terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fundo imobiliário busca ativo financeiro

Mariana Segala   (msegala@brasileconomico.com.br)

 

19/01/11 15:38

 

Em 2010, dos R$ 2,8 bilhões vendidos em cotas nas ofertas, 53% foram captados por fundos que se propunham a comprar espaços corporativos para alugar

Os fundos imobiliários - que, em 2010, entraram de vez no gosto do investidor brasileiro - prometem passar por uma fase de mudança neste ano. Em especial, no que diz respeito à estratégia de investimento.

No ano passado, dos R$ 2,8 bilhões efetivamente vendidos em cotas nas ofertas, 53% foram captados por fundos que se propunham a comprar espaços corporativos para alugar.

Agora, dos R$ 9,5 bilhões previstos nas ofertas já em andamento ou em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), apenas 11% buscam esse segmento.

A maior fatia dos recursos, de 38%, deve ser destinada a ativos financeiros lastreados no setor imobiliário, segundo levantamento do consultor Marcelo D'Agosto, especializado em fundos de investimentos.

Entram nessa categoria papéis como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e até ações de companhias de construtoras. Mais de 15 mil pessoas físicas participaram das ofertas de 2010, comprando 77% das cotas disponíveis.

Liberados para adquirir ativos do tipo desde 2008, só depois que foram isentados da cobrança de Imposto de Renda em títulos de renda fixa imobiliária - em 2009 - que os fundos começaram a comprar CRIs e outros papéis.

O benefício, já concedido aos investidores pessoa física que investissem diretamente nos papéis, marcou o setor.

"Os CRIs são um produto testado e aprovado pelos investidores individuais, mas têm preço de emissão de R$ 300 mil", explica o diretor da RB Capital, Marcelo Michaluá, sobre os papéis lastreados em fluxos de prestações e aluguéis. "Mas em um fundo, com cotas que podem custar R$ 10 mil, os certificados atingem uma nova classe de investidores."

Popularidade

Não que se possa chamar os fundos imobiliários de ativos financeiros de "populares". Pelo estudo de D'Agosto, as carteiras desse tipo foram as que tiveram maior aporte médio por investidor entre as ofertas do ano passado.

Foram R$ 516 mil por pessoa física, contra R$ 139 mil por investidor na média dos fundos imobiliários. Já as carteiras destinadas a investir em imóveis comerciais (como lojas de shopping center) foram os mais acessíveis, com aporte médio de R$ 59 mil por investidor de varejo.

A pulverização das carteiras focadas em ativos financeiros e dos fundos imobiliários em geral ainda depende da chegada de certo tipo de instituição financeira ao segmento.

"O fato de grandes bancos começarem a oferecer fundos imobiliários até na rede de agências tende a pulverizá-los", avalia D'Agosto.

A isenção de impostos e a rentabilidade são atrativos adicionais. Segundo estudo da consultoria Fundo Imobiliário, a rentabilidade média dos 25 principais fundos negociados na BM&FBovespa atingiu 26,87% em 2010, considerando a distribuição de rendas e a valorização das cotas.

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