quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ação internacional alavanca parque hoteleiro

DCI - 27/10/10

CAMPINAS - Dois eventos esportivos de peso como a Copa do Mundo a ser realizada em 2014, e os jogos olímpicos de 2016, que acontecerão no Brasil, deverão demandar um grande investimento em infraestrutura que vão beneficiar não só as cidades-sede de realização dos jogos como também outras cidades e regiões importantes dentro desse contexto. Associado aos jogos, a fase de ouro da economia brasileira está dinamizando um setor que é extremamente importante para a imagem de um país, que é o mercado hoteleiro.



Campinas não vai sediar nenhum jogo, mas é uma cidade estratégica em função da proximidade de São Paulo, devido ao aeroporto Internacional de Viracopos e pelo fato de integrar um dos pontos do trem de alta velocidade (TAV), funcionando como eixo de ligação com São Paulo e o Rio de Janeiro. Na avaliação do consultor imobiliário e hoteleiro, Caio Calfat, Campinas vai ser beneficiada não só por conta de Copa do Mundo, mas pelo aquecimento da economia.

"Campinas tem um forte parque empresarial, que é um grande gerador de demanda, além de outras questões importantes como a ampliação do aeroporto de Viracopos e a construção do trem-bala. Tudo isso vai fazer com que Campinas também se destaque mais ainda como metrópole nacional e com isso o parque hoteleiro de Campinas vai se beneficiar trazendo novos produtos de redes internacionais ou de redes nacionais de ponta", diz.

Caio Calfat disse que a atividade hoteleira no Brasil embora já tenha mais de 100 anos, é uma atividade amadora exercida por famílias ou por proprietários de hotel não tão profissionais, boa parte do parque hoteleiro brasileiro são hotéis pequenos, mal concebidos, mal administrados, mal construídos e com móveis antigos e de péssima qualidade.

Na avaliação do consultor, a partir de agora a história hoteleira no Brasil entra em nova fase relacionada à profissionalização. "Vamos crescer com profissionalização, crescer pelas mãos de empresas profissionais, com planejamento, com um tratamento especial para cada um dos destinos dos jogos da Copa do Mundo e das Olimpíadas", comentou.

Caio Calfat disse que grupos internacionais estão vendo no Brasil uma grande oportunidade de negócio. Todas as grandes empresas hoteleiras internacionais que não estão no Brasil têm a intenção de colocar uma unidade no Rio de Janeiro ou em São Paulo e a partir daí estenderem suas atividades para outras regiões do País. "Hoje são centenas de grupos entrando no Brasil há pelo menos 2 anos, mas muitos desses grupos hoteleiros não são investidores, mas prestadores de serviço, ou seja, são administradores de hotéis. No caso do Royal Palm Plaza em Campinas, Armindo Dias é dono e ele próprio administra o hotel, que é sem dúvida nenhuma um dos principais hotéis de convenção no Brasil, se não for o principal", avalia.

O consultor hoteleiro disse ainda que estão sendo formados vários fundos de investimentos para investir em hotéis, fundos imobiliários para investir em hotéis e existem alguns investidores patrimonialistas tradicionais no mercado internacional que estão entrando no Brasil principalmente grupos espanhóis e portugueses.

Espaço

O Brasil ainda tem muito espaço para a instalação de novos hotéis e os empresários do segmento têm percebido essa demanda, acredita Calfat. Segundo ele, no caso principalmente dos hotéis econômicos existe espaço em pelo menos 200 cidades brasileiras com economia forte em agroindústria, mineração, petróleo e parques industriais.

No caso de hotéis de padrão intermediário conhecidos como midscales, que equivalem as antigos hotéis de 3 e 4 estrelas, têm capacidade de instalação em pelo menos 40 cidades brasileiras e em muitas cidades há condições para se fazer mais de um hotel desse gênero.

Hotéis que antigamente eram 5 estrelas ou de luxo cabem nas principais capitais brasileiras como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba; um em cada uma delas, sendo que Rio e São Paulo talvez comportem um número maior. No caso de Campinas o consultor avaliou que há espaço para 4 ou 5 hotéis econômicos e de 2 a 3 hotéis midscales.

Calfat declarou que o maior benefício para o mercado hoteleiro nesse aquecimento da economia brasileira não é a quantidade de hotéis, mas a qualidade dos produtos hoteleiros, ou seja, o Brasil está passando por uma reformulação do seu parque hoteleiro. Com relação à Copa do Mundo e as Olimpíadas, Caio Calfat disse que a Federação Internacional das Associações de Futebol (Fifa) e o Comitê Olímpico Internacional (COI) exigem quantidade e qualidade de hotéis nos destinos onde serão realizados os jogos.

"São Paulo passou pelo crivo da Fifa em termos de quantidade e qualidade de hotéis. O Rio de Janeiro tem quase a quantidade para a Copa do Mundo, mas a qualidade dos hotéis do Rio é lamentável, são todos degradados. Toda a orla do Rio, como Copacabana e Ipanema, só tem hotéis de 40 a 50 anos, mal conservados e degradados, que precisam ser renováveis para atenderem o mínimo de qualidade exigida para essas entidades. Isso vale para Recife, Salvador, Fortaleza e Cuiabá, que não tem parque hoteleiro", avalia.

Para Calfat, a boa fase da economia brasileira possibilitou um aumento muito grande do número de viagens turísticas pelo Brasil tanto a negócios quanto a lazer dos brasileiros favorecido pela baixa do dólar que também está ocasionando um aumento das viagens internacionais.

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