terça-feira, 5 de abril de 2011

Tombini: mercados são insuficientes para suprir investimentos

SÃO PAULO – O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, defendeu nesta terça-feira o desenvolvimento do mercado de capitais para dar sustentação aos "vultosos" investimentos demandados pelo Brasil.Segundo ele, apenas a expansão do crédito e do mercado acionário não será suficiente para atender às necessidades de aprimoramento da infraestrutura e de ampliação da capacidade produtiva nacional. Tombini destacou os fortes investimentos que deverão ser feitos para permitir a exploração do petróleo na camada pré-sal e a realização de "importantes eventos internacionais", sem citar diretamente a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Segundo ele, o BC continua avaliando novas ações para estimular o segmento de renda fixa privado, principalmente o mercado secundário de títulos de empresas - de modo a facilitar as emissões da iniciativa privada. Tombini lembrou que o governo vem trabalhando para promover um ambiente propício ao desenvolvimento do país. Ele frisou que a estabilidade econômica e as reformas realizadas nos últimos anos permitiram o ressurgimento dos mercados de crédito e de capitais. "Em pouco menos de uma década pudemos observar o crédito no Brasil passar de 25% para quase 50% do Produto Interno Bruto (PIB)", comentou. Para o presidente do Banco Central, o Brasil apresenta condições "excepcionais" para que o mercado de capitais participe cada vez mais nos financiamentos de longo prazo. "Estamos num período em que a capacidade de poupança é alta e necessária", disse ao participar de evento promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). "Cabe ao mercado de capitais construir a ponte, viabilizando que esse colchão de recursos seja absorvido por empresas nos investimentos de infraestrutura e na ampliação da capacidade produtiva nacional", complementou. De acordo com o presidente da autoridade monetária, o governo vem se empenhando no desenvolvimento de mecanismos de financiamento de médio e longo prazos. Ele citou como exemplo os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), a alienação fiduciária, os Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), os títulos de agronegócios e as letras financeiras. Essas iniciativas, disse, comprovam a viabilidade do mercado de títulos privados no Brasil. "Contudo, esse segmento não preencheu todo seu potencial, principalmente quando comparamos a amplitude desse mercado em outras economias mais desenvolvidas." Tombini ainda avaliou que o desenvolvimento do mercado de renda fixa passa pela padronização dos investimentos financeiros e pela pulverização dos investidores, chegando até as pessoas físicas. (Eduardo Laguna e Francine De Lorenzo | Valor)

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