terça-feira, 10 de julho de 2012

MRV entra no segmento de loteamentos

 

 

Valor Econômico, Chiara Quintão, 10/jul

A MRV Engenharia entrou no segmento de loteamentos, por meio da empresa Urbamais Properties e Participações. Criada, oficialmente, ontem, a loteadora nasce com aporte de capital de R$ 50 milhões - R$ 30 milhões desembolsados pela MRV e R$ 20 milhões pelos controladores da incorporadora. A partir de 2013, a Urbamais poderá ter um sócio estratégico, segundo o presidente da MRV, Rubens Menin, que fará parte do conselho de administração da nova empresa.

O formato de capitalização é semelhante ao que ocorreu com a Log Commercial Properties, controlada da incorporadora focada em ativos para renda, como centros logísticos. Quando foi criada, a Log recebeu aportes da MRV e dos controladores da incorporadora e, posteriormente, recebeu como sócio o fundo de private equity Starwood Capital, o que possibilitou sua expansão.

A Urbamais terá atuação focada em lotes residenciais para a classe média e loteamentos comerciais e industriais para incorporadoras ou clientes finais. A expectativa é que o banco de terrenos com projetos aprovados até 2014 chegue a 60 milhões de m2, o correspondente a Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 5,4 bilhões. Em geral, a Urbamais vai buscar áreas para aquisição que tenham mais de 300 mil m2, em municípios com população a partir de 200 mil habitantes.

Enquanto a MRV compra áreas urbanas para produzir empreendimentos, a loteadora vai adquirir glebas para fatiar em lotes e implantar a infraestrutura necessária. Por enquanto, existem opções de compra de áreas, mas nenhuma terra foi adquirida, pois a Urbamais ainda não estava constituída oficialmente.

O lançamento inicial de um loteamento da empresa deve ocorrer em Araraquara (SP) no primeiro semestre de 2013.

Assim como a MRV, a Urbamais terá atuação nacional, exceto na região Norte, devido a baixa densidade demográfica dessa parte do país. Sediada na capital mineira, a Urbamais vai operar de maneira independente da MRV, mas utilizará centro de serviços compartilhado para atividades como as áreas financeira, de contabilidade e pessoal.

A MRV está entrando num segmento em que o maior gargalo apontado por empresas com atuação tradicional são os prazos para a liberação de licenças. Ainda assim, a possibilidade de "comprar áreas brutas e transformá-las em terrenos urbanos" chamou a atenção da empresa, segundo o diretor-executivo de finanças da MRV, Leonardo Corrêa, que também será conselheiro da empresa.

Projetos de uso misto poderão ser desenvolvidos de forma complementar por Urbamais, MRV e Log. No caso de projetos mistos, a MRV e a Log vão comprar áreas da Urbamais a preços de mercado, de acordo com Corrêa.

 

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