sábado, 9 de abril de 2011

Captação no mercado doméstico cai em 2011

DCI 08/04/2011


São Paulo - No primeiro trimestre de 2011, as captações realizadas por empresas no mercado doméstico caíram 12,7% em relação ao mesmo período de 2010, com total de R$ 23,3 bilhões. A queda foi puxada pela desaceleração do segmento de ações que registrou volume de R$ 4,8 bilhões, praticamente a metade do primeiro trimestre de 2010, de R$ 9,6 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). 



A queda no mercado de Renda Variável também é visualizada nos IPOs (Ofertas Públicas Iniciais), com redução de 46,5% em 2011. Segundo Alberto Kiraly, vice-presidente da Anbima, o mercado tem sido influenciado pela conjuntura externa e exigências dos investidores. "O interesse existe pelo ativo, o que não havia era concordância com o preço. O investidor lá fora continua seletivo com o preço", explicou Kiraly. 



Em comparação ao primeiro trimestre de 2010, o número de ofertas de ações cresceu até março de2011, com 5 IPOs e 4 Follow-Ons. Contudo, o volume médio diminuiu para R$ 4,8 bilhões, em relação a R$ 9,6 bilhões de 2010. "Com a percepção de risco em diminuição, a gente percebe o aumento de operações de menor porte", pontuou Kiraly. Entre as ofertas registradas na CVM (Comissão de Valores Imobiliários), a QGEP Participações apresenta o maior volume, de R$ 1,5 bilhão. Já o menor é de R$ 199 milhões da Brasil Brokers. 



Ao ser questionado sobre as expectativas futuras, Alberto Kiraly demonstra otimismo. "O que a gente espera com um mercado mais estável é uma recuperação do setor de ações. Há emissores com planos de acessar o mercado, então esperamos que seja uma queda passageira." 



Quanto às emissões de Renda Fixa, houve aumento de 8,2% nas captações em relação ao primeiro trimestre de 2010, com total de R$ 18,4 bilhões. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) lideraram as taxas com 338.5% e volume de R$ 4,2 bilhões. 



As Notas Promissórias apareceram em seguida, com elevação de 28% e volume de R$ 5,6 bilhões. Esse crescimento, segundo a Anbima, indica o aumento dos empréstimos de curto prazo. Para Alberto Kiraly, operações de empresas específicas também justificam. "Temos duas operações que respondem por mais da metade das operações de notas promissórias, o que influencia a estatística". A Redecard fez emissão de R$ 2 bilhões em Notas Promissórias e a Tele Norte Leste Part de R$ 1,5 bilhão. 



Já as emissões de debêntures tiveram queda de 11% ante o primeiro trimestre de 2010, com soma de R$ 7 bilhões. De acordo com a Anbima, 65,5% foi para refinanciamento de passivos, 21,4% para capital de giro e o restante para investimentos. 



Fundos de investimento

A captação líquida acumulada no primeiro trimestre de 2011 do setor de fundos de investimentos foi de R$ 42,5 bilhões, recorde histórico para o período. Segundo o boletim da Anbima, o resultado também se reflete no mês de março, com recorde de R$ 19,5 bilhões. 



O total geral de faturamento do PL foi de 1,767 trilhão. Na distribuição por categoria, o destaque é Renda Fixa, com 29,1%, seguido por Multimercados, 22,4%, Referenciado DI, 12,2%, e Previdência, com 11,1%. Com menor representatividade, estão as Ações, com 10,8%, Curto Prazo, 4,1%, e FIDC, 3,4%. 



O tipo de investidor Poder Público impulsionou o resultado do PL, já que em janeiro e fevereiro registrou aumento de R$ 34,5 bilhões e ampliou a participação em 1,8 ponto percentual, para 8,2%. O Varejo continua a apresentar crescimento, de 17,2% em janeiro para 17,4% em fevereiro. O perfil Institucional se consolida ao aplicar R$ 681,8 milhões, com representatividade de 38,8%. 



Em relação a março, o boletim da Anbima revela que a concentração esteve na categoria Renda Fixa, com RS 7,6 bilhões, e Referenciados DI, de R$ 4,3 bilhões. 



No que se refere à rentabilidade, o tipo Multimercado Estratégia Específica registra o melhor desempenho em março, de 1,56%, e lidera no primeiro trimestre de 2011 com 3,07%. Em seguida, aparece o tipo Renda Fixa, que atingiu 2,97. 



Em março, o setor acumulou 10.395 fundos, 86 administradores e 406 gestores. Do total de fundos, 79 foram abertos e 20 encerrados. 





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