terça-feira, 14 de dezembro de 2010

RB Capital compra distribuidora para ampliar negócios

Valor Econômico 13/12 Pág C10

 

A RB Capital, especializada em negócios imobiliários, está comprando por R$ 2 milhões a distribuidora de valores do banco Matone, que não estava sendo operada. Com a aquisição, ainda sujeita à aprovação do Banco Central, a RB passará a distribuir os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e os fundos que estrutura.

Porém, por trás dessa compra, está o anseio da RB Capital de se tornar uma espécie de banco de investimento imobiliário, participando de todas as etapas do lançamento de produtos: originação dos créditos, estruturação de fundos e CRIs e distribuição.

Hoje, para vender os recebíveis e as cotas dos fundos, a RB precisa contratar bancos ou distribuidoras de valores, instituições que estão autorizadas a prestar esse tipo de serviço. "No fim, isso representa um custo para a RB. Dada a escala de recebíveis que lançamos, mais do que compensa ter uma distribuidora própria", afirma Marcelo Michaluá, sócio-diretor da RB Capital.

Além de a distribuição de fundos e CRIs entrar como uma linha de custo, a contratação de bancos de investimento para fazer o serviço esbarra em outra questão. Instituições como BGT Pactuale Itaú BBAtambém estão pouco a pouco fazendo mais operações com CRIs e fundos imobiliários, se transformando, em algumas vezes, em concorrentes da RB.

Com a atividade da construção em alta no país, o lançamento de produtos com lastro imobiliário também tem crescido, atraindo novos participantes para esse mercado.

Neste ano, foram emitidos R$ 6,7 bilhões em certificados de recebíveis imobiliários até novembro, volume 124% superior ao registrado no mesmo período de 2009, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais. Em fundos imobiliários, foram R$ 4,7 bilhões, ou R$ 2 bilhões a mais do que no ano passado, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"Ainda há uma avenida de potencial de crescimento no mercado imobiliário, e queremos nos posicionar como uma plataforma de soluções", diz Michaluá. Neste ano, a RB já emitiu R$ 2 bilhões em recebíveis ante R$ 1,1 bilhão em 2009. Para o próximo ano, a projeção é alcançar R$ 3 bilhões.

A expansão das atividades da RB Capital não deve parar por aí. Segundo o Valorapurou, a RB está em negociações para adquirir a companhia hipotecária Domus. Questionada sobre o assunto, a RB informou que não se pronunciaria.

Para ampliar os negócios, em outra frente, para a RB Capital vai buscar a expansão geográfica, abrindo um escritório no Rio de Janeiro. A unidade ficará sob o comando de Lars Gudme, que foi executivo do ex-banco Garantia. "Com o pré-sal, a Olimpíada e a Copa, o Rio deve apresentar muitas oportunidades de negócio, e queremos estar próximos com a filial", diz Michaluá.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário