quinta-feira, 30 de setembro de 2010

BLACKSTONE QUER INVESTIR US$ 2 BI NO PAÍS

Valor
30.09.2010

O Blackstone Group pretende investir de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões no Brasil em aproximadamente dois anos, disse ontem Steve Schwarzman, CEO da firma independente de assessoria financeira que é um dos maiores gestores de fundos de private equity e de fundos de hedge (menos avessos ao risco) do mundo. Ele passou um dia no Brasil para anunciar a compra de 40% do capital da empresa de assessoria financeira e de gestão de recursos brasileira Pátria Investimentos.
"A escala dos negócios nos quais o Pátria poderá se envolver será bem maior", disse Schwarzman. "Diante das perspectivas de crescimento econômico do Brasil, nós viemos preencher uma lacuna estratégica", afirma ele. A ideia, segundo Alexandre Saigh, um dos principais sócios do Pátria, é não tirar o pé dos negócios de porte médio ou pequeno, hoje já realizados pelo banco, mas manter as duas estratégias conjuntas e paralelas de atuação.
Schwarzman e os sócios principais do Pátria não quiseram revelar valores nem detalhes da transação. Segundo o Valor apurou, o negócio ficou em aproximadamente US$ 200 milhões. Mas o Blackstone e o Pátria negaram. Em entrevista na sede do Pátria, na Faria Lima, os sócios confirmaram que a ideia é usar os recursos obtidos com a venda dos 40% do capital para investimentos como capital próprio nos 15 fundos da casa e no lançamento de novos fundos. No total, 8% dos cerca de US$ 2,7 bilhões de fundos do Pátria são capital próprio e a ideia é manter essa fatia entre 2% a 5%.
À medida que os fundos crescem, mais capital próprio é necessário para manter essa participação, lembra Schwarzman. "É uma questão de dar confiança aos investidores", diz Olímpio Matarazzo Neto, um dos principais sócios do Pátria. "Queremos aproveitar agora, que a concorrência estrangeira ainda não veio com tudo ao Brasil", comentou.
Segundo Saigh, a parceria dá alcance internacional ao Pátria, que agora passa a poder oferecer os fundos do Blackstone e pode assessorar negócios de fusão que envolvam compra ou venda de empresas no exterior. "Nos tornamos competidores globais e poderemos atuar com destaque nas áreas de mineração, de óleo e gás e no setor agrícola", diz.
O primeiro contato do Blackstone com os sócios do Pátria foi em 1999. Na época, o Blackstone assessorou a venda ao Chase Manhattan Bank do brasileiro Banco Patrimônio, criado nos anos 80 pelos hoje sócios do Pátria e pelo hoje empresário Jair Ribeiro. Mesmo depois da fundação do Pátria eles continuaram a trabalhar juntos. Desde 2004, o Blackstone mantém acordo operacional com o Pátria e a Park Hill, empresa da Blackstone, ajudou a empresa brasileira a levantar um total de US$ 400 milhões em um fundo de private equity. Agora, eles estão levantando mais recursos para um novo fundo, que deverá ter sua captação concluída em 2012, diz Saigh. O Pátria também está criando neste momento um fundo de crédito e outro "long only" (que assume somente posições compradas). Além de fundos multimercado e de private equity, o Pátria também tem fundos de infraestrutura e de investimento no setor imobiliário.
"Gostamos de participar da gestão das empresas nas quais nossos fundos investem", lembra Otavio Castello Branco, outro dos principais sócios do Pátria.
O Blackstone costumava surpreender as pessoas pelo tamanho dos seus negócios. A empresa esteve por trás de 7 das 25 maiores aquisições feitas com dívida na história, segundo a "The Economist". Em 2006, pagou um total de US$ 38,9 bilhões pela Equity Office Properties, a empresa de propriedades do investidor americano Sam Zell. Em 2007, pagou US$ 25,8 bilhões pelos hotéis Hilton. Com a crise, o tamanho dos seus negócios mudou. Em agosto, anunciou a compra da empresa de energia Dynegy US$ 5 bilhões. Foi o maior negócio feito com dívida no ano, mas distante dos valores de antes.
"Os anos de 2006 e 2007 foram exceção, mas conseguimos hoje captar sem problemas US$ 10 bilhões, o que nos dá um poder de aquisição muito grande", afirmou. Ele lembrou que o custo do dinheiro está em recorde de baixa, em 4,5% a 5% depois de taxas, e que os ganhos do negócio podem ser significativos. "Mas o normal do mercado financeiro ainda não está tão normal assim", afirma Schwarzman.
Fundado em 1985 por Schwarzman com um patrimônio de apenas US$ 400 mil, o Blackstone é um dos ícones do capitalismo americano. O capital da empresa foi aberto em 2007 e seu valor de mercado é de aproximadamente US$ 13,5 bilhões.
Nos Estados Unidos, Schwarzman é chamado de "o novo rei de Wall Street". O Blackstone tem um total de US$ 101 bilhões de ativos sob gestão na área de private equity, 8% de aumento em um ano. Outros US$ 31 bilhões são geridos em fundos de fundos de hedge que adotam 18 estratégias diferentes.
Nenhuma das muitas empresas do portfólio de private equity da Blackstone quebrou durante a crise de crédito de 2008. Mas no ano passado o Blackstone refinanciou, reestruturou, reduziu ou ampliou o prazo de vencimento de US$ 52 bilhões em dívida das suas empresas. Neste ano, foi a vez dos hotéis Hilton.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ancar Ivanhoe investe em novo shopping em Campinas

Folha de São Paulo


29.09.2010

A administradora de shopping centers Ancar Ivanhoe vai iniciar um projeto em Campinas, no interior de São Paulo, com investimento próprio de R$ 280 milhões. As obras começam no primeiro semestre de 2011. Com quatro andares, área bruta de vendas de 40 mil m², para cerca de 230 lojas, em 320 mil m2 de área de terreno, o shopping deve ser inaugurado no final de 2012.

O empreendimento pretende atender as classes A, B e C, diz Marcos Carvalho, co-presidente da empresa.

O objetivo é atrair também consumidores de cidades próximas como Hortolândia, Louveira, Paulínia, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.

"Temos outras expansões em planejamento, reflexo do aumento do consumo. As vendas estão crescendo e as taxas de vacância estão muito baixas", afirma Carvalho.

O aumento das vendas estimula projetos para ampliar shoppings já existentes.

"O mercado está favorável, a ponto de pensarmos em expansão de um empreendimento que abrimos em 2007, em Porto Velho (RO), o que não costuma ocorrer antes de um shopping completar cinco anos."

Além do empreendimento de Campinas, em 2012, a empresa vai expandir dois outros shoppings. Juntos, os três projetos somarão R$ 500 milhões investidos.

No portfólio da Ancar Ivanhoe há atualmente 16 empreendimentos em todas as regiões do país. Dez deles são próprios e seis, de terceiros, gerenciados pela empresa.

Camargo e Corrêa investe para baixa renda

Monitor Mercantil


29.09.2010

A HM Engenharia - subsidiária da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário e dedicada exclusivamente ao segmento de baixa renda com foco no programa Minha Casa, Minha Vida - adquiriu dois terrenos no interior de São Paulo com Valor Geral de Vendas (VGV) total de R$ 636,2 milhões. Agora, o banco de terrenos da HM passa a R$ 1,4 bilhão no fim do segundo semestre de 2010 para aproximadamente R$ 2 bilhões.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bancos buscam opções para financiar imóveis

DCI - São Paulo/SP - CAPA - 28/09/2010

SÂO PAULO - A previsão da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é que o Brasil necessite, já em 2013, de R$ 100 bilhões de recursos adicionais para financiar o setor imobiliário. Para tapar o rombo, bancos e entidades discutem alternativas para fomentar o mercado de covered bonds, obrigações hipotecárias e do setor público muito usadas na Europa. Elas funcionam como uma espécie de Letra de Crédito Imobiliário emitida pelos bancos.


O presidente da Abecip, Luiz Antônio França, ressaltou que "a partir do momento em que os bancos emitirem estes papéis, existe a possibilidade de outros entrantes neste mercado, até mesmo instituições médias."

França analisa que será necessário buscar alternativas de captação de recursos (funding) no mercado, uma vez que as divisas da caderneta de poupança não devem suprir a demanda. "A proporção Produto Interno Bruto (PIB) e crédito imobiliário deverá sair dos 4% atuais para algo como 11%, em 2014. Os recursos das cadernetas começarão a se tornar escassos em até três anos."

No começo do mês, a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou novo recorde histórico neste tipo de empréstimo, ao revisar a estimativa de R$ 60 bilhões até o final de dezembro, para mais de R$ 70 bilhões. Se concretizado o fato, a Caixa fechará o ano com crescimento de 48,8% no crédito imobiliário. O banco é o que mais empresta para o setor.

O crédito imobiliário deve financiar por volta de 930 mil imóveis em 2010, mas a demanda média anual deve superar 1,37 milhão de unidades até 2016. O déficit habitacional é de mais 400 mil unidades anuais, segundo estima a Abecip.

O presidente da entidade destaca que os covered bonds levam algumas vantagens frente à poupança. "Os recursos da poupança são alocados no longo prazo e captados no curto. Os bonds casam prazos, e as instituições precisam disto para crescer. A ausência desta condição pode fazer o mercado não crescer." De acordo com ele, o instrumento financeiro oferece dupla garantia ao mercado: a do banco e a dos empréstimos. "É viável termos estas operações de funding no Brasil. Temos demanda, alto grau de empregabilidade, confiança do consumidor e classes sociais em ascensão."

Na opinião dele, é preciso haver leis específicas para covered bonds . Na Europa, o Royal Bank of Scotland (RBS) calcula que o instrumento de captação trouxe, até junho, R$ 2,4 trilhões de euros. Contudo, no Brasil, ainda não existem estimativas. A princípio, a discussão é se o instrumento de funding será negociado na Bolsa, ou, em forma de dívidas, com outras características.

Risco

A agência de classificação de risco Fitch Ratings acredita que se o covered bonds for implantado, será a maior operação do gênero da América Latina. Mas, antes de atrair divisas de fora, executivos da agência acreditam que o desenho das regras e a atração de compradores locais seja de "fundamental importância".

O diretor associado na América Latina da Fitch Ratings, Robert Krause, reforça o argumento, lembrando que o mercado demorou certo tempo a assimilar a alienação fiduciária. "O mercado queria saber se havia segurança jurídica para investir."

Uma das vantagens que o covered bonds levaria é que a classificação de risco leva em conta o rating do País e do banco. Os médios podem até conseguir maior rating do que o próprio.

Krause destacou ao DCI que os bancos grandes precisam direcionar 65% da captação de poupança para crédito imobiliário. "A nova ferramenta pode ajudar a questão do funding. A originação ainda nem chegou aos dois dígitos em relação ao PIB. Cresce dois dígitos por ano porque a base é muito pequena."

De acordo com ele, o covered bonds não precisa se restringir ao setor imobiliário. "Pode ser para crédito de consumo também. Hoje, a secutirização está focada em bancos médios, que emprestam para nichos. Tem um descasamento grande entre ativos e passivos. Pode nascer aí", destacou o executivo.

CDB imobiliário" deve se adaptar a modelo de título já existente no Brasil

Valor Econômico - São Paulo/SP - FINANÇAS - 28/09/2010
Carolina Mandl

De São Paulo

O lançamento da versão brasileira dos "covered bonds" - títulos de captação de recursos para financiamento imobiliário - pode se dar pela adaptação de papéis já existentes no mercado, como as Letras Financeiras ou as Letras de Crédito Imobiliário.


Para a Secretaria de Política Econômica esse seria um caminho para se agilizar a criação dos "covered bonds" no Brasil. Nos países europeus, esses papéis somam um estoque de € 2,4 trilhões, o que equivale a duas vezes o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

"Não recomendo a criação de um novo título. No Brasil, há cultura jurídica da morosidade. Cada vez que se lança algo, o teste jurídico demora", disse Dyogo Henrique de Oliveira, secretário adjunto da Secretaria de Política Econômica, durante seminário realizado ontem em São Paulo pela Abecip para discutir "covered bonds" no Brasil.

Hoje, o principal entrave para a versão brasileira desses papéis a partir das Letras Financeiras e de Crédito Imobiliário é o fato de elas não darem a segurança jurídica para os investidores. Em caso de quebra do banco emissor do título, não existe atualmente a certeza de que a carteira de crédito imobiliário passará para as mãos dos aplicadores. Na Europa, é justamente o fato de os covered bonds contarem com uma dupla estrutura de garantia que os tornou tão populares entre os investidores. Eles são assegurados tanto pelo banco emissor quanto pelos créditos imobiliários.

"Não adianta querer criar a roda. Pode-se aperfeiçoar os instrumentos já existentes", disse Sérgio Odilon dos Anjos, chefe do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do Banco Central. Porém, na avaliação da Fitch, agência de classificação de risco, as Letras não preenchem todos os requisitos exigidos pelos "covered bonds". A nota atribuída aos papéis vai depender em larga escala do marco regulatório que for criado para os títulos, já que é ele que vai trazer mais segurança ao investidor. "Hoje não existe nenhum título no Brasil que preencha todos os requisitos dos covered bonds tal qual eles são no exterior", afirmou Robert Krause, diretor associado da Fitch na América Latina.

Pelas análises iniciais da Fitch, a nota máxima de um "covered bond" brasileiro será A. Isso porque as notas desse tipo de produto estruturado sofre influência da classificação de risco do próprio país, que é de BBB- no Brasil. "Para muitos bancos isso pode tornar a emissão de coverd bond desinteressante, já que a própria nota das instituições pode ser mais alta em alguns casos", disse Krause.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Milionários preferem renda fixa e evitam risco

DCI

SÃO PAULO - Conservadorismo é um termo que ainda persiste na vida dos milionários do Brasil. As áreas de alta renda dos bancos, que administram os recursos de pessoas físicas de patrimônio acima de R$ 1 milhão, revelam que os clientes preferem buscar lucros e alta rentabilidade, mitigando riscos.


O responsável pela área de produtos de alta-renda do Banco do Brasil, Osvaldo Cervi, revela que existe grande concentração de fortunas em renda fixa. "Há 5 anos, a média de aplicações em fundos de ações ou em papéis era de 4,5%. Hoje, a porcentagem é de 7, 5%, na média."

Cervi ressalta que, apesar da concentração em renda fixa, os clientes já aceitam alongar o prazo para obter mais lucro. "Os investimentos em títulos públicos apresentam alta rentabilidade. Para não correr tantos riscos, eles até abrem mão da liquidez."

O responsável pela área disse que existe uma forte tendência dos milionários de buscar fortalecer posições em fundos previdenciários, por existir isenção de imposto de renda.

Ele cita como exemplo o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), que é mais vantajoso àqueles que fazem a declaração do imposto de renda pelo formulário completo. "No caso do Vida Gerador de Benefícios Livre (VGBL), depois de 10 anos o investidor vai pagar 10% de imposto - uma quantia significativa para tais montantes."

Outro ponto de conservadorismo, na opinião de Cervi, é o de investir fora do País. "Falta um pouco de maturidade, pois a grande referência de rendimento é o Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Nem sempre se compara o rendimento lá de fora com este parâmetro."

Para o executivo, o ponto de estrangulamento estaria na área comercial bancária e nas leis. "O brasileiro tem de receber ofertas lá de fora para investir, pois há uma restrição. Hoje, a Comissão de Valores Mobiliários [CVM] tem uma Instrução que permite que os fundos invistam 20% dos fundos no exterior. Existe ainda a falta de profissionais que conheçam o mercado externo."

Na busca por novos milionários e potenciais clientes, o banco já nomeou 111 gerentes (fato que deveria acontecer em 2011) e estuda abrir dois escritórios. "Temos 4 escritórios para atender 36 cidades. Os novos nos proporcionarão fôlego para chegar a 48. A princípio, as sedes serão em Salvador e em Brasília, áreas que se desenvolvem muito: no nordeste por conta do crédito à classe C, e no centro-oeste, o agronegócio."

No concorrente, o diretor do Bradesco Private Banking, João Albino Winkelmann, também aponta para ricos mais conservadores. "O momento do mercado, com uma taxa de juros em 10,75%, faz com que os investidores busquem aplicações como o Certificado de Depósito Bancário (CDB), que são produtos menos voláteis. Quando a Selic estava em 8,75%, havia maior busca pelo risco. Hoje a tendência é juro alto, e por isto se evita o risco" . Winkelmann salienta que as incertezas na Europa e nos EUA e os baixos juros daqueles países reforçam o conservadorismo.

Contudo, o que se procura como investimento mais ousado, segundo Winkelmann, são as oportunidades no mercado imobiliário. "Os Certificados de Recebíveis Imobiliários [CRI]) se tornaram a coqueluche do momento." O balanço da Anbima mostra que as emissões de CRI bateram recorde em agosto, e alcançam R$ 2 bilhões.

Além desta aplicação, o executivo contou que muitos milionários estão comprando, ou mesmo herdando, grandes áreas, e investindo em imóveis. "Quem quer retorno absoluto traz os recursos para o setor imobiliário físico. Tira o dinheiro e entra em projetos imobiliários. Principalmente aquela faixa de investidor que possui mais de R$ 30 milhões. Geralmente, ele se associa a dois ou três amigos e investem." Na sua opinião, é muito saudável diversificar em qualquer renda.

Novos-ricos e investimentos

Para conquistar novos clientes, fórmula de Winkelmann é simples: atender bem os novos entrantes. A fórmula parece surtir efeito. "Um cliente bem atendido indica outro. Hoje, 22% de novos clientes e 33% dos recursos novos são por indicação."

De acordo com ele, o banco abrirá, no mês que vem, um novo escritório em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. "Vamos estruturar novas praças. Queremos facilitar a vida de quem mora em cidades com o Piracicaba e Campinas. Temos de fazer o HDL -hora dia e local- para atendermos os clientes", brinca.

O executivo ressalta que o Brasil deve ter mais de 200 mil novos-ricos. "O País fez mais de 350 fusões e aquisições. Não é apenas o dono que fica rico, mas os filhos e sócios." Segundo ele, o Brasil oferece grandes oportunidades com os investimentos de pré-sal, Copa e Olimpíadas. "Estamos de olho nesta população. E a classe C, com crédito, faz muitos donos de redes de comércio feliz. Devemos ter grande aumento de milionários nos próximos 10 anos. O País migra para isso, com crescimento de 4% ao ano."

Já o BTG Pactual é um dos líderes em gestão de patrimônio no Brasil, com gestão de R$ 25,5 bilhões em ativos. A área oferece ampla gama de produtos e serviços sob medida para atender as necessidades dos clientes de alta renda. Os consultores de wealth management ajudam os clientes na escolha da melhor solução e acompanham atentamente seu portfólio. A empresa tem escritórios regionais em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre.

Segundo executivos de bancos que atendem pessoas físicas com patrimônio de mais de R$ 1 milhão, cerca de 7,5% dos recursos são aplicados no mercado de renda variável.

domingo, 26 de setembro de 2010

Emissão de CRI bate recorde com expansão da economia

Bloomberg
A venda de instrumentos financeiros lastreados por ativos imobiliários brasileiros está batendo recorde. Esse movimento reflete a expansão de construtoras e de administradoras de shopping centers com o crescimento econômico mais acelerado em duas décadas.
A oferta de certificados de recebíveis imobiliários, ou CRI, por empresas incluindo a PDG Realty SA Empreendimentos e Participações, terceira maior construtora de moradias do país, está a caminho de atingir R$ 6 bilhões este ano, contra R$ 3,2 bilhões em 2009, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais, em São Paulo. Os CRI vendidos este ano pagam um rendimento médio de 800 pontos- base, ou 8 pontos percentuais, acima do Índice Geral de Preços - Mercado, para prazos de 12 a 15 anos.
“Esses títulos têm tido boa demanda”, disse Rodrigo Machado, coordenador do Comitê de Produtos Financeiros Imobiliários da Anbima. “Os financiamentos imobiliários e crédito estão longe de desacelerar. Além disso, a securitização ainda representa uma parte muito pequena em relação ao crédito total”.
A venda desses instrumentos se acelera à medida que o crescimento econômico — que, pelas previsões de analistas, vai ultrapassar 7% pela primeira vez desde 1986 — estimula a demanda por ativos de maior rendimento. A 800 pontos-base acima da inflação, o rendimento dos títulos garantidos por imóveis é cerca de 186 pontos maior do que o dos títulos públicos com prazo de sete anos e atrelados ao índice de preços ao consumidor, as NTN-B. Papéis com a melhor classificação de risco garantidos por imóveis comerciais nos Estados Unidos rendem 252 pontos-base a mais do que os papéis do Tesouro americano, ou cerca de 5,06% para bônus com prazo de 10 anos, de acordo com um índice do Barclays Plc.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Bancos planejam "CDB imobiliário"

Valor Econômico - São Paulo/SP - FINANÇAS - 23/09/2010

Carolina Mandl | De São Paulo


Diante dos sinais de que os recursos da caderneta de poupança não serão suficientes para financiar o crédito imobiliário a partir de 2013, os bancos se articulam para lançar um novo título para captar dinheiro para o setor. O papel ainda não tem nome, mas seria uma espécie de Certificado de Depósito Bancário (CDB) imobiliário, funcionando como mais um veículo de captação de recursos para as instituições financeiras.



O instrumento, que já vem sendo analisado pelo Banco Central, seguiria o modelo dos "covered bonds", principal título de fomento fomento imobiliário na Europa, com € 2,4 trilhões em circulação - duas vezes o Produto Interno Bruto brasileiro em 2009. Em linhas gerais, esse título é emitido pelos bancos com o lastro em empréstimos imobiliários e conta com uma garantia dupla: tanto da instituição financeira quanto da carteira de financiamentos.


"Até agora, a poupança tem financiado o crédito imobiliário. Mas isso não é para sempre, precisamos criar alternativas", diz Luiz Antonio França, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Segunda-feira, instituições financeiras, o Banco Central, a Federação Brasileira de Bancos e fundos de pensão, além de investidores e emissores estrangeiros de "covered bonds", vão se reunir especialmente para discutir o novo título em um seminário promovido pela Abecip em São Paulo.


"Há um montante de recursos nunca visto antes sendo financiado na habitação. Não se pode esperar ocorrer um gargalo", avalia Cláudio Borges, diretor de crédito imobiliário do Bradesco.


Hoje, além da poupança - que é a principal fonte de financiamento do setor imobiliário atual - já existem outras formas para os bancos levantarem dinheiro para financiar a habitação. Uma delas é a venda das carteiras para serem transformadas em ativos mobiliários e vendidas a investidores. Esse processo, chamado de securitização, dá origem aos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que acumulam um estoque de R$ 20 bilhões no Brasil. Só que, ao contrário dos CDBs imobiliários, esse papel não conta com garantia bancária, se vale apenas da carteira de financiamentos.


Porém, se durante muitos anos o financiamento para a habitação foi o "patinho feio" da carteira dos bancos, hoje a última coisa que as instituições querem é vender seus papéis, daí o enorme interesse num novo instrumento que lhes permita manter as carteiras em casa. "É um ativo de altíssima qualidade para as instituições. Muito interessa para os bancos continuar se relacionando com o cliente que tomou o empréstimo por vários anos", diz Fernando Baumeier, superintendente de negócios imobiliários do Santander. Um relacionamento com um tomador de crédito imobiliário pode render ao longo de anos a venda de muitos produtos bancários, além da captação de investimentos.


O tema, entretanto, vem acendendo a luz amarela dentro das companhias securitizadoras. O receio dessas empresas é que o CDB imobiliário, com sua garantia bancária por traz, roube a cena do CRI. Com pouco mais de dez anos de existência, é neste ano que os recebíveis imobiliários estão ganhando mais impulsos e devem bater recorde de emissão. A pergunta dos agentes do mercado é: os sistemas vão conseguir conviver?


Outro caminho que os bancos possuem para levantar recursos para a habitação é a emissão de letras de crédito imobiliário (LCI). Assim, como os "covered bonds" são emitidas por bancos. Porém, não existe a garantia jurídica de que, em caso de problema com a instituição financeira, os investidores consigam ficar com a carteira de crédito imobiliário. É esse arcabouço legal que os CDBs imobiliários vão buscar.


A segurança bancária dos CDBs imobiliários tem sido vista com bons olhos pelo Banco Central. "Essa pode ser uma opção para que o sistema cresça com segurança, já que oferece alguma blindagem", diz Sergio Odilon dos Anjos, chefe do departamento de normas do sistema financeiro (Denor) do Banco Central (BC). Ao contrário do que acontece na securitização, na qual quem empresta o dinheiro inicialmente não fica com o risco ao repassá-lo a investidores, os créditos permaneceriam na carteira dos bancos, sob a tutela do BC.


De acordo com Luca Bertalot, presidente do European Covered Bond Council, que representa o mercado dos papéis de financiamento imobiliário na Europa, em mais de 200 anos do lançamento dos primeiros "covered bonds" nunca houve um caso de calote no mercado, mesmo em um cenário de mais estresse como o vivido durante a crise de 2008. "Mas, para dar essa segurança aos investidores, é preciso que sejam criadas regras claras e rígidas", diz ele. Além disso, houve um programa de recompra de € 60 bilhões em papéis para garantir liquidez ao sistema.


Nos Estados Unidos, o modelo que vigora é o da securitização dos financiamentos imobiliários. Mas depois da crise envolvendo as hipotecas de alto risco securitizadas ("subprime"), o "covered bond" está sendo avaliado no país.

Corretora recebe com otimismo emissão de notas e CRI da Rodobens

Equipe InfoMoney

SÃO PAULO – A notícia de que a Rodobens (RDNI3) fez uma segunda emissão de notas promissórias - títulos de dívida de curto prazo - no valor de R$ 70 milhões e prazo de vencimento de dois meses, trouxe otimismo para a equipe do Banco Fator.

A corretora acredita que os recursos irão reforçar o caixa da companhia, reduzir a alavancagem financeira e o estoque de "recebíveis performados". Segundo a Rodobens, os recursos serão utilizados como meio de empréstimo para a realização de emissão de CRI (Certificados de Recebíveis de Imóveis) em dezembro deste ano. O valor do documento é estimado em R$ 100 milhões.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Letras Financeiras disparam e volume chega a R$ 11,6 bilhões

DCI - São Paulo/SP - FINANÇAS - 22/09/2010

Eduardo Puccioni - Agência Estado 

SÃO PAULO - A Letra Financeira, conhecida como debênture para bancos, cresce aos saltos, apesar de as grandes instituições financeiras não demonstrarem muito interesse nesse tipo de captação. De acordo com os bancos, existem emissões mais rápidas e com maior apetite dos investidores do que a Letra Financeira.

Segundo números da Cetip Balcão Organizado de Ativos e Derivativos, onde o título fica em estoque desde o começo do ano, até a última sexta-feira, o montante emitido chegou a R$ 9,6 bilhões, após fechar o mês de maio em menos de R$ 3 bilhões. De 17 de setembro deste ano até dia 21 do mesmo mês, ou seja, em apenas dois dias de mercado, o volume cresceu de R$ 9,6 bilhões para R$ 11,6 bilhões.

Para o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Luiz Jurandir, a tendência é de crescimento das emissões não só para a Letra Financeira como para outros títulos privados.

"É inevitável que os instrumentos financeiros comecem a alongar prazos. Para os bancos poderem alongar seus empréstimos, será necessário o alongamento da captação e a Letra Financeira possibilita este recurso", explica o professor.

Um dos fatores que podem trazer um desânimo para o investidor é a falta de mercado secundário. "Primeiro o investidor precisa analisar o banco que está realizando a emissão. Depois é preciso haver mercado secundário, que hoje não existe", diz Jurandir.

O professor afirma ainda que "já é difícil mercado secundário para títulos privados, ainda mais de longo prazo como as Letras Financeiras", acrescenta.

Carlos Ratto, diretor comercial e de produtos da Cetip, em entrevista para o informativo da própria companhia, diz que "o segmento de renda fixa apresenta várias oportunidades. A Letra Financeira é um ativo com boas perspectivas tanto no mercado primário como no mercado secundário".

Ratto revela ainda que "teremos, provavelmente entre setembro e outubro, a Letra Financeira de distribuição pública. Também pretendemos registrar, até o final do ano, o COE - Certificado de Operações Estruturadas, um produto que vai mudar um pouco a cara de derivativos", acrescenta ele.

De acordo com o executivo, o novo instrumento deve alcançar um número mais expressivo de pessoas físicas, atraindo investidores que não querem migrar diretamente para mercados com maior risco, podendo optar por um produto para seu perfil de risco versus retorno.

No início do mês de abril, o Banco do Brasil realizou uma emissão no valor de R$ 1 bilhão para elevar seu índice de Basileia, que na época estava prestar a ficar abaixo dos 13%. O banco não chegou a divulgar a operação para seus clientes.

A emissão só foi realizada porque, na época, o Banco Central havia publicado o cancelamento da norma que permitia o uso do excedente de provisões como capital, com isso, o índice de Basileia ia cair 0,63 ponto percentual.

Emissão CEF

Outra instituição financeira que pretende emitir Letra Financeira é a Caixa Econômica Federal para conseguir sustentar o forte ritmo de crescimento de suas operações de crédito. No primeiro semestre, a expansão foi de 50%. "Se precisar, vai ser feita uma capitalização. Até para podermos continuar no mesmo ritmo de crescimento", disse a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, na ocasião.

Por enquanto, a Caixa está buscando outras formas de captar recursos para financiar a expansão do crédito, principalmente o imobiliário. Por isso, uma eventual capitalização deve ocorrer em 2011 ou 2012. Nas próximas semanas, o banco deve captar R$ 500 milhões por meio de securitização de sua carteira de empréstimos, afirmou Maria Fernanda. Além disso, deve lançar mais letras financeiras, espécie de debêntures que o governo criou no final do ano passado para os bancos captarem recursos de longo prazo. A Caixa lançou R$ 1 bilhão em letras financeiras e pode lançar mais R$ 2 bilhões.

A Letra Financeira, conhecida como debênture para bancos e que foi lançada no início do ano, cresce aos saltos, apesar de as grandes instituições financeiras não demonstrarem muito interesse neste tipo de captação. De acordo com os bancos, existem emissões mais rápidas e pelas quais os investidores têm mais apetite.

Segundo números da Cetip, Balcão Organizado de Ativos e Derivativos, onde o título fica em estoque desde o começo do ano, até a última sexta-feira, o montante emitido chegou a R$ 9,6 bilhões, após fechar o mês de maio em menos de R$ 3 bilhões. E ontem, após dois dias de mercado, o volume chegou a R$ 11,6 bilhões.

Carlos Ratto, diretor Comercial e de Produtos da Cetip, diz que "o segmento de renda fixa apresenta várias oportunidades. A Letra Financeira é um ativo com boas perspectivas tanto no mercado primário como no mercado secundário". Ratto revela ainda que "teremos, provavelmente entre setembro e outubro, a Letra Financeira de distribuição pública. Também pretendemos registrar, até o final do ano, o COE - Certificado de Operações Estruturadas, um produto que vai mudar um pouco a cara de derivativos".

Um grande banco que aposta neste tipo de instrumento de captação é a Caixa Econômica Federal, como meio de conseguir sustentar o forte ritmo de crescimento de suas operações de crédito. No primeiro semestre, a expansão foi de 50%. "Se precisar, vai ser feita uma capitalização, até para podermos continuar no mesmo ritmo de crescimento", disse a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho. A instituição já fechou uma captação de R$ 1 bilhão por meio das "debêntures dos bancos", e pretende fazer mais uma operação de R$ 2 bilhões até o fim do ano, juntamente com outros tipos de captação no mercado.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Aliansce cria divisão para vender "espaço aéreo" de shopping

Valor


21.09.2010

Certa de que o potencial econômico gerado por um shopping vai além dos pavimentos de lojas e estacionamentos, a Aliansce decidiu criar uma divisão para cuidar apenas dos empreendimentos imobiliários instalados em anexo aos seus centros de compras. A nova área vai se dedicar à venda do "espaço aéreo" dos shoppings para incorporadores interessados em levantar torres residenciais e comerciais nesses locais. Com isso, a Aliansce reforça a tendência do mercado, já verificada com outros grandes empreendedores como BR Malls, Multiplan e JHSF, de criar empreendimentos multiuso, que reúnem em um só espaço lazer, trabalho e residência.

"Não queremos concorrer com incorporadores já estabelecidos no mercado", diz Henrique Cordeiro Guerra, diretor executivo e de relações com investidores da Aliansce. "Vamos procurar parceiros para explorar o potencial desses empreendimentos, em complexos multiuso", diz. O diretor responsável pela nova área será Gilberto Alves Costa, que está deixando a sociedade na carioca Prodomus Assessoria Imobiliária para se dedicar ao projeto. "Selecionamos 11 dos 16 shoppings da Aliansce com potencial de construção significativo", diz Costa. Segundo ele, as salas comerciais próximas de shopping costumam ter valorização de 15% a 20% e, as residências, de 10% a 15%, em média.

A empresa já trabalhava em projetos multiuso, como no Boulevard Shopping Belo Horizonte, que será inaugurado em outubro. Serão três pavimentos de lojas, três de estacionamento e, acima deles, será construída uma torre de 17 andares, comercial, cujo projeto já está aprovado. Agora a empresa terá mais foco na oferta dos espaços a parceiros. "Há muita sinergia entre um shopping e uma torre comercial, por exemplo, no que se refere a estacionamento", diz Costa.

De acordo com Guerra, a Aliansce poderá vender o espaço para um incorporador levantar as torres, ou adotar um sistema de permuta (em que recebe como pagamento algumas unidades para venda ou aluguel), ou ainda desenvolver por conta própria. "Nosso objetivo é atingir receita de R$ 100 milhões, dentro de dois anos, com esses espaços anexos", diz.

"O VGV [valor geral de vendas] desses 11 empreendimentos soma R$ 1,2 bilhão", diz Guerra. Ao todo, a Aliansce tem participação em 13 empreendimentos que estão em operação e em outros três em construção. A área imobiliária não vai atender shoppings que são apenas administrados pela Aliansce. "Não vamos desenvolver projetos que não estejam acoplados aos nossos empreendimentos".

OAS fará empreendimento no Olímpico, do Grêmio; Internacional vendeu complexo antigo para financiar obras no Beira-Rio

Marina Gazzoni, iG São Paulo

A possibilidade de aproveitar áreas de estádios para empreendimentos residenciais de alto padrão aproximou construtoras e clubes. Localizados em bairros nobres e com áreas extensas, esses terrenos são de alto valor para o setor imobiliário. A realização da Copa no Brasil aumentou a necessidade dos clubes por estádios mais modernos e viabilizou negócios neste ano. Em Porto Alegre, Grêmio e Internacional negociaram neste ano terrenos de estádios para levantar recursos para reforma ou construção de espaços mais modernos.

Foto: AE

Cerimônia de lançamento oficial da Arena, realizada nesta segunda-feira, dia 20

A contagem regressiva para o fim das partidas de futebol no estádio Olímpico começou nesta segunda-feira, quando o Grêmio iniciou as obras da sua nova Arena. Assim que o projeto estiver pronto, o Olímpico deixará de ser a sede do tricolor gaúcho e se tornará o endereço residencial de 1,6 mil famílias. Usado como parte do pagamento à OAS pela construção da Arena, o terreno do atual estádio do Grêmio vai abrigar um empreendimento de alto padrão, que terá unidades residenciais e um shopping center.

O negócio entre o Grêmio e a OAS envolve cifras bilionárias e uma estrutura societária complexa. O Grêmio receberá da OAS um estádio novo, em área quatro vezes maior que a do atual, sem desembolsar nenhum centavo do seu caixa e sem contratar financiamento em seu nome. O clube pagará o projeto com o terreno do estádio Olímpico, avaliado em R$ 60 milhões, e com parte da receita da nova Arena nos próximos 20 anos após a sua inauguração.

O Grêmio decidiu construir outro estádio após a consultoria Amsterdam Arena apontar que era uma opção mais viável do que a reforma do Olímpico. “O estádio é antigo e dá pouco lucro, porque tem um alto custo de manutenção”, afirma Adalberto Preis, presidente da Grêmio Empreendimentos, empresa do clube que gerencia o projeto. A estimativa de Preis é que o time receberá, em média, R$ 32 milhões por ano com a receita da Arena nos próximos 20 anos, valor maior do que obtém com o Olímpico, dado não informado pelo time.

Dois projetos imobiliários


Foto: Divulgação

Projeto da Arena, o novo estádio do Grêmio

A OAS investirá R$ 475 milhões na construção da Arena, R$ 250 milhões com recursos próprios e o restante com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de acordo com o diretor da OAS Empreendimentos no Rio Grande do Sul, Carlos Eduardo Paes Barreto Neto. A expectativa dele é que o projeto dê um retorno de 15% ao ano. Os ganhos da OAS serão com dois empreendimentos imobiliários e com parte da receita da Arena.

A Arena será construída no bairro Humaitá, mais distante do centro de Porto Alegre do que o bairro Azenha, onde fica o Olímpico. Além do estádio, o complexo incluirá shopping, hotel, centro de convenções, edifício-garagem e edifícios residenciais. Segundo o executivo da OAS, o custo total da Arena e de seu entorno chegará a R$ 1 bilhão, mas, apenas com a venda das 2,2 mil unidades residenciais do complexo no bairro Humaitá, a empresa deve recuperar R$ 500 milhões.



Foto: Divulgação

Vista aérea do estádio Olímpico, atual sede do Grêmio

Após a entrega da Arena, a OAS começará a construção de outro empreendimento no terreno do Olímpico. O projeto ainda não está definido, mas deverá contemplar outro shopping e um complexo residencial de alto padrão com 1,6 mil apartamentos. Apenas o valor geral de vendas (VGV, soma do potencial de venda de todas as unidades) da parte residencial pode chegar a R$ 800 milhões.

Condomínio no Eucaliptos, do Internacional

O Internacional também fechou um negócio recente com uma empresa imobiliária. O time gaúcho vendeu neste mês o antigo estádio Eucaliptos para construtora Melnick Even, por um valor próximo a R$ 30 milhões, segundo o vice-presidente de finanças do clube, Pedro Affatato.


Foto: Divulgação

Estádio dos Eucaliptos, que sediou jogos da Copa de 1950, foi vendido pelo Internacional

O Eucaliptos sediou os jogos do Internacional entre 1931 e 1969 e recebeu duas partidas da Copa de 1950, realizada no Brasil. Desativado, o estádio gerava um prejuízo mensal de até R$ 30 mil para o Internacional, de acordo com Affatato. “É uma área nobre que não justificava mais investimentos para futebol. Vendemos para investir no Beira-Rio”, diz.

O anúncio de que a área estava à venda promoveu uma corrida entre as incorporadoras gaúchas. A área soma 22 mil metros quadrados, em um bairro com preço médio do metro quadrado de R$ 5 mil. O edital da concorrência aberta pelo time para escolher o comprador foi retirado por onze empresas e cinco delas encaminharam uma proposta. “Uma área à venda com essa dimensão em um bairro nobre é uma oportunidade única, que ocorre a cada 30 anos”, afirma Juliano Melnick, diretor da empresa vencedora.

No local, a empresa pretende construir um empreendimento com cerca de 500 unidades residenciais e comerciais, que pode atingir R$ 200 milhões em VGV. A assinatura do contrato de compra da área será no final de mês e o lançamento ocorrerá em 2011.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

WTorre desiste de IPO e define novo plano estratégico

Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS - 17/09/2010


Daniela DAmbrosio | De São Paulo
Depois de prorrogar ao máximo os prazos para decidir pela abertura de capital, a WTorre anuncia hoje ao mercado que desistiu do IPO. A companhia definiu um novo plano estratégico - que inclui a estruturação de fundos de investimento, a associação com investidores e a venda de ativos. A falta de apetite do mercado de capitais neste semestre por novas ofertas, por conta do tamanho da operação da Petrobras, e as dificuldades encontradas pela empresa para convencer os investidores de seu modelo de negócios levaram os sócios da WTorre a mudar de rumo e a cancelar o processo de abertura de capital. Além disso, o cenário mais positivo para o mercadoimobiliário abre opções diferentes de captação de recursos para a empresa.
O novo caminho que a WTorre tomará a partir de agora foi detalhado em entrevista exclusiva aoValor. Walter Torre e Paulo Remy, sócios da construtora, resolveram aproveitar, de um lado, a sólida carteira de ativos e, de outro, a inédita demanda e desenvolvimento do mercado de fundos imobiliários para lançar dois fundos. Paralelamente, farão a venda de dois ativos que devem engodar o caixa da empresa em até R$ 390 milhões.
O terceiro pilar da nova estratégia será a associação com investidores para dois grandes projetos: uma nova empresa de logística - onde ficarão segregados todos os terrenos e projetos de galpões industriais da WTorre - e a construção do maior prédio de escritórios de São Paulo, com 101 mil m2 de área construída, na Marginal Pinheiros, próximo ao shopping Morumbi.
Construtora já levantou cerca de R$ 700 milhões com a venda de ativos e pretende conseguir mais R$ 390 milhões
Walter Torre, que criou a empresa há 29 anos, se diz incompreendido pelo mercado. "Sempre fomos inovadores nesse setor, criamos o modelo de build to suit, e vimos na arena do Palmeiras, por exemplo, um investimento imobiliário. Mas os investidores não entendem bem o nosso modelo de negócio", afirma. As empresas de propriedade que já estão listadas - São Carlos, Cyrela Commercial Properties (CCP) e BR Properties - atuam na compra, aluguel e posterior venda de ativos. "Nós temos a fase anterior, da incorporação. Compramos o terreno e construímos", explica Torre. "Nessa fase, o retorno é maior e consequentemente o risco também é maior", acrescenta Paulo Remy.
Durante o período em que a empresa prorrogou a decisão de fazer ou não o IPO, o mercado de fundos imobiliários explodiu. Em fase de registro ou captação já são R$ 9 bilhões, volume quase três vezes superior ao de todo o ano de 2009. Nomes como BTG Pactual, Kinea (braçode investimentos do Itaú), Morgan Stanley e Bradesco estão nesse mercado. Apesar da concorrência, a WTorre aposta em seus ativos para ter sucesso na colocação do seu produto.
O primeiro fundo é de cerca de R$ 450 milhões - o Itaú BBA já está com o mandato para estruturar o fundo, que será gerido pela Plural Capital. O lastro é o Centro Empresarial Senado, empreendimento de 185 mil m2 no Rio de Janeiro, em fase de construção e já alugado para a Petrobras por 17 anos e oito meses. A empresa já havia feito uma operação de CRI (certificado derecebíveis imobiliários) no valor de R$ 524,6 milhões, que securitizou 80% do fluxo de recebíveis dos aluguéis. "O que entra no fundo são os 20% remanescentes e o valor do ativo ao final do contrato."
A WTorre terá um segundo fundo, que reunirá boa parte de seus ativos. Num primeiro momento, são nove imóveis, que somam cerca de R$ 1 bilhão e cujos recebíveis de aluguéis são da ordem de R$ 600 milhões. São centros de distribuição e fábricas construídos sob medida e alugados por 10 anos, em média, para empresas como Vivo, Carrefour, Nestlé, Volkswagen e Unilever. Esse fundo, que posteriormente poderá reunir outros ativos, não vai a mercado, por enquanto. Assim como o primeiro, o Itaú BBA está com o mandato para estruturá-lo. "Não faz sentido lançarmos os dois fundos ao mesmo tempo. Vamos deixar tudo preparado e, quando precisarmos, vendemos parte das cotas e levantamos capital", explica Remy.
O plano alternativo à listagem da companhia inclui, ainda, a venda de mais dois ativos - este ano a companhia já levantou cerca de R$ 700 milhões com alienação. O prédio da Cesp na Paulista, adquirido por R$ 95 milhões, será reformado, com conclusão prevista para abril de 2011. Walter Torre pretende vendê-lo por R$ 220 milhões antes da obra e R$ 270 milhões depois. Outro imóvel, que foi colocado à venda, fica em Brasília. Comprado em 2009, já foi reformado e está alugado para o governo e empresas privadas. O preço pedido é de R$ 120 milhões.
A venda de ativos se acelerou este ano em função do aquecimento do mercado imobiliário e da necessidade de fluxo de caixa para os novos projetos. Há cerca de duas semanas, a WTorre vendeu terreno para a futura fábrica da Caterpillar, em Curitiba (PR), por R$ 51 milhões. No começo de junho, vendeu o estaleiro Rio Grande por R$ 410 milhões. No início do ano, a empresa vendeu duas torres comerciais na avenida Nações Unidas, próximo à Avenida Rebouças, em São Paulo, para a Previ por R$ 245 milhões.
"Vender ativos faz parte do nosso negócio, principalmente quando há tanta gente querendo comprar como agora. Fizemos a maior transação imobiliária do Brasil, a venda da sede do Santander por R$ 1 bilhão", diz. Diferentes visões sobre o atraso na entrega da obra gerou uma disputa entre o Santander e a WTorre que está na Câmara de Arbitragem Brasil-Canadá.
Ainda com a intenção de aproveitar o apetite de investidores no mercado imobiliário, a WTorre decidiu fazer uma cisão dos ativos de logística e criar uma empresa específica para a incorporação desses ativos. Outra companhia que acaba de adotar o mesmo caminho é a MRV, especializada no mercado de baixa renda. "Há uma grande oportunidade nesse mercado e já temos mais de cinco anos nesse segmento, com vários projetos aprovados", diz Torre. A busca de um sócio, segundo o empresário, aconteceu para acelerar o processo de crescimento e para permitir a entrada de capital sem a necessidade de captar dívida.
A companhia, que teve um prejuízo de R$ 191 milhões no segundo trimestre, irá mudar o seu balanço para o IRFS (padrão contábil americano) a partir do terceiro trimestre. A companhia emitiu R$ 90 milhões em debêntures e já anunciou uma segunda tranche de R$ 250 milhões para alongar dívidas de curto prazo. A contabilização dos ativos a valor de mercado pelas novas regras contábeis, além das mudanças estratégicas que a companhia adotou, devem ter um impacto positivo sobre o balanço, com aumento do caixa, redução das dívidas de curto prazo e aumento do patrimônio líquido, segundo Remy. Os ativos da companhia foram avaliados pela Apsis em R$ 2,4 bilhões - essa conta inclui o banco de terrenos e prédios prontos.
No início de setembro, a Fitch rebaixou os ratings nacionais de longo prazo da companhia. "O rebaixamento reflete os maiores risco de refinanciamento do grupo no curto prazo e a piora considerável de suas principais medidas de crédito e da liquidez", disse a agência, que acrescenta que o grupo depende da venda de propriedades para fazer frente à necessidade de capital do giro. A agência considerou também que "a reconhecida qualidade de seus ativos e o ambiente positivo para transações imobiliárias e operações de crédito devem beneficiar a companhia em sua estratégia de desmobilização e alongamento da dívida." Na época, a companhia ainda não havia detalhado seus novos planos e a agência considerou que, se bem-sucedidas, a venda de novos ativos e a emissão de dívida de longo prazo poderiam contribuir para reforçar suas medidas de crédito.
Mesmo sem fazer o IPO agora, a WTorre pode ter que recorrer ao mercado de capitais, por exigência dos sócios Santander e Votorantim - que detém 8,5% e 6%, respectivamente do capital social da WTorre. A companhia tem um acordo com ambos, que que dá a eles o direito de exigir, a partir de 14 de agosto de 2012, que a WTorre faça uma oferta pública secundária de suas ações, mesmo se até essa data ela ainda não tenha feito a abertura do capital. Só faria sentido "forçar" o IPO, na visão de Torre, caso a empresa esteja valendo menos do que o valor precificado pelos bancos.
Por esse motivo, existe uma segunda opção. "Ou eles saem via oferta pública ou podem continuar com a dívida, cujo vencimento acontece em agosto 2013", explica. O valor atual da dívida é de R$ 400 milhões a um custo de CDI mais 1,5%. O pagamento total - de juros e principal -ocorre integralmente no vencimento da dívida.

Vinci Partners estreia na área de fundos imobiliários


 Vinci Partners, gestora com R$ 5,5 bilhões de patrimônio criada há cerca de um ano por Gilberto Sayão e outros ex-sócios do Pactual, prepara sua estreia no segmento de fundos imobiliários. O novo projeto, tocado por Marcelo Rabbat e Fernando Lovisotto, fundadores da RiskOffice, tem como objetivo atender a demanda crescente dos clientes private da casa por ativos que propiciem renda indexada à inflação
A renda gerada por imóveis, ressalta Lovisotto, é a forma mais simples e pura de atender tal demanda, já que é difícil achar produtos atrelados ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). “E é o IGP-M que mantém o poder de compra”, argumenta Rabbat.
Daí a iniciativa de se criar um fundo imobiliário que possa explorar esse nicho com o benefício da isenção fiscal para a pessoa física. Mas o executivo faz uma ressalva: a carteira, que ainda está em fase de estruturação e análise, só vai investir em ativos financeiros de base imobiliária, como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e letras de crédito imobiliário (LCIs).
Lovisotto afirma que a Vinci optou por não entrar na seara dos “fundos de cimento”, que compram diretamente empreendimentos imobiliários. Com o mercado de imóveis aquecido, os riscos embutidos nesses fundos têm passado batido, diz o executivo. Ele cita os preços que os ativos estão entrando nas carteiras, a possibilidade de revisão de contratos de aluguel em condições menos vantajosas e ainda o risco de vacância. “Não é nada trivial montar um fundo de cimento”, destaca.
Já um fundo de CRI tem começo, meio e fim, compara Rabbat. Nada mais é, segundo ele, do que uma carteira de renda fixa travestida de fundo imobiliário, a fim de garantir o benefício fiscal. Entre as vantagens do fundo de CRI, continua Lovisotto, estão a aplicação mínima menor se comparada à compra direta do certificado, a diversificação entre várias emissões e a possibilidade de negociação dos papéis no mercado secundário pelo gestor sem a apuração do imposto para o cotista.
A expectativa da Vinci é ter um fundo que possa emitir várias séries pequenas. “Só vamos fazer emissão quando tivermos o ativo”, conta Rabbat. O foco da carteira serão CRIs com lastro em contratos de financiamento imobiliário residencial, originados diretamente com as construtoras. Em termos de rentabilidade, o ativo deve ser capaz de oferecer IGP-M mais 8% ao ano, já líquidos de custos. Essa renda é isenta de imposto para pessoa física, o que seria equivalente a uma rentabilidade bruta de IGP-M mais 10,2%, levando em conta uma alíquota de imposto de 15%, para prazos superiores a dois anos.
A primeira série será de R$ 30 milhões, mas o fundo tem capacidade para atingir um patrimônio de R$ 300 milhões, desde que as emissões respeitem o prazo total, de 10 anos. “O público-alvo da carteira é a base de clientes pessoas físicas remanescentes da GAS (a Vinci comprou a gestora em janeiro deste ano) e family offices”, conta Lovisotto. Segundo ele, o jeito de investir desse cliente está mudando. Há quatros, cinco anos, a pessoa física só olhava o CDI, juro interbancário, como referência para seus investimentos. Hoje, ela está buscando juro real, já descontada a inflação.
Não é a toa que as ofertas de fundos imobiliários estão crescendo a um ritmo espantoso. Neste ano, já foram registrados R$ 2,2 bilhões na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e há mais R$ 6,5 bilhões em análise. Em todo o ano passado, o volume registrado foi de R$ 3,445 bilhões.

Próximo governo terá que garantir nível de investimentos, diz Mantega


RIO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que um dos principais desafios para o próximo governo é garantir que o nível de investimentos da economia brasileira seja elevado. Para isso, ele defendeu a modernização da estrutura de financiamento do país. Ele acredita que os investimentos deverão fechar este ano em torno de 22% do produto interno bruto (PIB).
"O BNDES não pode carregar todo o financiamento do país", disse o ministro, que participou de encontro com empresários na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Mantega informou que está formulando uma proposta, que será apresentada dentro de um a dois meses, para fomentar o financiamento privado. "Isso habilitará o país a ter uma estrutura de capital mais sólida de investimento. As regras serão aprovadas ainda neste governo", disse.
Além disso, o governo vai anunciar, nos próximos dias, a Agência Brasileira de Garantias, com que espera baratear os financiamentos, já que serão dadas mais garantias aos empreendimentos.
O ministro lembrou ainda que pretende dinamizar o mercado de capitais, elevando a liquidez de debêntures, criando papéis específicos para um determinado projeto, e não necessariamente para uma única empresa, e com isenção de Imposto de Renda.
Instrumentos financeiros existentes também deverão ser aperfeiçoados, como os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e as letras financeiras, que, segundo o ministro, ainda passam por algumas dificuldades.
O ministro disse que, apesar da necessidade de o próximo governo garantir que o nível de investimentos se mantenha elevado, o país já vem crescendo sem gerar desequilíbrios macroeconômicos. A expectativa de Mantega é que a inflação fique abaixo de 4% este ano. Ele reiterou também a estimativa de que o PIB de 2010 tenha crescimento acima dos 7%.
"Acredito que 7% é o mínimo que nós vamos crescer este ano. Mas todo mundo já está falando em 7,4%, 7,8% e alguns já falam em 8%", disse. Ele afirmou que o governo vai rever a projeção oficial para o acumulado do ano após a divulgação do resultado do terceiro trimestre. A correção poderá ser para 7,3% ou 7,4%, segundo o ministro.
(Juliana Ennes | Valor)

Portugal é o país europeu com mais Fundos de Investimento Imobiliário (Será do Guaraná?)

Segundo dados da EFAMA – European Fund and Asset Management Association divulgados pela portuguesa APFIPP, Portugal tem 252 Fundos de Investimento Imobiliários (FII) – dados de Março de 2010 - para um total de 771 nos 27 países da União Europeia (UE). Ou seja, Portugal tem 32,4% do total de fundos de investimentos compostos por imóveis que existem na UE. Não há nenhum país com mais fundos de investimento imobiliário na Europa que Portugal.
Volvido o espanto inicial calculámos qual o valor do mercado global a que correspondem este 32,7% do total de fundos e, pelas nossas contas, representam 5,4% do total do mercado expresso em valores patromoniais sob gestão. Muito menos chocante é certo, mas ainda assim muito acima da quota de mercado que Portugal tem, por exemplo, nos Fundos de Investimento Mobiliários (FIM) abertos (acções e similares) que, segundo o mesmo relatório que analisámos, é de apenas 0,2% do mercado da União Europeia.
Sintetizando, os mercado português de FII parece estar hipertrofiado sendo que a dimensão média de cada fundo é muito inferior a dimensão média dos fundos no mercado europeu (daí 32,7%% do total de fundos só levar a 5,4% do valor monetário total por eles gerido).
Como se explica esta distorção? Provavelmente a justificação terá algo a ver com um forte incentivo fiscal, pois subsistem situações de menor tributação sobre imóveis que integrem fundos de investimento. Ora nós por cá não deixamos passar em claor as oportunidades para reduzir a carga fiscal, nem que para isso se tenha de criar um Fundo ou uma Fundação à medida das necessidades. Fará esta tese algum sentido? 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Caixa atualiza limites para créditos imobiliários usados como lastro para os CRI

A Circular da Caixa Econômica Federal Caixa nº 527, de 3 de setembro de 2010, altera as alíneas "d", "e" e "f" do subitem 4.2.2 do capítulo II do Manual de Fomento Aquisição de Certificados de Recebíveis Imobiliários/CRI, vigente a partir de 21/7/10, que trazem os limites de valores para fins de utilização de créditos imobiliários como lastro para os CRI (DOU de 10/9/10, MF, pág. 27).

CRÉDITO IMOBILIÁRIO GANHA REFORÇO

Fonte: Estado de Minas/Economia


O crédito imobiliário nunca foi tão farto e de fácil acesso no Brasil. Somente este ano, até o início deste mês, a Caixa Econômica Federal (CEF) já emprestou R$ 47,6 bilhões em financiamentos habitacionais, mais do que os R$ 47,05 bilhões alcançados em todo o ano de 2009. O desempenho do setor já fez o banco aumentar as projeções do volume financiado até dezembro, saltando de R$ 60 bilhões para R$ 70 bilhões – um reforço, portanto, de R$ 10 bi. “Mantido o ritmo atual de contratações, o crédito imobiliário da Caixa deve atingir R$ 70 bilhões até o fim do ano. O mais importante é que não se trata de um acontecimento sazonal ou isolado, mas, sim, de um círculo virtuoso sustentável”, afirmou a presidenta do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho.

Se as previsões forem concretizadas, 2010 terminará com alta de 48,8% no valor dos financiamentos imobiliários, um recorde absoluto em relação aos anos anteriores. O balanço também revela que o número de financiamentos, 773.247 até setembro, já equivale a 86,2% do total de 2009, quando foram assinados 896.762 contratos e deve fechar o ano em mais de um milhão de imóveis financiados. Segundo estimativas do banco, diariamente são emprestados mais de R$ 278,5 milhões para a habitação e 4,5 mil novos contratos são fechados.

Mas não é só o país que experimenta números inéditos. Minas Gerais também deve fechar com altas expressivas em relação a 2009. No acumulado no ano até setembro, já foram contratados R$ 5,47 bilhões em todos os programas habitacionais do banco no estado, o equivalente a 11,5% do total nacional, percentual superior à contribuição histórica de 10%. O período de crédito abundante é comemorado pela auxiliar administrativo Nizia Floresta Moura Feitoza, que acabou de financiar R$ 45 mil para a compra do novo apartamento. “A negociação foi rápida e tranquila, sem muita burocracia”, afirma. Prestes a receber as chaves do apartamento de dois quartos, ela já faz os cálculos para quitar a dívida na metade do tempo contratado. “Está financiado em 10 anos, mas pretendo pagar em cinco”, planeja.

Se mantido o ritmo atual de empréstimos, o estado deve alcançar R$ 8 bilhões em financiamentos imobiliários este ano, contra R$ 5,796 em 2009, uma elevação de 38%. “Neste mesmo período no ano passado, tínhamos contratado R$ 3,527 bilhões e já superamos este número em 55%. Em unidades vendidas, o número saltou de 75.708 contratos para 125.394, alta de 65,6%”, afirma o gerente regional da Caixa Econômica Federal (CEF) em Minas Gerais, Marivaldo Araújo Ribeiro.

Em todo o Brasil, do total aplicado pela Caixa, R$ 21,4 bilhões tiveram como fonte de recursos a caderneta de poupança e R$ 20,7 bilhões vieram do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), sendo o restante de outras fontes. Em Minas Gerais, a poupança foi responsável por R$ 2,637 bilhões e o FGTS de R$ 2,831. “Desse volume do FGTS, tem uma parte que é o do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial), correspondente a R$ 565 milhões. A novidade foi o Minha casa, minha vida com recursos do FGTS que voltou a competir com o volume de contratações da poupança”, explica Marivaldo.

NOVOS RECURSOS

Com recordes atrás de recordes, a Caixa já começa a se preparar para a possível escassez de recursos da poupança para o financiamento imobiliário. “Já estamos preocupados com o futuro, mas para os próximos três ou quatro anos temos recursos suficientes. Persistindo esse crescimento, há uma preocupação de criar novas fontes de financiamento”, afirma Marivaldo.

Ainda este ano, o banco já planeja iniciar a venda de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) em suas agências. “Devem ser emitidos de R$ 300 a R$ 400 milhões de CRI como um teste de captação. Verificada a aceitação do mercado, deveremos avançar nas emissões”, acrescenta Marivaldo. De acordo com Jorge Hereda, vice-presidente de Governo da Caixa, cerca de R$ 20 bilhões já estariam prontos para uma securitização, com "nível de padrão de contratos semelhante" e "taxas de juros que podem ser compatíveis para esse mercado que existe hoje".

Os contratos habitacionais da Caixa que tiveram como fonte de financiamento os recursos do FGTS também estão sendo avaliados na securitização da carteira de crédito do banco. "Nada está descartado. Estamos iniciando o processo e fazendo análises. A questão de securitizar fundo de garantia passa muito pelas condições de juros que existem na economia", acrescentou Hereda. Investimentos internacionais também são estudados. “Há interesses externos de trazer recursos através de fundos imobiliários, securitização e outros. Este é um mercado muito propício”, avalia Marivaldo.

A Caixa garante que alternativas não faltam e que o brasileiro interessado em comprar a casa própria deve ficar tranquilo. “As famílias não precisam ficar preocupadas porque novas alternativas estão sendo estudadas. O governo não vai deixar que este ciclo virtuoso para a habitação seja interrompido. Ainda temos um déficit habitacional enorme a ser resolvido”, pondera Marivaldo. (Com agências)