas e pessoas físicas estava em R$ 386,65 bilhões no final de novembro, segundo dados do Banco Central (BC). O aumento em 12 meses atingiu 33%, mais do que o dobro dos 14,5% de alta registrado pelo saldo de todas as operações de empréstimo do sistema financeiro nacional, no mesmo período. Desde dezembro de 2011, a alta acumulada é de 74,5%.

 

Em relação aos desembolsos com recursos da caderneta de poupança, este foi um ano bem melhor do que 2012, segundo Octávio de Lazari Júnior, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O executivo espera que o total supere a marca histórica de R$ 100 bilhões - até outubro, último dado disponível, os desembolsos neste ano haviam crescido 34% (19% para empresas e 41% para pessoas físicas), atingindo R$ 88 bilhões - mais do que o realizado em todo o ano de 2012 (R$ 82,8 bilhões). Para 2014, Lazari espera aumento de 15% a 20%.

 

Para o presidente da Abecip, há um tripé sustentando o crescimento do crédito imobiliário, e que deve persistir pelos próximos cinco anos: taxas historicamente baixas de desemprego; aumento real de salário para várias categorias; e aumento do apetite dos bancos. Embora com taxas menores do que as de outras modalidades, o crédito imobiliário tem baixo índice de atrasos e a possibilidade de fidelizar o cliente por prazos longos, cobrando tarifas e vendendo produtos e serviços.

 

Maior no segmento, a Caixa tem 55% da sua carteira voltada a habitação e já enfrenta concorrência dos privados. No Bradesco, a carteira chegou a R$ 12,6 bilhões em 30 de setembro, 33% acima do que era em setembro de 2012 - a carteira total cresceu apenas 11%. Com isso, a participação na carteira total do banco (incluindo avais e fianças) passou de 2,5% para 3%. No Itaú, o crédito imobiliário a pessoas físicas atingiu saldo de R$ 22,5 bilhões no final do terceiro trimestre, com aumento de 35% em 12 meses - 25% somente neste ano. O saldo equivale a 5% da carteira total - há um ano, o percentual estava em 4%. Somando os segmentos empresa e pessoa física, a carteira do Santander estava em R$ 24 bilhões no final de setembro - 10% do total.

 

A alta no saldo de crédito imobiliário poderia ter sido até maior, se não fosse a greve bancária que atrasou o fechamento de alguns contratos em setembro e outubro, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. O aumento médio dos últimos 12 meses ficou em 2,5%, recuou abaixo de 2% nesses dois meses e voltou a subir 2,3% do mês passado. "A modalidade não é uma operação de boca de caixa ou caixa eletrônico, é preciso entregar documentos, por exemplo".

 

 

Decisão CVM - Oferta de CRA da Octante Securitizadora

PEDIDO DE REGISTRO DE OFERTA PÚBLICA – OCTANTE SECURITIZADORA S.A. – PROC. RJ2013/8860

Reg. nº 8782/13

Relator: SRE/GER-1 (pedido de vista DOZ)

 

Trata-se de pedido de registro de oferta pública de distribuição da 10ª série de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (“CRA”) da 1ª emissão de Octante Securitizadora S.A.

 

A Superintendência de Registro de Valores Mobiliários – SRE manifestou-se favorável ao pedido, considerando que: (i) o presente caso não se assemelha ao pleito da oferta da 2ª série de CRI da 1ª emissão da Rio Bravo Crédito Companhia de Securitização, indeferido na reunião de Colegiado de 19.01.07, no âmbito do Proc. RJ2007/0547; (ii) o presente caso encontra amparo na legislação vigente, mais especificamente na Lei 11.076/04; (iii) o procedimento de revolvência pretendido para os direitos creditórios do agronegócio vinculados à 10ª série de CRI da 1ª emissão da Securitizadora assemelha-se ao procedimento de substituição de créditos que lastreiem títulos emitidos nas operações de securitização, conforme previsto no item 1.7 do Anexo III-A da Instrução CVM 400/03; e (iv) embora o presente caso não se mostre idêntico ao precedente tratado no âmbito do Proc. RJ2013/5929, em que o Colegiado deliberou favoravelmente pelo procedimento de revolvência dos diretos creditórios do agronegócio que lastreavam os CDCA vinculados àquela emissão de CRA, estamos diante de uma operação muito semelhante, em que a diferença essencialmente observada (não constituição de garantias sobre a totalidade dos direitos creditórios vinculados) não seria motivo para o indeferimento do pleito, mesmo porque: (a) numa operação de securitização via emissão de CRA, as garantias do lastro são acessórias, das quais o CRA não depende para existir; e (b) embora a estrutura ora em análise não conte com garantia total dos direitos creditórios vinculados, conta com fiança dada pela Syngenta Proteção de Cultivos Ltda., correspondente a 10% do valor do patrimônio separado, e com a colaterização de CRA subordinados (os CRA da 11ª série), colocados privadamente junto à CCAB Agro S.A. e correspondentes a 20% do patrimônio separado.

 

A Procuradoria Federal Especializada junto à CVM – PFE/CVM manifestou-se, através do MEMO/N° 286/2013/GJU-2/PFE-CVM/PGF/AGU, no sentido de não haver possibilidade jurídica de revolvência dos direitos creditórios vinculados aos CRA, nos termos apresentados pelos requerentes, motivo pelo qual recomendou o indeferimento do pedido.

 

Segundo a PFE, o princípio do formalismo dos títulos de crédito, bem como o precedente do Proc. RJ2007/0547, indicam que o Termo de Securitização do CRA deve conter os elementos estabelecidos nos incisos do art. 40 da Lei n° 11.076/04, que, por sua vez, exigem a existência de crédito constituído, com devedor e valor determinados. A possibilidade de substituição dos direitos creditórios, admitida no art. 32, § 1°, da Lei 11.076/04, aplica-se somente ao Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (“CDCA”) e da Letra de Crédito do Agronegócio (“LCA”), não sendo possível a extensão analógica ao CRA, título de crédito constituído a partir de operação de securitização e com tratamento legal próprio.

 

O Diretor Otavio Yazbek, que havia pedido vista do processo em reunião de 12.11.13, observou, inicialmente, que o instituto em questão é o da “revolvência” de direitos creditórios em um determinado tipo de instrumento destinado à securitização de recebíveis agropecuários, o CRA. Simplificadamente, a expressão “revolvência” designa o processo pelo qual se substituem os lastros de um determinado instrumento durante a sua vigência. Esse tipo de prática se impõe em alguns modelos de securitização, dada a discrepância entre os prazos dos lastros e o prazo dos instrumentos emitidos – há demanda por instrumentos com vencimentos mais longos, que, muitas vezes, pode esbarrar em recebíveis de prazos mais curtos.

 

Segundo o Diretor Otavio Yazbek, títulos como o CRA não apenas são fruto de um processo de securitização, como também, para tomar uma terminologia emprestada das finanças, possuem, em alguma medida, natureza sintética, tendo destacado que eles não representam a securitização de uma única relação creditícia, mas sim de diversas relações que podem, inclusive, ter perfis distintos, assim se dando origem a um instrumento com características próprias. Assim, para o Diretor, o reconhecimento dessa natureza leva à conclusão de que existe uma natural diferença entre os títulos de crédito mais tradicionais e títulos que, como os CRA, são fruto de processos de securitização. Se, para aqueles primeiros, por exemplo, é natural que a indicação precisa dos direitos creditórios na forma, aliás, do art. 889 do Código Civil, já conste do título, o mesmo talvez nem possa ocorrer em instrumentos que são fruto de securitização e que, por isso mesmo, embutem uma dinâmica mais complexa.

 

O Diretor observou que o parecer da PFE começa por distinguir a situação do CRA daquela do CDCA e LCA. Isso porque o parágrafo 1º do art. 32 da Lei 11.076 (aplicável somente ao CDCA e LCA), dispõe que “A substituição dos direitos creditórios vinculados ao CDCA e à LCA, mediante acordo entre o emitente e o titular, importará na extinção do penhor sobre os direitos substituídos, constituindo-se automaticamente novo penhor sobre os direitos creditórios dados em substituição”. Segundo a PFE, referido dispositivo autoriza a substituição de lastro especificamente para CDCA e LCA, pois se encontra em seção da lei que trata apenas de referidos títulos, e o formalismo dos títulos de crédito não autoriza a extensão analógica de tal autorização ao CRA.

 

O Diretor não vê como estender a substituição prevista no artigo acima transcrito para os CRA, mas também não concorda que o art. 32 reforça o entendimento da impossibilidade de revolvência para os CRA. Isso porque o dispositivo em questão regulamenta (uma vez que está se lidando com processo se constituição de direito – penhor – que demanda um regime diferenciado), e não se destina propriamente a permitir tal procedimento.

 

O Relator defende, nesse sentido, que como a substituição é uma possibilidade pressuposta nos regimes do CDCA e da LCA, ela também o é no regime do CRA.

 

O Colegiado deliberou, por unanimidade, acompanhar o voto apresentado pelo Diretor Otavio Yazbek, tendo sido aprovado o pedido de registro de oferta pública solicitado pela Octante Securitizadora S.A.

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Estamos no Análise Advocacia 500 - 2013!

PMKA Advogados está pelo 4º Ano seguido entre os escritórios mais admirados do Brasil em Operações Financeiras e Contratos Comerciais de acordo com a Análise Advocacia 500 - Anuário 2013.Alexandre Assolini foi considerado pela publicação um dos advogados mais admirados do País em Operações Financeiras. Parabéns ao Time do PMKA por mais esse reconhecimento.

 

 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

GRU Airport fecha contrato para hotéis

16/12/2013
Autor: Daniel Rittner 
Fonte: Valor


A GRU Airport, concessionária responsável pela administração do aeroporto internacional de Guarulhos (SP), fechou contrato para a instalação de dois hotéis de alto padrão no novo terminal de passageiros que será inaugurado em maio. Ambos vão operar com a bandeira Wyndham Grand Collection, da operadora americana Wyndham Worldwide. O investimento será de R$ 120 milhões.

A escolha culmina um longo processo de seleção iniciado pela concessionária. “Convidamos as principais bandeiras internacionais do segmento de hotéis. Recebemos dez manifestações de interesse e cinco propostas concretas. Isso comprova a atratividade do aeroporto em termos de desenvolvimento imobiliário”, afirma o diretor comercial da GRU Airport, Fernando Sellos.

Um dos hotéis ficará dentro do futuro terminal, na área restrita a passageiros de voos internacionais, antes do controle de imigração para quem está desembarcando do exterior. É o primeiro projeto do gênero na América do Sul e deve estar em pleno funcionamento até a Copa do Mundo de 2014. Ele terá 50 quartos, com diárias variando entre R$ 600 e R$ 1 mil. Para quem quer apenas dar uma relaxada entre um voo e outro, estão previstas frações de quatro horas, com preço menor.

“Um visitante dos Estados Unidos que passa pelo aeroporto apenas para fazer uma escala até a Argentina, por exemplo, não precisará se preocupar com vistos e a burocracia da imigração caso precise passar mais algumas horas em Guarulhos”, diz o presidente da Fisa e principal executivo da VCI, Samuel Sicchierolli.

A VCI é uma joint venture formada por duas empresas – a Fisa e a Valor Finanças Corporativas – para cuidar do novo empreendimento. Ela foi responsável pela estruturação do negócio e pela atração da Wyndham ao projeto, que marca a estreia da bandeira Wyndham Grand Collection no país. O grupo americano tem outras marcas de hotéis no mercado brasileiro, como Tryp, Super 8 e Ramada, instaladas em parceria com empresários locais.

Em 2012, o aeroporto de Guarulhos registrou movimento de 32,8 milhões de passageiros, dos quais 11,6 milhões foram de voos internacionais. Hoje, 49 companhias aéreas operam no local, com voos de mais de 50 destinos no exterior. “Pensamos em um hotel para atender a uma antiga demanda de viajantes brasileiros e estrangeiros, que muitas vezes precisam aguardar a conexão internacional”, explica Sicchierolli.

O segundo hotel ficará em frente ao futuro terminal e será ligado a ele por uma passarela elevada. Terá 350 quartos e um restaurante com capacidade para 300 pessoas, acessível não só aos hóspedes, mas também a participantes de eventos e passageiros do aeroporto. A lista de serviços disponíveis inclui estacionamento com valet, equipamentos de ginástica, jacuzzi e salões de beleza. Há ainda previsão para uma área de eventos com 3 mil m2 e até 20 salas executivas. O serviço de quarto será compartilhado entre o hotel de dentro e de fora do terminal, permitindo diminuir os custos e facilitando a operação.

O hotel externo, com oito andares, começará a ser construído em janeiro e deverá estar pronto apenas em 2016. A tempo, conforme prometem os empreendedores, da Olimpíada do Rio de Janeiro. Quem se encarregará das obras é a Skipton, uma incorporadora de Curitiba, que bancará 60% do investimento. O restante será dividido entre os dois sócios.

A GRU Airport, que assumiu a concessão do aeroporto no ano passado, tem a expectativa de que os hotéis atendam a demanda de visitantes para eventos como a São Paulo Fashion Week e a Fórmula 1. “O aeroporto cresce em ritmo anual de dois dígitos há mais de uma década e está em uma região carente de hotéis”, diz Sellos. Ele lembra que o Caesar Park, um hotel corporativo localizado dentro do complexo aeroportuário de Guarulhos, registra taxa de ocupação dez pontos percentuais acima da média paulistana em qualquer época do ano. E nem pode ser alcançado a pé por quem desembarca no aeroporto – requer necessariamente traslado por carro ou van.

Sicchierolli também se mostra confiante na rentabilidade dos empreendimentos. A concessão de Guarulhos vale até 2032. Depois, todos os ativos – incluindo os hotéis – vão para as mãos da União. “Pelas projeções que fizemos, em um cenário-base, os hotéis se pagam em oito anos. Ou seja, teremos mais dez anos de fluxo de caixa livre. Sob o aspecto de qualquer investimento imobiliário, é um retorno bastante significativo”, explica o executivo.

 

 

Banco do Brasil venderá imóveis e espera arrecadar R$ 1 bilhão

16/12/2013
Autor: Andreza Matais e Murilo Rodrigues Alves 
Fonte: Estadão


Banco estatal planeja leiloar a sede administrativa e terrenos em Brasília, trocar de endereço em São Paulo e ocupar imóveis alugados, com o objetivo de fazer caixa, liberar recursos para empréstimos a clientes e reforçar sua estrutura de capital.

BRASÍLIA – O Banco do Brasil vai se desfazer de parte de seu patrimônio em imóveis, negócio que pode render mais de R$ 1 bilhão à instituição até 2016. O plano inicial prevê leiloar a última sede administrativa do BB e mais dois terrenos na capital federal nos próximos meses. Nos anos seguintes, trocará de endereço na Avenida Paulista, o que permitirá vender outros prédios da capital paulista, como o da Nossa Caixa, no centro.

O banco ainda espera melhores condições no mercado de capitais para entregar a um novo fundo de investimento 200 agências no País. Com as mudanças em Brasília e em São Paulo, vai quase dobrar suas despesas com a locação de imóveis corporativos nas duas praças, de R$ 9,4 milhões para R$ 17,4 milhões até julho de 2016.

Atualmente, o BB desembolsa todo mês R$ 82,2 milhões em aluguéis de sedes administrativas, centros tecnológicas e agências bancárias em todo o País.

Dirigentes do BB disseram ao Estado que a operação, chamada tecnicamente de “desmobilização”, permitirá ao banco ter mais recursos para emprestar aos clientes, além de causar impacto favorável no índice de Basileia, que mede a relação entre o capital próprio e ativos ponderados pelo risco. O BB também justifica que a mudança para prédios com “selo verde” é uma exigência para o melhor desempenho das ações do banco em bolsas internacionais, que têm a sustentabilidade como um dos critérios de avaliação.

Aluguel

Em Brasília, o banco acaba de alugar um conjunto de três torres, projetado pela Tishman Speyer – que tem na carteira empreendimentos como o Rockefeller Center, em Nova York – em parceria com a brasiliense Via Engenharia. Cada torre tem 16 andares. Juntas, terão 85 mil metros quadrados e 1.866 vagas. Pelo aluguel e manutenção das torres, o banco pagará R$ 9,1 milhões.

Sofisticado, o empreendimento terá um jardim vertical com 65 metros, sistemas modernos de segurança e infraestrutura e uma vista privilegiada do lago Paranoá. Os executivos do Banco do Brasil trabalham na capital federal em um prédio inaugurado na década de 1980.

Venda milionária

A mudança para o prédio novo vai permitir a venda, no início do próximo ano, da última sede do BB e mais dois terrenos em Brasília, com lance mínimo de R$ 180 milhões. Até junho de 2016, o BB vai encerrar contratos de aluguel de outros oito imóveis.

Quando o processo de “realinhamento de áreas corporativas” estiver concluído em Brasília, daqui a três anos, a estimativa é que os gastos com aluguel das sedes administrativas passe para R$ 14,5 milhões. Essa conta inclui o prédio na capital, que continuará alugado de um fundo administrado pelo Votorantim, por ser considerado uma marca do banco em Brasília.

Esse edifício e a nova sede terão capacidade para 9.852 funcionários até julho de 2016. A capacidade dos três prédios atuais é de 8.834. O BB calcula uma economia de 16,7%. Se optasse pela reforma dos atuais prédios, gastaria R$ 127 milhões, segundo a Diretoria de Apoio aos Negócios.

De acordo com um alto executivo do banco, a ideia é vender, ao longo dos anos, todo o patrimônio imobiliário, com exceção dos centros culturais e tecnológicos, seguindo uma tendência das grandes empresas, que com o aluguel evitam despesas de manutenção.

O processo foi iniciado em 2004, quando o BB vendeu a um fundo administrado pela Caixa uma das sedes em Brasília e um edifício no Rio. O negócio rendeu, à época, R$ 126 milhões. No ano passado, o BB vendeu outros imóveis, incluindo 55 agências e outra sede em Brasília, para um fundo administrado pelo Votorantim, por R$ 1,4 bilhão. Os atuais imóveis do BB, incluindo os prédios históricos dos CCBBs, valem contabilmente R$ 4,5 bilhões, conforme o último balanço. A manutenção é estimada em R$ 7,5 bilhões para os próximos cinco anos.

 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Pátria e Blackstone assumem Alphaville

 

Pátria e Blackstone assumem Alphaville

Valor Econômico, Chiara Quintão, 10/dez

As gestoras de fundos de private equity Pátria Investimentos e Blackstone Real Estate Advisor assumiram, ontem, oficialmente, o controle da empresa de loteamentos Alphaville Urbanismo. Depois de seis meses do anúncio da venda de 70% da loteadora pela Gafisa para Pátria e Blackstone, a operação foi, finalmente, concluída. "Tudo saiu, absolutamente, conforme o previsto, inclusive o prazo", afirma o sócio da Pátria, Ricardo Scavazza. A Gafisa continuará com 30% de Alphaville.

 

Pátria e Blackstone pagaram R$ 1,25 bilhão pela fatia adquirida (50% de cada uma), mas o total que entrou no caixa da Gafisa, ontem, foi de R$ 1,54 bilhão. A diferença de R$ 290 milhões se refere a pagamento de dividendos à Gafisa por Alphaville, segundo acordo definido na operação. O lucro esperado da transação, líquido de impostos e despesas relacionadas, é de R$ 458,6 milhões.

 

Alphaville foi avaliada por R$ 2 bilhões. Ficou definido, na negociação, que seriam descontados os R$ 290 milhões dos dividendos do total, o que resulta em R$ 1,71 bilhão. A fatia a ser paga por 70% de Alphaville foi calculada a partir desse valor, no qual incidiu ainda a correção da Selic referente ao período desde o anúncio do negócio.

 

Pátria e Blackstone assumem Alphaville com o horizonte de ficar pelo menos dez anos à frente da empresa e com discurso de continuidade das operações e das metas. "Alphaville é líder absoluta em loteamentos e uma das mais atrativas empresas do mercado imobiliário em geral, com uma marca excelente. Acreditamos muito na estratégia atual", diz Scavazza, que assumiu a função de vice-presidente financeiro.

 

Marcelo Willer, que era diretor-superintendente de Alphaville, assumiu o cargo de presidente. O time de executivos será reforçado com Guilherme Puppi (ex- Cyrela Brazil Realty), como diretor financeiro e de relações com investidores, e Frederico Barros, como diretor de controladoria. Puppi e Barros fazem parte dos quadros do Pátria.

 

Segundo o presidente de Alphaville, as conversas com Pátria e Blackstone sinalizam que as atenções estarão voltadas para a qualidade dos produtos e das margens. "Teremos o cuidado de não repetir o que as incorporadoras fizeram ao crescerem acima de suas capacidades", diz Willer. Um "crescimento muito agressivo" poderia ter impactos sobre a marca Alphaville, segundo o diretor do Blackstone, David Roth.

 

Cada uma das gestoras de private equity terá dois assentos no conselho de Alphaville. Desde ontem, os conselheiros representantes da Pátria são Scavazza e Olímpio Matarazzo Neto. Blackstone é representado por Roth e por Kevin Dinnie. Os conselheiros indicados por Gafisa são Odair Senra e André Bergstein, respectivamente, presidente do conselho da incorporadora e diretor financeiro e de relações com investidores. Conforme o presidente de Alphaville, as regras de governança adotadas na gestão da Gafisa terão continuidade.

 

Na Gafisa, a principal destinação dos recursos recebidos será o pagamento de dívidas corporativas que venceriam até o fim de 2014. Segundo o presidente da empresa, Duilio Calciolari, pelo menos R$ 700 milhões serão direcionados para essa finalidade, o que permitirá quitar 70% da dívida corporativa com vencimento no período. A alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido será reduzida de 126% para 48%.

 

Cerca de R$ 100 milhões irão para o pagamento de juros sobre capital próprio e dividendos. A Gafisa terá também um programa de recompra de até 32,938 milhões de ações. O restante dos recursos decorrentes da venda do controle de Alphaville será utilizado para capital de giro.

 

Em 2014, a Gafisa será uma empresa com Valor Geral de Vendas (VGV) de lançamentos de R$ 3 bilhões, informa Calciolari. "A partir daí, o crescimento será correspondente ao do PIB [Produto Interno Bruto] mais inflação", diz o presidente da incorporadora. Juntas, as divisões Gafisa e Tenda vão lançar R$ 2,5 bilhões, com participações de R$ 1,7 bilhão a R$ 1,8 bilhão, e de R$ 700 milhões a R$ 800 milhões, respectivamente. O valor restante corresponde à participação de 30% da Gafisa em Alphaville.

 

No momento, está havendo a separação do chamado "back office" (financeiro, contas a pagar e a receber) de Alphaville do da antiga controladora, o que deve ser concluído até o fim do primeiro semestre de 2014. Essa separação, assim como a cisão do "back office" de Gafisa e Tenda, faz parte da reestruturação administrativa em curso na incorporadora, conforme Calciolari. "Estamos preparando uma situação que permita a flexibilidade dos dois negócios [Gafisa e Tenda], assim como ocorreu com Alphaville", diz o presidente da empresa. Questionado se isso pode significar venda de alguma das divisões, o executivo respondeu que "pode significar qualquer coisa".

 

Além da dupla Pátria e Blackstone, participaram da disputa por 70% de Alphaville o bloco formado por Equity International (EI), do investidor Sam Zell, e pela GP Investimentos; a Hemisfério Sul Investimentos (HSI) e a gestora de fundos de private equity VBI Real Estate.

 

A parceria entre Pátria e Blackstone pode não parar na aquisição de Alphaville. "Somos investidores globais no mercado imobiliário. Se houver oportunidades, gostaríamos de fazer outras aquisições juntamente com o Pátria", diz o executivo da Blackstone.

 

Futuramente, o desinvestimento das gestoras de private equity em Alphaville poderá ocorrer por meio do lançamento inicial de ações (IPO) da loteadora. A abertura de capital vem ocorrendo, nos Estados Unidos, em controladas da Blackstone. Haverá, por exemplo, IPO do Hilton Worldwide Holdings, uma das empresas do portfólio do Blackstone Group.

 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Não há risco de bolha imobiliária no Brasil, afirma Sinduscon-SP

Por Chiara Quintão | Valor

SÃO PAULO  -  Não há riscos de bolha imobiliária no Brasil, porque o cenário do país é muito diferente daquele dos Estados Unidos há alguns anos, considerou o vice-presidente de economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP), Eduardo Zaidan. Não há, por exemplo, de acordo com Zaidan, descasamento do valor do imóvel com o do financiamento, e a segunda hipoteca não é comum.

Na avaliação da coordenadora de projetos de construção da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ana Castelo, o que ocorre são micro bolhas, em mercados em que um grande número de investidores comprou imóveis na planta com o objetivo de revendê-los com expressiva valorização quando fossem concluídos. “Onde a bolha foi mais forte, chegou a estourar, como é o caso de Brasília”, disse a representante da FGV. Brasília é um dos mercados em que o setor registrou maior volume de estoques.

Conforme Zaidan, os preços dos imóveis vão subir de acordo com a inflação média e com a produtividade da renda real, em 2014, e não tanto quanto no passado. "Ainda aposto num vigor para 2014 no mercado imobiliário em São Paulo e no Rio de Janeiro", disse Zaidan.

O presidente do Sinduscon-SP, Sergio Watanabe, citou que já ocorreu a fase de excesso de estoques em São Paulo e que os lançamentos estão voltando a crescer. "O mercado imobiliário é muito resistente. Não vai ocorrer queda nominal de preços", disse Watanabe.

Em relação ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, o presidente do Sinduscon-SP afirmou que não há previsibilidade do que irá ocorrer após as eleições. "O governo entende que não precisa dar essa previsibilidade para o investidor", disse Watanabe. Segundo ele, essa é a razão pela qual não há empreendimentos imobiliários no Brasil no porte dos que ocorrem no México.

 

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