sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Investidor já pode reservar cotas do fundo imobiliário TRX Edifícios Corporativos - BOL Notícias

Investidor já pode reservar cotas do fundo imobiliário TRX Edifícios Corporativos

SÃO PAULO – A reserva para a oferta inicial de cotas do fundo imobiliário TRX Edifícios Corporativos começou no dia 21 de setembro e vai até 18 de outubro.

O investimento mínimo é de R$ 1 mil, correspondente a 10 cotas com valor inicial de R$ 100 cada. Entretanto, o valor pode ser menor dependendo do rateio após o período de reservas, o que dependerá da demanda. Não há limite máximo para investimentos. A gestão ficará a cargo da TRX Gestora.

Carteira do fundo
Os recursos obtidos na oferta serão utilizados para aquisição de três imóveis, e o objetivo é obter rendimento com as receitas de aluguel dos empreendimentos. Os imóveis que devem fazer parte da carteira são o edifício "Petrobras", localizado na cidade de Macaé, inaugurado em 2007 e que está inteiramente locado para a petrolífera. O atual proprietário é a Atlântico Offices Incorporadora e Administradora de Créditos Imobiliários S.A.

Outro imóvel, da GT Participações, se localiza no bairro de Santo Amaro, em São Paulo em um terreno de 4.069 m2 e está 100% locado para a Peugeot, em um contrato de 10 anos que se iniciou em 2009.

Outro objetivo do fundo é aquisição do imóvel "Schahin", localizado na Vila Mariana, também em São Paulo. O imóvel também será 100% locado pelo grupo Schahin, seu atual proprietário.



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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cotas dos fundos imobiliários que estrearam em 2012 valorizaram até 62%; veja lista

http://www.infomoney.com.br/onde-investir/investimentos-imobiliarios/noticia/2569740/Cotas-dos-fundos-imobiliarios-que-estrearam-2012-valorizaram-ate-veja

Outro dado que chama atenção é que, no dia de estreia, a maioria das cotas também apresentaram valorização

Por Diego Lazzaris Borges 

|13h03 | 26-09-2012

 

SÃO PAULO - O mercado de fundos imobiliários continua apresentando bons retornos para os investidores. Dos 16 fundos que estrearam na bolsa de valores este ano, todos registram valorização das cotas. Um dos destaques é o fundo Polo, da Polo Capital, cujas cotas valorizaram 62,5% desde o início das negociações na bolsa, em junho deste ano. O fundo Áquila também apresenta forte valorização - desde o dia que as cotas começaram a ser negociadas na bolsa, no dia 20 de junho, o valor de mercado deste fundo já avançou 47,5%.

Outro dado que chama atenção é que, no dia de estreia, a maioria das cotas também apresentaram valorização, conforme a tabela a seguir:

 

Fundo

Código

  Início

          1º dia

     Último 

    Valorização

          Início

   Segmento

Banrisul Novas Fronteiras

BNFS11

         R$ 100

                R$ 111

         R$ 111

                 11%

           25/09/12

  Ag. Bancárias

BM Edifício Galeria

EDGA11B

R$ 100

R$ 114,00

R$ 110,90

10,90%

12/09/12

    escritórios

Shopping Jardim Sul

JRDM11B

R$ 100

R$ 107,50

R$ 108,30

8,30% 

11/09/12

    shoppings

Kinea II Real State Equity

KNRE11

R$ 1

-

-

-

14/08/12

    incorporação

Vila Olímpia Corporate

VLOL11

R$ 100

R$ 106,40

R$ 110

10,00%

14/08/12

    escritórios

BB Renda de Papéis

RNDP11

R$ 1.000

R$ 1.002,00

R$ 1.002

0,20%

23/07/12

    recebíveis

Personale I 

PRSN11B

R$ 1

-

1,08

8,00%

23/07/12

        -

Rio Negro

RNGO11

R$ 100

R$ 108,00

R$ 108,95

8,95%

23/07/12

escritórios/galp.

VBL FL 4400

FVBI11B

R$ 100

R$ 104,00

R$ 118

18,00%

03/07/12

    escritórios

Polo FII

PLRI11

R$ 100

-

R$ 162,50

62,50%

21/06/12

   recebíveis

Áquila

AQLB11B

R$ 1.000

-

R$ 1.472

47,20%

20/06/12

   incorp /galp

Maxi Renda

MXRF11

R$ 100

R$ 98,70

R$ 117

17,00%

18/05/12

   recebíveis / FII

Renda de escritórios

RDES11

R$ 100

R$ 106,00

R$ 112,80

12,80%

13/04/12

   escritórios

The One

ONEF11

R$ 1.050

-

R$ 1.102

4,95%

01/03/12

   escritórios

BM Brascan Lajes Corporativas

BMLC11B

R$ 100

-

R$ 124

24,00%

14/02/12

   escritórios

BM Cyrela Thera Corporate

THRA11B

R$ 100

-

R$ 109

9,00%

16/01/12

    incorp/escrit

* InfoMoney

Dividendos mensais
É importante lembrar que a valorização das cotas na bolsa é apenas uma das maneiras de ganhar com os fundos imobiliários, que têm como principal atrativo o pagamento dos aluguéis para os cotistas. Além de ganhar com a valorização das cotas quando as vende, o investidor ainda recebe mensalmente parte das receitas que o fundo atinge com o pagamento de aluguéis pelos inquilinos.

 

São Paulo ganha novo endereço corporativo, o mais caro da cidade

Brasil Econômico, Cintia Esteves, 27/set

Tecnisa é a única empresa que ocupa um dos andares do edifício, que já virou até cenário de novela: BTG, Google e BVA se mudarão para lá em breve

Por enquanto, a entrada mais movimentada do edifício Pátio Victor Malzoni, dono do metro quadrado comercial mais caro de São Paulo, é a dos fundos. Por lá, passam os trabalhadores responsáveis pela montagem dos luxuosos escritórios de empresas como Google, BTG Pactual e banco BVA. Pelos corredores do condomínio, as companhias travam uma verdadeira corrida de carrinhos de mão na tentativa de ocupar seus espaços o quanto antes.

Não é por menos. O prédio ficou pronto em dezembro de 2011, mas só recebeu o Habite-se em agosto. E se dizem que quando a casa é de ferreiro o espeto é de pau, a Tecnisa, outra inquilina do prédio, provou o contrário. A incorporadora, acostumada com obras comerciais e residenciais, foi a única até o momento que já iniciou suas atividades.

Quem passa ao lado do edifício não consegue deixar de notar a construção. A fachada toda de vidro e o imenso vão entre as duas torres fizeram o condomínio entrar para a coleção de cartões postais da cidade. E a fama se transformou em mais uma fonte de renda ao grupo Victor Malzoni, proprietário do condomínio. Recentemente, o espaço foi alugado para gravações da próxima novela das 19h da rede Globo, Guerra dos Sexos. "É comum que empreendimentos de destaque apareçam em programas de televisão", afirma José Albuquerque, diretor de negócios da Brookfield. A incorporadora comprou o terreno localizado na Av. Brigadeiro Faria Lima em sociedade com o grupo Victor Malzoni, mas em maio de 2010 vendeu sua parte da obra por R$ 600 milhões, ficando encarregada apenas da construção. O valor pago corresponde a R$ 17,6 mil por metro quadrado, fazendo desta a transação imobiliária a mais cara já vista na cidade.

Este, que foi o último terreno a ser ocupado na avenida Faria Lima, deu lugar a um empreendimento de altíssimo padrão, cujo metro quadrado para locação está em torno de R$ 200, o que dá uma despesa de R$ 54 mil mensais para a menor das unidades, de 270 metros quadrados. Com 35 elevadores de última geração, cerca de 10 mil pessoas devem passar pelo condomínio diariamente. Para dar conta do movimento, o prédio foi preparado para gerar sua própria energia nos horários de pico.

Toda esta tecnologia convive com uma construção do século XVIII, localizada entre as duas torres do prédio. A casa Bandeirista, tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico (Condephaat), pertencia ao sítio Itaí e teve de ser preservada. "Conciliar uma obra deste porte com as restrições impostas pela antiga casa de bandeirantes foi nosso maior desafio", afirma Albuquerque.

Nada pôde ser construído em um raio de 10 metros da antiga residência. A casa estava em péssimo estado de conservação e foi restaurada durante a obra do condomínio. Mas o esforço foi bem visto pelos condôminos, garante Albuquerque. "As empresas multinacionais, como as que ocupam o prédio, valorização a preservação de patrimônio histórico da cidade", diz. O imóvel também pertence ao grupo Victor Malzoni, e deve se transformar em um centro cultural.

Prédios são marketing para grupos

Fernando Forte, sócio do escritório FGMF Arquitetos, acredita que apesar do grande número de prédios comerciais em construção na cidade, há uma insustentabilidade no uso do espaço urbano. "Temos muitos prédios com índices de ocupação incompletos, que poderiam ser utilizados", explica o arquiteto.

Na opinião dele, o brasileiro sofre da "síndrome do carro zero". "Estar em um prédio novo, mais moderno, caro ou bem localizado, é também uma ação de marketing para as companhias", diz.

De forma geral, prédios comerciais, com exceção de projetos como o edifício Rocha Verá, em São Paulo, que integra espaços de convivência e verde, são muito parecidos, segundo Forte. "Do ponto de vista arquitetônico, não vejo muitas inovações." A tendência, segundo ele, é que os compradores passem a exigir soluções originais no uso do espaço, qualidade e sustentabilidade. "Com os altos preços de venda dos imóveis, dá para inovar muito mais."

 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cotas do fundo imobiliário Banrisul Novas Fronteiras disparam 11% na estreia - InfoMoney

Cotas do fundo imobiliário Banrisul Novas Fronteiras disparam 11% na estreia

Por Diego Lazzaris Borges 

SÃO PAULO – As cotas do fundo imobiliário Banrisul Novas Fronteiras FII (BNFS11) estrearam nesta terça-feira (25) na BM&Fovespa com forte elevação.

De acordo com dados da na bolsa paulista, as cotas encerraram o dia com valorização de 11%, aos R$ 111, mas com apenas cinco negócios efetuados. Ao longo do pregão, a valorização atingiu 15%. O preço de cada cota, na estreia, foi de R$ 100.

Aquisição de agências bancárias
O objetivo do fundo, gerido pela Oliveira Trust, é a aquisição e adaptação de imóveis de varejo para posterior locação ao Grupo Banrisul, mediante a celebração de contratos de locação atípica.

De acordo com o prospecto da emissão inicial, está prevista a aquisição de 24 imóveis de varejo que serão adaptadas e abrigarão agências bancárias, com área construída média de 450,00 m2.



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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Com juro menor, título imobiliário se destaca - Yahoo! Notícias

Com juro menor, título imobiliário se destaca

RIO - A redução dos juros básicos de 11% para 7,5% ao ano desde janeiro está fazendo as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) ganharem mais espaço neste ano no bolso do investidor brasileiro em busca de uma remuneração maior na renda fixa. No último semestre, aumentou em 42% o número de clientes e em 21% o volume aplicado, para R$ 56 bilhões, em relação a dezembro de 2011, segundo o último Censo do Banco Central. Apesar de também afetadas pela queda da Taxa Selic, essas aplicações conseguem oferecer rendimentos superiores aos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e aos fundos DI, porque são isentas de Imposto de Renda (IR). No entanto, especialistas recomendam cuidado já que, dependendo do banco emissor, o papel tem maior risco. Além disso, é uma aplicação com menor liquidez: só é possível reaver o investimento após o vencimento do título.

As LCIs são títulos emitidos por bancos com garantia em créditos imobiliários. Um papel de uma grande instituição - ou seja, com menor grau de risco, mas também menor rendimento -, por exemplo, rende, em média, 6% ao ano, livres de IR. Já um CDB de emissor do mesmo porte, que pague 80% do CDI e que sofre o desconto de 15% a 22,5% de IR ao fim da aplicação, tem ganho líquido anual de 4,65%, se o investimento for resgatado em prazo inferior a seis meses, e de 5,10% em aplicações por mais de dois anos. As simulações foram feitas pelo professor Samy Dana, da Fundação Getulio Vargas, e por Alex Del Giglio, sócio da Prime Finance Investimentos.

- Bancos pequenos oferecem um rendimento melhor de LCI, mas têm maior risco - destaca Dana, da FGV.

Assim como a poupança e os CDBs, as LCIs também são cobertas em até R$ 70 mil pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), caso o banco emissor quebre. Especialistas sugerem, portanto, que o investidor deixe no máximo R$ 70 mil investidos por instituição. É o caso do bancário Victor Marques, de 27 anos, que começou a investir em LCIs há cerca de dez meses, quando as principais ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sofreram fortes perdas com a fase mais crítica da crise europeia. Ele também não aplica em LCIs com prazo de vencimento superior a 12 meses, porque redireciona seus investimentos de ano em ano.

- Procuro filtrar pelo rendimento médio que está dando e pelo rating (avaliação de risco de crédito) - diz Marques.

Investimento a partir de mil reais

O administrador de empresas Matheus Massari, de 33 anos, sacou seus investimentos em CDBs e aplica em LCIs há cerca de dois anos. O objetivo é guardar dinheiro para a aposentadoria. Já o funcionário público Leonardo Jamus Batista, de 44 anos, aplica em LCIs que expirem em no máximo seis meses. Busca um rendimento para ajudar a comprar um imóvel:

- Prefiro prazos curtos, porque sempre quis ter liquidez rápida para qualquer imprevisto.

É possível aplicar em LCIs com R$ 1 mil e vencimento em um mês. Mas esses títulos mais baratos e curtos costumam ser distribuídos por corretoras e emitidos por bancos pequenos ou médios. Nos grandes bancos de varejo, só costumam ser oferecidos aos clientes de alta renda.

- Como é um título muito disputado pelo segmento private, sobra pouco para o investidor de menor poder aquisitivo - diz Myrian Lund, professora da FGV.

- O ideal é ter LCIs e CDBs de vários emissores e isso o cliente de prateleira de banco não consegue. Só em corretoras - diz Ricardo Corrêa, analista da corretora Ativa.

Certificados de recebíveis imobiliários em alta

No Itaú, por exemplo, a LCI só é oferecida aos clientes de alta renda ou private, segundo o superintendente de Private Banking da instituição, Charles Ferraz. Ele diz, no entanto, que a procura já dá sinais de queda.

- A procura por LCI caiu, porque o cliente questiona ativos ligados ao CDI. Mas, dentre eles, continua sendo bem atraente por conta da isenção tributária - diz Ferraz.

De acordo com o executivo, a procura dos clientes mais abastados tem aumentado por outro tipo de título de crédito imobiliário, o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), tipo de papel que só costuma ser oferecido para investidores qualificados, com patrimônio superior a R$ 300 mil, que normalmente é também o preço mínimo para comprar o produto. Os CRIs também têm lastro em créditos imobiliários, mas são emitidos apenas por companhias securitizadoras e não têm cobertura do FGC. Além disso, os riscos são mais elevados, assim como os rendimentos. Apesar de contar com um mercado secundário negociado pelas corretoras e bancos na Cetip ou na BM&FBovespa, é difícil repassar o produto para outros compradores, segundo analistas. Autoridades costumam recomendar aos investidores observar a origem e a diversificação dos créditos ao analisar um CRI, especialmente a seção "fatores de risco".

- É importante conhecer quem são gestores e administradores, o histórico de atuação e qual é a destinação dos recursos - diz Paulo Cirulli, gerente de Produtos da BM&FBovespa.



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Itaú propõe incentivo fiscal à abertura de capital na Bolsa - Panorama Brasil

Itaú propõe incentivo fiscal à abertura de capital na Bolsa

O Banco Itaú BBA propôs ontem que o governo federal  ofereça incentivos fiscais para que as empresas possam abrir capital na Bolsa de Valores de São Paulo. A instituição atende 2.500 empresas com porte para captar recursos no mercado de capitais, e outras 5 mil empresas atendidas pelo segmento Itaú Empresas que poderiam ter acesso ao Bovespa Mais, o mercado dedicado às pequenas e médias empresas.

"O incentivo para a abertura de capital na Bolsa pode ser vantajoso ao governo para o País ter recursos para crescer, a isenção fiscal facilitaria o mercado de acesso. E os custos ao governo seriam pequenos ante os benefícios. Numa captação de R$ 2 bilhões para investimentos, a renúncia fiscal seria irrisória, R$ 150 milhões", exemplificou o vice-presidente executivo do Itaú BBA, Jean-Marc Etlin, no Congresso Nacional de Executivos de Finanças.

Ele argumenta que se o mercado de capitais não continuar se desenvolvendo, vamos ter dificuldade no futuro para captação e o número de aberturas de capital (IPOs) continuará pequeno. "Ainda vai demorar uns 10 anos para repetir o ano de 2007 em número de IPOs [64 operações], quando houve entusiasmo com o mercado brasileiro antes da crise de 2008", lembrou. 

O vice-presidente citou que após os benefícios para a emissão de certificados de recebíveis imobiliários (CRI), o mercado de construção civil se desenvolveu. "A cada mês, ou mês e meio, temos uma operação de CRI saindo no mercado".

Ao DCI, Jean-Marc afirmou que o calendário apertado de 2012 já não permitirá que o número de 11 aberturas de capital na Bolsa no ano passado seja superado. "Esperamos a recuperação das operações no próximo ano", observou.

Enquanto isso, o executivo diz os fundos de investimentos em participações (private equity) podem ajudar na preparação das empresas em governança corporativa. "Tenho uma visão otimista, mas ainda estamos na infância do mercado de capitais no Brasil".

O sócio da Advent no Brasil, Patrice Etlin, calcula que os fundos de private equity possuem US$ 11 bilhões para investir no Brasil em 2012. "Os setores mais promissores são varejo, consumo, educação, serviços financeiros, infraestrutura e óleo e gás, além de portos e aeroportos, mas evita-se commodities e real estate [setor imobiliário]", notou Patrice.

Mas ele alerta que as recentes intervenções do governo federal nas concessões do setor elétrico afetou a imagem do País no exterior. "O investidor precisa de confiança para aportar capital."

Indiretamente, o vice-presidente do Itaú BBA criticou a atuação do governo federal no fomento às empresas. "O BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] é muito focado em renda fixa. O dia que não falarmos mais de CDI [certificado de depósito interbancário] teremos um mercado maduro no Brasil. O México consegue emitir títulos de 30 a 40 anos com taxa fixa", comparou o executivo.

Jean-Marc acredita que a BM&FBovespa poderá atrair empresas da América Latina para abrirem capital no Brasil. "Há vários esforços para trazer empresas da Colômbia e da Argentina, e de outros países para listarem BDRs [recibos de ações de empresas estrangeiras no Brasil] aqui", disse o vice-presidente aos jornalistas, sem citar as companhias latino americanas interessadas no mercado nacional.

Presente ao evento, o economista-chefe da consultoria internacional PwC em Londres, John Hawksworth, projetou que o Brasil poderá ser a quarta maior economia do mundo em 2050. "No futuro, o Brasil poderá ser um mercado maduro, muito semelhante ao da Alemanha hoje."

Mas algumas variáveis podem afetar essa projeção, a volatilidade dos preços das commodities, o balanço fiscal da dívida pública e a capacidade de investimentos e de produção em custos competitivos. "Vai depender da capacidade de aumentar a poupança interna no Brasil", condicionou.

Na lista do economista-chefe, em 2050 a China será a maior economia do mundo, seguido por Estados Unidos, Índia, Brasil, Japão, Rússia, México, Alemanha, Reino Unido e Indonésia.

Bancos médios

Em entrevista exclusiva ao DCI, o presidente do Banco Indusval, Manoel Félix de Cintra Neto, considerou que a liquidação do Banco Cruzeiro do Sul na semana passada não deve afetar as demais instituições financeiras de pequeno e médio porte. 

"A redução do compulsório vai liberar recursos para que os bancos adquiram títulos das instituições menores, e os grandes sabem em quais instituições podem confiar. Casos como o do Cruzeiro do Sul e do PanAmericano são exceções", afirmou.

Segundo o presidente do Indusval, o governo federal criou 'artérias" para irrigar com liquidez as instituições. "O DPGE 2 [depósito a prazo com garantia especial] vai solucionar os problemas com o crédito consignado e o CDC [crédito direto ao consumidor] para veículos, e talvez possa resolver a captação de recursos para fornecer crédito para as pequenas e médias empresas", aponta Félix de Cintra Neto.



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domingo, 23 de setembro de 2012

Fundos imobiliários passam por revolução, dizem especialistas

Fundos imobiliários passam por revolução, dizem especialistas

REINALDO CHAVESCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mercado de fundos de investimento imobiliário começaram a se desenvolver no Brasil apenas a partir de 2009. Hoje existem 80 fundos listados no país. Ano passado, eles movimentaram R$ 912 milhões. Neste ano, até agosto, já somam R$ 1,6 bilhão.

A 12ª Conferência Internacional da Lares (Latin American Real Estate Society) tratou do tema numa plenária especial com especialistas do setor e acadêmicos, que consideraram que os fundos atravessam uma pequena revolução no Brasil atualmente.

Os fundos de investimento imobiliário têm como atrativo a isenção de Imposto de Renda no rendimento. O IR é cobrado apenas no ganho de capital, ou seja, é cobrado 20% quando ocorre a venda. As vendas de cotas já podem ser realizadas no Brasil em ambiente de bolsa.

O diretor de fundos imobiliários da Rio Bravo Investimentos, José Alberto Diniz, afirma que o setor foi muito beneficiado com as recentes quedas na taxa Selic, que hoje está em 7,5% ao ano.

"A Selic rendia muito no Brasil , os fundos não conseguiam atrair muitos investidores. Hoje conseguimos fazer emissões de até R$ 200 milhões de uma vez, antes eram de R$ 50 milhões, uma pequena revolução. Com uma rentabilidade de 8%, 9%, os fundos imobiliários ficaram muito atrativos", diz.

AVANÇOS E DESAFIOS

Os fundos imobiliários são produtos de renda variável, normalmente de longo de prazo, como dez anos. Eles também têm riscos, como a vacância de imóveis e os comportamentos inesperados nos preços dos aluguéis.

O diretor da XP Investimentos, Rodrigo César Dias Machado, cita também as vantagens dos fundos em relação à compra de um imóvel para investir. "Não há incidência de IR, as cotas do fundo podem ser negociadas facilmente na bolsa, os investidores podem comprar a participação em imóveis de alta renda, o investidor pode negociar suas de casa por meio do 'home broker' e os fundos têm profissionais especializados que analisam o setor constantemente", destaca.

Ele também ressalta que o mercado deve ganhar muita musculatura este ano no Brasil também porque foi criado recentemente na BM&FBovespa o índice IFIX, para medir o desempenho dos fundos imobiliários. O mercado também aguarda para este ano uma nova norma da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que vai permitir ao setor contratar formadores de mercado.

O papel de formador de mercado pode ser desempenhado por corretoras, distribuidoras de valores, bancos de investimento ou bancos múltiplos com carteira de investimentos, que, ao se credenciarem para exercer essa função, assumem a obrigação de colocar no mercado, diariamente, ofertas firmes de compra e venda para uma quantidade de ativos predeterminada e conhecida por todos. A grande utilidade disso é aumentar a liquidez do mercado.

O professor titular do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP João da Rocha Lima Jr., no entanto, também ressalta que o setor ainda precisa de mais desenvolvimento interno.

"Há formas ainda pobres de fazer fundos no Brasil . O imóvel é apenas escolhido e dividido em pequenas frações para o investidor, o que traz todo o risco do produto. Em mercados muito desenvolvidos como dos Estados Unidos, os fundos trabalham com portfólios. Isso é melhor porque o risco passa a ser setorial, mas diluído", aponta.



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Apple paga R$ 1 milhão em aluguel de nova sede em SP - EXAME.com

Apple paga R$ 1 milhão em aluguel de nova sede em SP - EXAME.com

São Paulo - A Apple deve ocupar, em breve, uma nova sede em São Paulo. A empresa mais valiosa do mundo acaba de fechar contrato com a incorporadora Yuny para o aluguel de seis salas do luxuoso edifício comercial Infinity Tower, localizado no bairro do Itaim Bibi e entregue em fevereiro. O prédio é um dos mais cobiçados da categoria 'triplo A' da capital paulista – a mais alta denominação usada para classificar a arquitetura e a engenharia de edifícios comerciais. Após firmar um contrato de locação de cinco anos, a Apple começará pagando nada menos que 1 milhão de reais ao mês para habitar o local, de acordo com informações obtidas pelo site de VEJA na Junta Comercial de São Paulo.

Projetado pelo escritório de arquitetura Aflalo & Gasperini, em parceria com o americano Kohn Pedersen Fox (KPF), o Infinity Tower é uma torre de 18 andares e 75 mil metros quadrados. A obra foi executada pela Método Engenharia e levou cerca de dois anos para ser concluída.

A Apple não será a única habitante ilustre do edifício. Por lá já estão os bancos Credit Suisse e Goldman Sachs, além da Bloomberg, da Louis Vuitton e do Facebook. Ao mudar-se para o Infinity, a gigante da tecnologia deixará seu escritório de quatro salas em um edifício comercial mais modesto na Avenida Cidade Jardim, também no Itaim Bibi.

Nova fase – A mudança para o Infinity marca uma nova etapa da Apple no Brasil. O modus operandi discreto prossegue, mas a operação alça voos cada vez mais altos. Depois de viabilizar a produção de iPhones e iPads na planta da Foxconn de Jundiaí (SP) e exportar parte da produção brasileira para o Mercosul, a empresa americana fechou novo contrato com a taiwanesa. Em 2013, a Foxconn montará nova fábrica no país, desta vez na cidade de Itu (SP). A missão dela será produzir componentes para smartphones e tablets, que atualmente são importados da China. Com a nova planta, será possível produzir um iPad quase 100% nacional – apenas os transistores TFT, essenciais para a ótima qualidade de imagem do aparelhos, continuarão a ser importados.

O avanço da Apple, nos últimos meses, contabilizou ao menos um revés. A companhia perdeu seu diretor-presidente, Alexandre Szapiro, para a Amazon, segundo informações do jornal Valor Econômico. O site de VEJA apurou que Szapiro foi o grande intermediador da criação de um centro de produção para aparelhos da Apple no Brasil – e, justamente por essa razão, foi chamado pela Amazon. De acordo com fontes que a assessoram, a fabricante do Kindle no Brasil também estuda a viabilidade de produzir seu tablet no país utilizando, também, a planta da Foxconn.



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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Setor imobiliário defende criação de novas fontes de financiamento

21/09/2012
Autor: Vivian Pereira
Fonte: Reuters

São Paulo – Representantes do mercado imobiliário alertaram nesta quinta-feira para a necessidade de se desenvolver novas fontes de financiamento ao setor, em meio à crescente demanda por imóveis residenciais, apoiada em fatores como desemprego na mínima histórica, déficit habitacional elevado e aumento de renda.

“Temos desafios pela frente, o mais importante deles é como assegurar recursos de forma mais inteligente conforme o mercado vem demandando”, disse o vice-presidente de governo da Caixa Econômica Federal, José Urbano Duarte, em seminário promovido pela associação que representa o crédito imobiliário no país, Abecip.

Ele assinalou, entretanto, que a caderneta de poupança deve se manter como a principal fonte de financiamento à compra de imóveis, se distanciando dos temores de que seus recursos se esgotariam no curto prazo.

“Independentemente do uso de novas alternativas, a poupança não se extingue como ‘funding’”, afirmou Duarte. “Pode ficar mais cara para ser contratada como operação, mas continuará sendo uma forma de investimento importante e que vem se desenvolvendo.”

O presidente da empresa de securitização de recebíveis imobiliários Cibrasec, Onivaldo Scalco, ponderou que “embora a poupança seja perene, não vá se esgotar, se imaginarmos que o ritmo de contratações se mantenha como o atual, esse funding não será suficiente”.

Além de garantir mais recursos à indústria, a criação de novas fontes de financiamento se mostra necessária para diversificar as opções de investimentos.

Dentre as alternativas, os fundos imobiliários, embora ainda recentes, são apontados como um dos instrumentos com maior potencial de crescimento.

“O fundo é o veículo de investimento mais adequado para participar da indústria imobiliária”, disse o sócio e gestor de fundos de incorporação imobiliária da Kinea, Carlos Martins. “É possível carregar ativos, desenvolver projetos… Além da vantagem fiscal, do ponto de vista da pessoa física, de isenção de Imposto de Renda.”

Além dos fundos, os profissionais destacaram como duas frentes para complementar os recursos de crédito habitacional a securitização de recebíveis e os “covered bonds”, tradicionalmente usados na Europa, que funcionam como uma espécie de Letra de Crédito Imobiliário emitida por bancos.

 

 

Poupança continuará como principal financiadora do crédito imobiliário - Mercados - iG

Poupança continuará como principal financiadora do crédito imobiliário

Agência Estado

A poupança continuará sendo a principal fonte do funding para o crédito imobiliário nos próximos anos, avaliou Júlio Cesar Carneiro, chefe adjunto do Departamento de Normas do Banco Central. Segundo ele, a captação da poupança não foi afetada pela mudança ocorrida recentemente na remuneração da caderneta. "A população entendeu bem a medida e os depósitos cresceram. A poupança será a principal fonte do crédito por um bom tempo", disse nesta quinta-feira durante seminário promovido pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Leia também:  Lei que muda poupança também facilita portabilidade de empréstimo imobiliário

O executivo do Banco Central observou que entre maio e agosto de 2012, meses seguintes às alterações na remuneração, a captação da poupança totalizou R$ 23,1 bilhões no País. O montante é bem superior ao registrado no mesmo período do ano passado, de R$ 7,2 bilhões.

Ele ponderou, no entanto, que é necessário fomentar o desenvolvimento de outros instrumentos para compor o funding do crédito imobiliário, que segue em rota de crescimento. "Se temos que incentivar o crédito imobiliário entre instituições de menor porte, esses instrumentos têm que ser trabalhados", afirmou, referindo-se às Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), entre outros. Carneiro acrescentou que está em avaliação no Banco Central a criação de covered bonds, que são títulos com lastro nos financiamentos imobiliários. O instrumento, porém, ainda não tem data para chegar ao mercado.

Para Carneiro, o mercado imobiliário brasileiro está fundamentado em bases sólidas, com baixa inadimplência e atendendo em grande parte as recomendações internacionais. Para ele, entretanto, faltam indicadores sobre crédito imobiliário, originação dos recursos e preços dos imóveis. O executivo disse que está em estudo por outras instituições a criação de um índice de preços. Atualmente, há apenas o Índice Fipezap, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a partir de anúncios no site Zap, e não de negócios fechados.

O executivo também afirmou que existe uma tendência de relaxamento das exigências para concessão de crédito à medida que cresce o volume de financiamentos. Segundo Carneiro, é preciso seguir verificando a renda dos mutuários e seus limites de endividamento com o objetivo de evitar complicações nos pagamentos. A inadimplência do setor está decrescente.



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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

IFIX ajuda a balizar fundos imobiliários

https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/9/19/ifix-ajuda-a-balizar-fundos-imobiliarios

Aqueda das taxas de juros nos últimos 12 meses causou impacto na rentabilidade dos fundos imobiliários. A redução do custo de oportunidade combinada com a valorização generalizada dos imóveis e elevação dos aluguéis teve como consequência o aumento do preço de mercado das cotas dos fundos existentes, o que rendeu ganhos de capital para quem já investia na modalidade.

Hoje são 163 carteiras registradas na CVM com variadas estratégias de investimento. No total, somam patrimônio líquido superior a R$ 30 bilhões. Dessas, 82 possuem cotas negociadas na bolsa, com diferentes graus de liquidez.

Para aumentar a transparência do mercado e atrair mais aplicadores para essa alternativa de investimento, a BM&FBovespa acaba de lançar o Índice de Fundos de Investimento Imobiliários, o IFIX. Desde janeiro de 2011, quando o valor do índice foi calculado pela primeira vez, até o fim de agosto - a última cota divulgada - a rentabilidade do IFIX foi excepcionalmente alta, chegando a 50,55%.

No mesmo período, o Ibovespa teve queda de 17%; o CDI subiu 20%; e o IMA-B, índice que mede a rentabilidade dos títulos públicos indexados à inflação, subiu 35%.

O novo indicador da bolsa mede a rentabilidade de 44 fundos imobiliários, escolhidos entre os mais frequentemente negociados e com maior volume financeiro de transações. Os fundos são reunidos como se formassem uma carteira teórica diversificada. Aqueles com maior liquidez possuem peso maior nessa carteira.

A rentabilidade do IFIX considera o retorno total do investimento, ou seja, incorpora tanto os ganhos com a valorização da cota de cada um dos fundos que formam o índice quanto o total dos rendimentos distribuídos por esses fundos ao longo do tempo. Para o investidor em fundos imobiliários, o cálculo preciso da rentabilidade total da aplicação é sempre complexo.

Como a maioria dos fundos imobiliários distribui rendimento mensalmente - referente ao repasse do recebimento dos aluguéis dos imóveis que estão na carteira -, é preciso um controle adicional para considerar todos os ganhos da aplicação. A metodologia do IFIX busca solucionar essa questão.

Toda vez que um rendimento é distribuído, representando um ganho em dinheiro para o cotista do fundo imobiliário que fez a distribuição, o valor de mercado da cota daquele fundo é recalculado na carteira do IFIX. O objetivo é não desprezar os ganhos com a distribuição de rendimentos e eliminar eventuais distorções que podem impactar a variação diária da cota do fundo.

Apesar do curto histórico do novo índice, é possível verificar que o comportamento do IFIX é cíclico. Nos primeiros seis meses de 2011 o indicador subiu 5,61%. Nos seis meses seguintes a alta foi de 10,32%, acumulando ganhos de 16,51% até dezembro.

No primeiro semestre de 2012, o desempenho dos fundos imobiliários negociados em bolsa foi ainda mais impressionante. O IFIX subiu 22,3% no período, levando a alta acumulada desde 2011 para 42,5%. Nos dois meses seguintes o índice subiu mais 5%, atingido o ganho total de 50% desde o início, conforme ilustra o gráfico abaixo.

Muitos investidores consideram a aplicação em imóveis como sendo uma maneira eficiente para garantir o recebimento de um fluxo de caixa, sempre corrigido pela inflação. Os fundos imobiliários, dependendo da forma como são estruturados, conseguem atender a demanda desse tipo de investidor de forma muito eficiente, inclusive do ponto de vista fiscal.

Além da maior diversificação que os fundos imobiliários conseguem proporcionar aos aplicadores, os rendimentos dos aluguéis dos imóveis integrantes da carteira podem ser repassados para os cotistas sem a tributação do Imposto de Renda. É uma vantagem significativa no longo prazo.

Mas, apesar de as perspectivas para o mercado imobiliário continuarem positivas, parece exageradamente otimista imaginar que o desempenho futuro do IFIX vá repetir o passado. A queda dos juros reais, isto é, a diferença entre as taxas de juros de mercado e a inflação, foi o principal evento que influenciou positivamente a rentabilidade dos fundos imobiliários no período.

Com a queda dos juros reais, muitos investidores correram para os imóveis e fundos imobiliários. Isso explica parte dos ganhos excepcionais. O movimento foi semelhante ao que aconteceu com os títulos públicos indexados à inflação, as Notas do Tesouro Nacional da série B (NTN-B).

Além da rentabilidade, porém, é importante avaliar com atenção os riscos do investimento. O IFIX pode se transformar em um bom parâmetro para comparar o desempenho do mercado de fundos imobiliários com outras alternativas de investimento.

 

Medida estende isenção fiscal para aplicação estrangeira em cri . Imposto de Renda

Fonte: Valor Econômico

Por Vinícius Pinheiro | De São Paulo

O governo estendeu o benefício fiscal concedido às debêntures de investimento e infraestrutura – que contam com isenção de imposto de renda para estrangeiros e pessoas físicas – para os chamados certificados de recebíveis imobiliários (CRI). A medida faz parte da lei que amplia o Plano Brasil Maior, sancionada ontem pela presidente Dilma Rousseff.

O CRI é um título de renda fixa que possui lastro em contratos imobiliários, como aluguéis e financiamentos. Com a norma, o governo equipara o tratamento tributário dos investidores estrangeiros com as pessoas físicas, que já contam com isenção fiscal na aplicação em CRI, afirma a advogada Marina Anselmo Schneider, sócia do escritório Mattos Filho.

A mudança na lei permitirá que desde obras ligadas a infraestrutura até projetos como a construção de galpões e centros de distribuição para futuro aluguel a empresas sejam usados para emissões com isenção fiscal, segundo a advogada. Já os recebíveis de financiamento de imóveis residenciais não devem ser enquadrados na lei, avalia.

De janeiro a agosto, as emissões de CRI somaram R$ 4,7 bilhões, uma queda de 38% em relação ao mesmo período do ano passado. A comparação, porém, acaba distorcida porque operações de grande volume que já estavam fechadas em 2011, como a aquisição de CRI de bancos pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ainda estão em aberto. A expectativa é que essa emissão seja concluída nas próximas semanas.

A inclusão do CRI entre os títulos que contam com o benefício tributário foi feita pelo governo no projeto de conversão da MP nº 563. Havia a expectativa de que os fundos de recebíveis também fossem contemplados na norma, mas o texto final acabou não trazendo novidades em relação ao aprovado no mês passado pelo Congresso (veja quadro). O governo já sinalizou, contudo, que pretende fazer novos ajustes na lei para estimular o financiamento de grandes obras de infraestrutura via mercado de capitais.

Para obter o enquadramento na alíquota zero de IR, as emissões de CRI deverão seguir as mesmas regras das debêntures de investimento e infraestrutura. O prazo médio de vencimento dos papéis precisa ser de pelo menos quatro anos e a remuneração paga aos investidores não pode ser vinculada à taxa do depósito interfinanceiro (DI).

As empresas securitizadoras, responsáveis pela emissão de CRI, veem uma grande demanda dos investidores estrangeiros pelos papéis. Todas as conversas que tivemos no passado esbarraram na questão da tributação, afirma Marcelo Michaluá, sócio-diretor da RB Capital, ao lembrar que, antes da lei, os títulos privados contavam com uma desvantagem em relação aos papéis do governo, que já traziam isenção de IR para estrangeiros.

Michaluá avalia que a parte imobiliária de projetos nas áreas de óleo e gás, transportes e agronegócio podem ser usados como lastro. A RB Capital já realizou aproximadamente R$ 2 bilhões em emissões de CRI de projetos de infraestrutura, vários deles enquadráveis na lei, segundo o executivo.

Para João Paulo Pacífico, sócio da securitizadora Gaia, existe uma grande demanda pelos CRI, tanto por parte dos investidores estrangeiros como de projetos que podem se valer do benefício fiscal. A área de infraestrutura será um dos nossos focos nos próximos anos, afirma.

Pacífico elogia a decisão do governo, mas sugere que, além do CRI, a lei inclua futuramente na isenção tributária os certificados de recebíveis do agronegócio (CRA). Seria uma forma de incentivar um maior número de operações de longo prazo no setor, diz.