segunda-feira, 18 de outubro de 2010

WTorre vai pagar R$ 75 milhões ao Santander para pôr fim à disputa

Daniela D'Ambrosio

18.10.2010

A WTorre e o banco Santander, sócio da companhia com 8,55% do seu capital social, chegaram a um acordo sobre o atraso de seis meses na entrega da sede da instituição financeira. Segundo o Valor apurou, o valor acertado entre os sócios ficou em R$ 75 milhões, pouco acima da metade do montante que era pedido pelo banco. Antes do acordo, o Santander cobrava multa de R$ 135 milhões e a construtora estava disposta a pagar R$ 18 milhões.

A instituição financeira espanhola havia retido os R$ 135 milhões que ainda tinha a pagar pelo edifício, referente ao atraso de cerca de seis meses. O prédio - localizado na região sul da capital paulista - foi vendido pela WTorre por R$ 1,06 bilhão em junho de 2008. Antes do acerto, a construtora alegava que a multa deveria ser de R$ 18 milhões (valor relativo a dois meses de atraso) e inclusive havia provisionado esse valor no balanço. O compromisso de compra e venda previa multa de mais de R$ 700 mil por dia pelo atraso.

As partes sentaram para conversar há cerca de três meses e resolveram negociar diretamente, dispensando a Câmara de Arbitragem Brasil-Canadá, onde tramita o processo. A escolha da Câmara - na qual não há possibilidade de uma das partes recorrer à instância superior - havia sido feita por ambas e estava prevista no contrato de compra e venda.

O Valor apurou que a transação incluiu, ainda, a venda de uma área adicional para o Santander no valor de R$ 20 milhões. Trata-se de uma metragem adicional dentro do complexo para que o banco possa ampliar suas instalações.

A entrega da nova sede do Santander, que integra o Complexo JK na Marginal Pinheiros, estava prevista para dezembro de 2008, mas só aconteceu em junho de 2009. Antes desse acordo, a WTorre admitia sua responsabilidade pelo atraso na obra até fevereiro de 2009. Os outros meses, no seu entender, referiam-se à demora na entrega do "habite-se" - alvará concedido pela prefeitura para que qualquer edifício possa ser ocupado, após o cumprimento de todas as exigências previstas. A empresa assinou acordo com a prefeitura para execução de obras viárias na região.

Com alto endividamento de curto prazo no balanço do segundo trimestre e sem fazer a abertura de capital, a WTorre elaborou um plano de reestruturação para se capitalizar. Seguiu com a venda de ativos - estratégia iniciada no fim do ano passado - irá criar fundos imobiliários com lastro em seus empreendimentos e deve fechar parcerias com sócios.

A última transação da companhia foi à venda das duas torres de escritórios do Complexo JK, previstas para serem entregues no final do próximo ano para o BTG Pactual, que tem feito vários investimentos na área imobiliária. O complexo inclui, além das duas torres, a sede do Santander, o shopping JK Iguatemi e a Villa Daslu, que será totalmente reformada. A WTorre também fez parceria com o BTG para desenvolvimento de um edifício comercial, com 160 mil metros quadrados, que deve ser o maior do país.

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