Fundos de pensão vão buscar mais risco
"Quem buscar rentabilidade terá que ser mais imaginativo. Os controles de risco terão que ser mais acentuados para identificar títulos privados como debêntures e CDBs", diz o diretor-presidente da Associação Brasileira das Entidades de Previdência Privada (Abrapp), José de Souza Mendonça.
A renda variável aparece com 30% do total, sendo 14% ou R$ 80,4 bilhões diretamente em ações e 16% ou R$ 92,01 bilhões em fundos de investimentos em renda variável.
Entre os diversos, os investimentos estruturados representam 2,3% ou R$ 13,34 bilhões; títulos de dívida externa com 0,1% ou R$ 313 milhões; imóveis em 3,6% ou R$ 20,685 bilhões; operações com participantes com 2,6% ou R$ 14,91 bilhões, e a categoria outros com 0,4% ou R$ 2,07 bilhões, que inclui derivativos.
Fundação Cesp
No próximo dia 28 de maio, segunda-feira, a Fundação Cesp vai buscar convencer seus participantes que os bons tempos de juros altos terminaram e que isso exigirá mudança na meta atuarial de seus planos de previdência.
"Teremos que convencer patrocinadores da necessidade de contribuições e os participantes da expectativa de ganhar menos. Mas eles mostraram-se bastante resistentes às mudanças", disse o diretor de previdência da Fundação Cesp, Eusébio Bomfim.
Até 2010, os 10 diferentes planos da Fundação Cesp prometiam a remuneração do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) mais 6% ao ano. "Manter um patamar de rentabilidade alta exigirá rever a política de investimentos e ser menos otimista."
Em 2011, o fundo iniciou sua política de esclarecimento e conquistou a adesão parcial da maioria dos planos. Atualmente o plano PAP Fundação CESP adota a taxa real de 5% ao ano, PSAP Transmissão Paulista e PSAP Elektro adotam 5,75%, PSAP Duke Energy adota 5,5%, e PSAP Eletropaulo (em BD/CD), PSAP EMAE e PSAP Tietê adotam taxa de juros de 5,25%. Os demais permanecem com taxa real de juros de 6% ao ano.
A fundação tem como patrocinadoras as seguintes empresas — Grupo AES Brasil (AES Tietê , AES Eletropaulo e AES Eletropaulo Telecom); Grupo CPFL Energia (CPFL Paulista, CPFL Brasil, CPFL Piratininga e CPFL Geração); Companhia Energética de São Paulo (Cesp); ISA CTEEP; Elektro; EMAE e Duke Energy International e Geração Paranapanema — e atende cerca de 30 mil assistidos, 15 mil contribuintes ativos e 55 mil dependentes.
"Um dos pontos é que o indexador adotado pela Fundação Cesp é o IGP-M, mas o próprio governo federal não emite mais títulos públicos com este indexador, mas com o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo]", argumenta Bomfim.
Ele conta que até o ano passado, os títulos públicos vinculados ao IPCA, as Notas do Tesouro Nacional série-B (NTN-B) com vencimento em 2040 e 2045 pagavam 5,5% ao ano. "Agora existe a expectativa de que estes títulos longos vão pagar IPCA mais 4,5% ao ano", justifica Bonfim sobre o cenário de longo prazo.
"A queda da Selic mexe com toda a cadeia de investimentos. Damos preferência aos títulos públicos vinculados ao IPCA e por títulos privados indexados ao IGP-M, mas acredito que a meta atuarial mais adequada será de 5% ao ano", propõe Bomfim. "A proposta é chamar uma contribuição maior dos planos de benefício definido e transferir esse conhecimento", completou o diretor.
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