terça-feira, 23 de março de 2010

General Shopping prepara expansão de 30% da área

Valor - 23/03/2010 09:50
Graziella Valenti


SÃO PAULO - A General Shopping colocou os projetos de expansão, paralisados em 2008 após a crise, novamente em andamento. O resultado disso é que em 2011 ampliará em cerca de 30% sua área bruta locável, passando de 186 mil metros quadrados para 256 mil mil metros quadrados.

A empresa inaugurará dois shoppings, um em Barueri (SP) e outro no Rio de Janeiro, e aumentará outros dois. " Por causa da crise, os projetos se acumularam " , disse Alessandro Veronezi, diretor presidente e de relações com investidores da General Shopping. O investimento nessa empreitada não é revelado.

Com isso, o executivo não irá às compras neste momento, pois estará focados nos novos empreendimentos. Contudo, acredita que o setor passará por uma consolidação e está aberto a conversas desse tipo, embora não tenha nada em andamento neste momento. " O mercado não vai crescer tão rápido, e a consolidação será necessária. "

No quarto trimestre de 2009, a General Shopping teve lucro líquido de R$ 7,5 milhões, ante R$ 3,4 milhões de igual período de 2008. O avanço reflete, em boa medida, a melhoria nas contas financeiras: a despesa líquida caiu 38,5%, para R$ 9,1 milhões.

A companhia teve receita líquida de R$ 29,1 milhões, equivalente a um aumento de 1,8% sobre 2008. O número do último trimestre do ano passado foi afetado pela mudança na contabilidade do setor. Com isso, a receita dobrada do mês de dezembro (praxe do setor) precisou ser dividida em 12 meses e não pôde ser lançada toda no quarto trimestre como ocorreu em 2008. Sem essa mudança, a empresa teria crescimento de 11,2%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida ajustado) teve alta de 6,2%, na comparação anual, para R$ 22,7 milhões. A margem subiu de 74,9% para 78,2%. " Isso é principalmente ganho de escala " , destaca Veronezi.

A empresa fechou dezembro com dívida bruta de R$ 321,8 milhões e caixa de R$ 22,9 milhões. Como a General Shopping tem vencimentos de curto prazo de R$ 62 milhões neste ano, decidiu fazer uma oferta de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) no valor de R$ 60 milhões, com prazo de 120 meses.

" Dessa forma, liberamos nosso fluxo de caixa para nossa expansão " , afirmou Veronezi.

A General Shopping listou ações na Bovespa em julho de 2007, quando captou R$ 287 milhões. Desde então, fez oito aquisições. As ações da empresa acumulam queda de 31,4% desde a estreia. Ontem, a empresa era avaliada R$ 484,6 milhões na bolsa.

sexta-feira, 19 de março de 2010

BC defende criação de índice de preços de imóveis

Por Aluísio Alves FORTALEZA (Reuters) - O diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, Alexandre Tombini, sugeriu nesta sexta-feira a criação de um índice para acompanhar a evolução de preços no setor imobiliário.


"Temos que avançar com a criação de um indicador de preços para monitorar o mercado... é uma lacuna a ser preenchida no curto prazo," disse Tombini, em palestra a representantes do setor.

Diferente do Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que mede a variação de preços de uma cesta de produtos utilizados na construção civil, o novo índice teria como objetivo medir preços de imóveis.

Mas, conforme explicou o chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon, em vez de o BC criar o indicador, vai incentivar que o índice seja formulado por institutos de pesquisa, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) ou entidades do setor.

"Devemos ter um índice que meça o valor dos imóveis. Será um estímulo para que agentes do mercado criem esse índice", explicou Odilon.

Segundo Tombini, o setor imobiliário deve registrar a maior taxa de crescimento no mercado de crédito nos próximos anos. Por isso, é importante garantir-se agora que haja boa qualidade na originação de recebíveis imobiliários.

O objetivo, segundo ele, é evitar que se reproduza no Brasil a crise vista na Europa e nos Estados Unidos.

"O BC vai intervir, se necessário," disse Tombini.

Abecip quer dedução no IR de juro do crédito imobiliário

Agencia Estado - Fabrio Graner

O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Luiz Antônio França, defendeu hoje a dedução no Imposto de Renda da despesa com juros na compra de imóveis. Segundo ele, esta seria uma forma de estimular a expansão do ainda pequeno crédito imobiliário no Brasil. Para o presidente da Abecip, a dedução do IR seria maior para os tomadores de crédito com renda mais baixa e menor para os que têm renda mais elevada.


França, que participa em Fortaleza da 2ª Conferência Internacional de Crédito Imobiliário, promovida pelo Banco Central, informou que, sem a Caixa Econômica Federal, o estoque de crédito para imóveis representa 4,3% do total de crédito no País, índice que sobe para 11,5% quando se inclui os empréstimos concedidos pela Caixa.

O executivo explicou que a ideia surgiu ainda em 2008 e chegou a ser levada ao governo, mas não prosperou em meio à elaboração do programa Minha Casa, Minha Vida. Agora, a intenção é que essa proposta conste de uma agenda que ficará pronta até o final deste semestre e que será apresentada aos candidatos à Presidência da República.

Outra proposta, ainda mais ousada, surgida no encontro foi feita pelo ex-diretor do Banco Nacional da Habitação (BNH) e empresário da construção Osvaldo Iorio Filho. Ele sugeriu que o governo mude a fórmula de cálculo da Taxa Referencial (TR), atrelando-a ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Simultaneamente, defendeu, seriam reduzidos juros da caderneta de poupança (de 6% para 4%, e com taxação pelo Imposto de Renda) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de 3% para 1%.

Segundo ele, essas mudanças, hoje, implicariam em aumento do rendimento final tanto da poupança como do FGTS, sem mexer nos spreads bancários - diferença entre custo de captação e de repasse dos bancos. Por outro lado, explicou, também ajudariam a fomentar um mercado secundário de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), que são recibos lastreados em crédito de imóveis. Isso porque hoje não se negocia no mercado CRIs que tenham como lastro financiamentos com recursos da poupança (indexados à TR). E um mercado secundário forte ajudaria a consolidar uma alternativa de financiamento imobiliário além do feito com recursos da poupança. Iorio também defendeu um papel mais ativo do Banco Central, com a criação de um conselho de crédito imobiliário para definir políticas para o setor habitacional.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Analistas defendem crédito alternativo para setor imobiliário

17/03/2010 - 19h22min

Agência Estado

A poupança não será suficiente para suprir o crescimento que o mercado imobiliário brasileiro deverá ter nos próximos anos e, por isso, governo e setor privado devem trabalhar em conjunto para desenvolver mais aceleradamente o mercado de crédito imobiliário alternativo àquele que tem como fonte de recursos a caderneta. Essa foi a visão colocada por analistas do setor privado durante a 2ª Conferência Internacional de Crédito Imobiliário promovida pelo Banco Central. Os palestrantes defenderam que sejam tomadas medidas de "sintonia fina" no marco regulatório para estimular o crescimento dos fundos de investimento imobiliário e também do mercado de securitização - em que lotes de crédito imobiliário são "empacotados" em instrumentos financeiros, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), e vendidos para investidores no mercado de capitais.

A avaliação geral é a de que o volume de crédito imobiliário no Brasil ainda é baixo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e que a tendência, com a retomada do crescimento econômico na média de 5% ao ano e os juros em níveis baixos, além do aumento do poder aquisitivo da população, a demanda por imóveis será muito mais forte do que a taxa de crescimento dos depósitos em poupança. Por isso, é importante ter um mercado alternativo de instrumentos financeiros ligados ao setor imobiliário, de modo que haja fontes suficientes de financiamento para se atender a essa procura por crédito de imóveis.

"A poupança não vai acabar como fonte de financiamento, mas com o crescimento da demanda que ocorrerá nos próximos anos ela não vai ser suficiente para atender à demanda crescente", disse o diretor comercial e de produtos da Cetip, Jorge Sant'Anna. Segundo ele, é preciso atuar para fortalecer os produtos financeiros lastreados em ativos imobiliários como alternativas de investimento no mercado de capitais. Isso ocorreria, de acordo com Sant'Anna, promovendo-se um acesso mais amplo de pessoas físicas a esses instrumentos e também estimulando-se o mercado secundário, de modo a dar mais "liquidez" a papéis como os CRIs. Para o diretor, o governo poderia definir benefícios fiscais ou regulatórios para instituições financeiras que se tornem "market makers", ou seja, que viabilizem a liquidez dos produtos financeiros.

O vice-coordenador da comissão de fundos imobiliários da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima), Valdery Albuquerque, acredita que o segmento de fundos de investimentos imobiliários (FII) tem como tendência trabalhar com patrimônios maiores do que R$ 200 milhões. Até hoje, os fundos trabalham com patrimônios abaixo disso. Albuquerque considera importante uma participação maior de pessoas físicas, além de um perfil mais diversificado da base de investidores em fundos imobiliários. Nesse sentido, ele defende um processo de educação para que os produtos de investimento imobiliários sejam mais bem conhecidos e também que se coloquem em igualdade de condições tributárias com o mercado de ações, os FII, que hoje são taxados em 20%, ante 15% do mercado de renda variável.

O presidente da Companhia Brasileira de Securitização (Cibrasec), Fernando Brasileiro, explicou que a falta de um mercado secundário no Brasil de instrumentos vinculados a financiamento imobiliário é um problema muito importante a ser atacado. Segundo ele, o governo deve atuar para estimular a padronização dos contratos imobiliários e também desenvolver uma garantia de liquidez para o mercado secundário.

terça-feira, 9 de março de 2010

Lucro da Brazilian Finance & Real Estate mais que dobra em 2009

A Brazilian Finance & Real Estate (BFRE), instituição financeira especializada no setor imobiliário, registrou lucro líquido de R$ 61 milhões em 2009, crescimento de 127% em relação aos R$ 26 milhões de 2008. A companhia, controladora da Brazilian Mortgages, da BM Sua Casa, da Brazilian Securities e da Brazilian Capital, atribui o resultado positivo à melhora do mercado imobiliário no ano passado.


"Em um ano que começou com bastante incertezas em todo a economia, tivemos boas surpresas no mercado imobiliário. A BFRE, inserida neste setor, obteve um resultado surpreendente”, disse André Bergstein, diretor de Relações com o Investidor da BFRE.

Em dezembro de 2009, a BFRE tinha um patrimônio consolidado de R$ 613,4 milhões, com ativos totais de R$ 1,5 bilhão, um aumento de 15% em relação a 2008, e uma carteira de financiamentos de R$ 469 milhões.

Entre os destaques do ano, Bergstein citou a venda, em dezembro do ano passado, de 20% do capital da companhia para a Equity Internacional (EI), fundo de investimento que tem entre seus controladores o investidor do mercado imobiliário Sam Zell. “A entrada da Equity Internacional consolidou mais um investimento à BFRE”, afirmou.

Brazilian Mortgage

A Brazilian Mortgage, braço de empréstimos da BFRE, fechou o ano com lucro líquido de R$ 19,4 milhões, 30,5% acima dos R$ 14,86 milhões em 2008.

O volume total de crédito da empresa cresceu 45%, para R$ 468,6 milhões em 2009, “puxado tanto pelo financiamento a corporativo (para incorporadores e construtores), que cresceu em torno de 35%, como pelo financiamento a pessoas físicsa, que avançou 120%”, segundo Bergstein. Quando somadas as operações ainda não liberadas, o saldo cresce para R$ 557,4 milhões.

Bergstein destacou o aumento da estruturação de fundos de investimento imobiliário, cujo volume total estruturado atingiu R$ 4,8 bilhões ao final de 2009, contra R$ 3,2 milhões no ano anterior. “Trata-se de um mercado que vem crescendo e tem se mostrado atrativo. Ele tem a segurança do fundo de investimento, com a solidez do segmento mobiliário e ainda há a isenção de imposto de renda (IR) para pessoa física”, afirmou.

A venda de letras hipotecárias e de crédito imobiliário também contribuiu para os resultados da Brazilian Mortgage. A carteira cresceu 40%, passando de R$ 271,2 em ao final de 2008 para 381,5 milhões em dezembro de 2009.

Brazilian Securities

Na atividade de securitização, a Brazilian Securities registrou prejuízo de R$ 1,9 milhão no ano passado, contra um lucro de R$ 21,6 milhões em 2008. “O mercado de securitização começou a deslanchar apenas a partir do segundo semestre e já ficamos bastante animados com relação a 2010”, disse Bergstein. Em 2008, o lucro foi puxado pelo aumento de 51% na emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Em 2009, o montante somou R$ 732,5 milhões, contra R$ 858 no ano anterior. No final do ano passado, as emissões somavam R$ 3,6 bilhões, contra o resultado acumulado de R$ 2,9 bilhões em dezembro de 2008.

Brazilian Capital

A Brazilian Capital, gestora de recursos da BFRE, obteve lucro de R$ 6,9 milhões em 2009, contra R$ 6,2 milhões no ano anterior. Os fundos sob gestão da empresa atingiram R$ 2,3 bilhões, um avanço de 6% sobre 2008. Nos ativos sob administração, o aumento foi de 35%, para R$ 2,5 bilhões ao final de 2009.

“O destaque foram os investimentos feitos por estes fundos, como aquisição de 56% do Edifício Eldorado, 60% do Torre Almirante e do Edifício Castelo, ambos no Rio de Janeiro. A Brazilian Capital conseguiu aproveitar um momento em que a crise ainda estava presente, ao longo do primeiro semestre de 2009, para fazer boas aquisições”, afirmou.

Ainda sob gestão da Brazilian Capital, o diretor de RI da companhia destaca o investimento de R$ 130 milhões da holding BFRE no projeto de torres comerciais em Brasília, que teve inicio no inicio de 2008. “As duas torres foram vendidas ainda em 2009, uma pronta e a outra a ser entregue este ano”, disse.

Perspectivas

Para este ano, a companhia aposta na melhora do mercado imobiliário e espera crescimento do crédito e dos fundos, além de maior demanda em todos os segmentos. “A gente está animado uma vez que o mercado imobiliário está aquecido e o credito imobiliário está crescendo bastante, e temos boas perspectivas em relação ao ano”, afirmou Bergstein.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Brazilian Capital pretende investir R$ 700 mi na compra de ativos

Valor Econômico - São Paulo/SP - FINANÇAS - 01/03/2010 - 01:07:17
Carolina Mandl, de São Paulo

Gustavo Lourenção/Valor

Fábio Nogueira, vice-presidente da BFRE: objetivo da Brazilian Capital é renovar o portfólio a cada cinco anos

A Brazilian Capital, braço de gestão de portfólios imobiliários da Brazilian Finance & Real Estate (BFRE), pretende investir R$ 700 milhões neste ano na aquisição de novos ativos. Com isso, a carteira da companhia deve encerrar 2010 com R$ 3 bilhões em imóveis.

De acordo com Fábio Nogueira, vice-presidente da BFRE, os recursos terão origem em duas fontes. Uma delas é por meio da atração de investidores por meio do lançamento de fundos de investimento em participações (FIPs) ou imobiliários (FII).

Outra é a alavancagem do maior fundo que a BFRE tem sob gestão, o BC Fund I, com patrimônio de R$ 1,2 bilhão. Parte dos contratos de aluguéis poderiam ser securitizados, ou seja, transformados em ativos mobiliários e vendidos. Isso daria ao fundo os recursos necessários para fazer novos investimentos.

O BC Fund I tem como ativos prédios de escritórios como o Cenesp, em São Paulo, e o Torre Almirante, no Rio. A mais recente aquisição do fundo foi 60% do edifício que abrigava o banco Real (hoje Santander) na avenida Paulista, em São Paulo, comprado por R$ 270 milhões no início de fevereiro. O restante do imóvel ficou com a São Carlos Empreendimentos, que também vai administrar o empreendimento. Como o edifício terá diversos locatários, a Brazilian Capital avaliou que seria importante ter como sócia alguma empresa que já tivesse experiência no setor de administração predial.

Além desse fundo, a Brazilian Capital faz a gestão de outros sete fundos que têm como alvo a incorporação imobiliária, a compra de lojas de varejo, créditos de recebíveis imobiliários (CRIs) e até flats hoteleiros. O fundo imobiliário Hotel Maxinvest tem hoje 600 unidades hoteleiras.

A maior parte dos recursos geridos pela Brazilian Capital vem de investidores estrangeiros. Porém, a gestora também faz aportes com recursos próprios nos fundos. Hoje, 5% do valor investido é da Brazilian Capital. Segundo Nogueira, o objetivo da Brazilian Capital é renovar seu portfólio a cada cinco anos.

No ano passado, até setembro, a Brazilian contribuiu com um lucro de R$ 4,3 milhões para os R$ 20,3 milhões registrados pela BFRE no mesmo período. A BFRE tem como sócios o americano Sam Zell, um megainvestidor imobiliário, a Ourinvest e a TPG-Axon. Por meio da Coyote Trail, ele tem 20,7% da empresa, participação comprada em dezembro do ano passado por US$ 125 milhões.