quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Prosperitas negocia compra da Cipasa

Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS - 21/10/2010
Carolina Mandl e Daniela DAmbrosio

De São Paulo

A Prosperitas, gestora de fundos imobiliários, está negociando a compra do controle da Cipasa, empresa de loteamentos do grupo imobiliário LDI. Segundo o Valor apurou, o fundo ficará com 75% da companhia e os outros 25% permanecem com um grupo de quatro sócios fundadores da companhia, que ocupam cargos executivos na companhia. A Cipasa está avaliada em R$ 150 milhões.


O negócio está em fase adiantada e deve ser fechado em cerca de 30 dias. A Cipasa deixará de fazer parte da LDI, holding de incorporação imobiliária do grupo Lindenberg e voltará às mãos de dos sócios, entre os quais, Sérgio Villas Boas, atual presidente da companhia, e Ivo Szterling. Segundo fontes do mercado, há cerca de um ano, os executivos manifestaram o interesse em sair da holding e voltar a ter apenas a companhia que fundaram. Já o grupo LDI - que reúne a construtora Adolpho Lindenberg, de alto padrão, a incorporadora Lindencorp e a REP, empresa de centros comerciais - estaria mais interessada em se concentrar no mercado de incorporação.

Procurada pelo Valor, a Prosperitas negou a informação. A gestora, que já tem R$ 2,7 bilhões em ativos sob gestão, captou recentemente um novo fundo de R$ 1 bilhão com investidores estrangeiros. O foco principal da Prosperitas é a incorporação imobiliária, principalmente de shoppings center, loteamentos e logística. Hoje, na área de loteamento residencial, a gestora acumula um estoque de terrenos com potencial de R$ 1 bilhão em vendas. Já é sócia, por exemplo, do projeto Lagoa Serena, em Campinas (SP), juntamente com a loteadora Swiss Park. Em outros empreendimentos, a Prosperitas apenas fez uma parceria com a Swiss Park.

Procurada, a Cipasa não confirmou a informação. Criada em 1989, a companhia já lançou mais de 38 empreendimentos. Tem cerca de 21 mil unidades comercializadas e 22,5 milhões de metros quadrados em loteamentos espalhados pelo Estado de São Paulo. Têm empreendimentos de alto padrão, como Quinta do Golfe, em São José do Rio Preto, duas parcerias com Alphaville e, na maioria, empreendimentos para classe média baixa.

Em entrevista recente ao Valor, a Cipasa falou do interesse de expandir sua atuação para o Rio de Janeiro e a região Sul do país e da parceria com incorporadoras para lançar projetos com casas prontas e acelerar o processo de expansão da companhia. A previsão de vendas é de R$ 100 milhões este ano.

O mercado de loteamentos tem uma forma de atuação que difere do restante do setor. Além de ser muito restrito. São poucas empresas - Alphaville, Scopel (único investimento do fundo Carlyle na área imobiliária) e Cipasa são as maiores - e exigem "kow-how" para aprovação dos projetos, além da implantação de infraestrutura. As empresas nunca compram terras. Como os processos de aprovação são longos e morosos, o risco seria muito grande. Por isso, fecham permuta financeira com o dono da terra, que costuma ficar com uma participação que varia entre 30% e 50% da venda dos lotes.

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