quarta-feira, 30 de maio de 2012

Emissão de fundo imobiliário dobra até maio

Ernani Fagundes
Publicado quarta-feira, 30 de maio de 2012, DCI

XP Investimentos faz parcerias com mais de 100 instituições financeiras e promete oferecer mil diferentes aplicações aos clientes até o final de 2012

São Paulo

O volume captado em ofertas de fundos imobiliários dobrou, de R$ 1,91 bilhão para R$ 3,76 bilhões, nos 5 primeiros meses de 2012 até ontem, quando comparado com o de igual período de 2011. "A demanda por fundos imobiliários cresceu muito. Receber aluguéis sem imposto de renda é uma característica desse produto que explica esse crescimento", disse o diretor de Varejo da XP Investimentos, Eduardo Glitz.

Em geral, as cotas de fundos de investimentos imobiliários são compostas por frações de empreendimentos comerciais como shopping centers e prédios de escritórios que geram ganhos com o aluguel das unidades.

Para efeito comparativo com outras aplicações, a isenção do IR proporciona rendimento próximo ou logo acima da taxa de depósito interbancário (CDI) e acima do rendimento do certificado de depósito bancário (CDB). Quanto ao risco, a cota de FI é de baixa liquidez, ou seja, adquirido o título, é difícil se desfazer dele no mercado secundário, e o valor principal é associado ao bem imobiliário, com risco de apreciação e depreciação.

De acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a emissão de cotas de fundos imobiliários que foi fraca nos meses de janeiro e fevereiro com R$ 170,25 milhões saltou para R$ 1,404 bilhão em março; R$ 1,128 bilhão em abril e R$ 1,060 bilhão em maio. Ao todo, foram feitas 15 ofertas, contra 12 no mesmo período do ano passado.

Para os próximos meses, outras 10 ofertas estão em análise na CVM, no total de R$ 1,771 bilhão. Entre os 4 pedidos solicitados em maio, está a solicitação para o fundo BB Renda de Papéis Imobiliários de R$ 400 milhões, cujo coordenador líder será a BB Investimentos. Outro pedido é para o fundo Aquilla, de R$ 206,085 milhões, que será coordenado pela Foco DTVM. Em volumes menores, estão os pedidos para o fundo Banrisul Novas Fronteiras, do Banrisul, no valor de R$ 70 milhões, e a solicitação do CSHG Desenvolvimento de Shoppings Populares, coordenado pelo Credit Suisse Hedding Griffo, no valor de R$ 82,476 milhões.

Duas solicitações foram feitas à CVM em abril, uma para o fundo Convida, do Banco Gerador, no valor de R$ 100 milhões, e outra para o BC Fundos de Fundos Imobiliários, do Banco Ourinvest, em R$ 50 milhões.

Ainda em análise estão 4 pedidos feitos no mês de março à CVM. O maior é o do BM Edifício Galeria, com R$ 381,205 milhões, sendo coordenador líder o Banco BTG Pactual. A segunda em volume é a do fundo Plural Capital ABL Shopping, de R$ 300 milhões, que será trabalhada pela Flow CCTVM. O empreendimento Vila Olímpia Corporate, de R$ 172 milhões, terá como coordenador líder a RB Capital DTVA. Em volume menor, a Petra Personal Trader CTVM será o coordenador líder do fundo Bússola, de R$ 10 milhões.

Fatores de risco

Além do risco da baixa liquidez, os fundos imobiliários possuem o risco de inadimplência dos valores que lhe forem pagos pelos locatários, arrendatários e ou eventuais superficiários, a título de compra e venda, locação, arrendamento e ou concessão do direito de superfície dos imóveis. Dessa forma, o fundo estará exposto aos riscos de crédito dos adquirentes, locatários, arrendatários e ou superficiários dos respectivos imóveis que estão estruturados nos fundos de investimento.

Outro risco a ser destacado aos investidores é o risco de desapropriação dos imóveis, assim como, o risco de perdas e danos pela administração de imóveis por terceiros, e o risco de sinistro, que pode ser causado por diversos motivos como incêndios, terremotos e enchentes, eventualmente ou parcialmente cobertos por apólices de seguros.

Diversificação

Em tempos de resultados magros com o mercado acionário, as corretoras e distribuidoras estão diversificando seus produtos e oferecendo fundos imobiliários para aumentar as receitas.

A oferta recente do FI Rio Negro já registrada como encerrada na BM&FBovespa teve 16 participantes: CM Capital Markets, Máxima, Mirae Asset, Petra, Prosper, Icap, Renascença, SLW, Spinelli, Souza Barros, Um Investimentos, XP Investimentos, Flow, Coinvalores, Gradual Investimentos e Banco Fator Corretora.

Entre os exemplos de diversificação além dos fundos imobiliários e do Tesouro Direto, a XP Investimentos pretende oferecer mil diferentes produtos financeiros até o final de 2012, atualmente são 400. "O conceito que trabalhamos há mais de um ano é o de shopping center financeiro, e por isso, fechamos convênios com mais de 100 instituições de pequeno, médio e grande porte", disse Glitz.

"O brasileiro sempre teve a cultura de investimento em poupança, oferecemos outras possibilidades como fundos imobiliários, fundos de renda fixa, LCIs, CRIs, CDBs e títulos públicos direto na plataforma da XP, assim como fundos de previdência PGBL e VGBL", diz o diretor de Varejo da XP Investimentos.



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