quarta-feira, 16 de março de 2011

BTG Pactual vai assumir o controle da WTorre Properties

Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS CITADAS - 16/03/2011 - Alessandra Bellotto | De São Paulo

A WTorre Properties deve anunciar hoje a entrada do BTG Pactual como novo sócio. Pelo modelo em negociação, a empresa será separada em duas. A principal, que receberá a injeção de recursos, ficará com 70% dos ativos hoje debaixo da WTorre Properties, entre eles o empreendimento em construção para abrigar a nova sede da Petrobras no Rio, avaliado em R$ 1,2 bilhão. Os outros 30% ficarão com Walter Torre, sócio majoritário e fundador da construtora, em uma nova empresa. Os detalhes do acordo estavam sendo costurados na noite de ontem.

Segundo o Valor apurou, o BTG vai entrar na WTorre Properties com ativos estimados em R$ 1,5 bilhão, mais R$ 300 milhões em dinheiro para formar o caixa da empresa. Com isso, será o sócio majoritário no negócio, com mais de 50%. Já a WTorre vai participar com ativos avaliados também em R$ 1,5 bilhão, entre eles o imóvel da Petrobras, considerado a "joia da coroa". Só ficarão na WTorre Properties empreendimentos prontos ou em vias de conclusão.

Os imóveis em desenvolvimento irão para a outra empresa de Walter Torre, que ficará livre de passivos. As instituições já são sócias em um terreno na Marginal Pinheiros, onde deve ser construído o maior prédio comercial de São Paulo, e nas duas torres comerciais do Complexo JK, que já abriga a sede do banco Santander e onde está sendo construído o novo Shopping Iguatemi.

No fim do ano passado, as empresas chegaram a conversar sobre uma parceria no segmento de logística. A negociação com o BTG Pactual não envolve as demais empresas do grupo WTorre, como o braço de engenharia e residencial.

Na semana passada, a WTorre Properties desistiu da oferta pública de R$ 390 milhões em cotas do fundo de investimento imobiliário, com lastro na sede da Petrobras, no Rio. Segundo fontes do setor, o cancelamento, que frustrou o mercado, estaria ligado à negociação para a entrada do sócio. A oferta, que estava praticamente colocada, atraiu mais de mil pessoas físicas, além de fundos de pensão e investidores estrangeiros.

No ano passado, a empresa também tentou abrir capital, sem sucesso. A falta de apetite do mercado de capitais na ocasião, por conta do tamanho da capitalização da Petrobras, e as dificuldades encontradas pela empresa para convencer os investidores de seu modelo de negócios levaram os sócios da WTorre a mudar de rumo e a cancelar o processo de abertura de capital.

Depois de desistir da oferta de ações, a companhia definiu um plano estratégico que incluía a estruturação de fundos de investimento, a associação com investidores e a venda de ativos. A companhia passava por uma situação financeira delicada e precisava de recursos. Além disso, o cenário mais positivo para o mercado imobiliário abriu opções diferentes de captação de recursos.

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