segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Setor de shopping centers tem potencial significativo de crescimento em 2012

Infomoney 

26 de dezembro de 2011 • 10h18

Por: Mariana Mandrote

SÃO PAULO - Os resultados das empresas de shopping centers foram fortes em 2011. Taxas de ocupação recordes e robusto crescimento de aluguéis pelo critério mesmas lojas (unidades inauguradas há um ano) possibilitaram o aumento das margens operacionais e incentivaram a retomada do ciclo de investimentos em novos shoppings. E, segundo especialistas, essa fase de crescimento deve perdurar em 2012.

Por ser altamente concentrado, o mercado de shopping centers oferece um potencial significativo de crescimento, de acordo com os analistas do Bradesco, Edigimar Maximiliano e Luiz Peçanha. O banco aponta que 60% do ABL (Área Bruta Locável) está no Sudeste do Brasil, sendo que São Paulo domina essa região. "Acreditamos que este alto nível de concentração mostra o potencial de crescimento ABL em outras regiões", avaliam os especialistas, em nota.

Os analistas da Fator Corretora, Iago Whately e René Brandt também reforçam a visão positiva em relação ao setor, considerando que o mercado continuará crescendo em virtude da baixa penetração das vendas realizadas nos shopping centers em relação ao total no varejo nacional. "Dessa forma, estimamos que o crescimento do setor será mais acelerado que a expansão agregada do setor varejista, de forma a alcançar o patamar de vendas do varejo em shopping centers de outros países", afirma a equipe, por meio de relatório.

Riscos

Ainda que o setor apresente boas perspectivas para o ano que vem, Whately e Brandt também alertam para os riscos que podem impactar o desempenho das administradoras de shopping centers, especialmente em relação ao maior enfraquecimento da economia doméstica.

Para os analistas, um ambiente de deterioração do quadro macroeconômico e inflação alta no longo prazo podem barrar a ampliação da classe média e reduzir o poder de compra do consumidor, o que tem efeito subsequente sobre as vendas dos lojistas. "O menor crescimento de vendas aumenta o custo de ocupação dos lojistas e inibe maiores aumentos de preço na renegociação dos contratos de locação", explicam.

Outros riscos apontados pela Fator são o aumento da competição no setor, com a entrada de players estrangeiros e a concorrência dos FIIs (Fundos Imobiliários); bem como a redução da oferta de crédito, com impacto no consumo e no financiamento de projetos de expansão.

 

Recomendações

Por conta do bom momento vivido pelo setor, a maior parte das ações do setor de shopping centers no Brasil apresentou valorização significativa em 2011. Para os analistas do HSBC, Felipe Rodrigues e Leonardo Martins, os anúncios de novos projetos e de expansão de unidades existentes e o forte desempenho dos aluguéis mesmas lojas continuarão a motivar o desempenho dos papéis no próximo exercício.

Os especialistas da Fator concordam e acrescentam que há boas oportunidades de investimentos no setor, aconselhando maior exposição dos investidores ao setor em 2012. A principal recomendação da corretora é BR Malls (BRML3), em função da estratégia de consolidação e bom histórico de desempenho de execução. A Multiplan (MULT3) também é sugerida pelos analistas, que comentam sobre a "robusta" estrutura de capital e terrenos "valiosos" da companhia, com expectativa de forte crescimento de ABL no ano que vem.

A equipe do Bradesco também mostra preferência pela BR Malls, citando que a companhia merece um prêmio devido aos resultados "excepcionais" entregues desde de seu IPO (Oferta Pública Inicial, em inglês).

Nenhum comentário:

Postar um comentário