quinta-feira, 18 de novembro de 2010

APÓS CRESCER COM AGRE, PDG AVANÇA PARA SETOR HOTELEIRO

Vivian Pereira 18.11.10


No dia em que apresentou lucro líquido trimestral de 261,6 milhões de reais, a construtora e incorporadora PDG Realty marcou sua entrada no segmento hoteleiro e, ao mesmo tempo, traçou meta robusta para lançamentos de até 10 bilhões de reais em 2011.

A companhia, que se tornou a maior incorporadora do país após adquirir a Agre em maio, firmou na terça-feira acordo com a rede Marriot International para construção e administração de até 50 hotéis da rede Fairfield -hotéis corporativos de segmento econômico- no Brasil, nos próximos cinco anos a partir de 2011.

De acordo com a PDG, o objetivo é otimizar a utilização do atual banco de terrenos da empresa, sem perder o foco em empreendimentos residenciais. A Marriot, por sua vez, ficará responsável por intermediar a venda dos hotéis a grandes investidores.

"Não há mudança de estratégia. Continuamos tendo prioridade total em empreendimentos residenciais, com foco relevante na baixa renda", disse o presidente-executivo da PDG, Zeca Grabowsky, em teleconferência com analistas e investidores.

"O Brasil vem despertando interesse de investidores... Vamos aproveitar para acelerar a utilização do 'land bank' em certas localidades", afirmou ele, acrescentando que os hotéis servirão como "catalizadores" para desenvolvimento da região onde a empresa planeja construir empreendimentos residenciais.

Questionado sobre a possibilidade de enfrentar risco de execução pelo elevado volume de obras previstas, Grabowsky afirmou que, inicialmente, serão construídos dois hotéis em um mesmo município, sendo que a "construção não é sofisticada", por se tratar de hotéis corporativos. A PDG também já iniciou o treinamento de mão de obra para este fim.

Ainda segundo o executivo, cada projeto hoteleiro terá Valor Geral de Vendas (VGV) de entre 40 milhões e 80 milhões de reais. Para 2011, a companhia prevê o lançamento de até oito hotéis por meio da parceria, número que não está contemplado na meta traçada para o próximo ano.

A PDG encerrou setembro com banco de terrenos com potencial para lançamentos da ordem de 31 bilhões de reais.

LUCRO CRESCE COM AGRE

Na madrugada desta quarta-feira, a PDG reportou lucro líquido ajustado de 261,6 milhões de reais para os três meses encerrados em setembro, comparado a ganho proforma de 247,4 milhões de reais um ano antes, calculado como se a empresa já houvesse adquirido a Agre na ocasião.

A média das previsões de nove analistas consultados pela Reuters era de lucro de 224,5 milhões de reais para a empresa no período.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia atingiu 414,8 milhões de reais no terceiro trimestre. Em igual intervalo do ano passado, a geração de caixa proforma foi de 316,1 milhões de reais. A margem passou de 32,7 para 26,7 por cento.

No acumulado de 2010, os lançamentos da PDG somam 4,9 bilhões de reais, equivalentes a 70 por cento do ponto médio da meta traçada para o ano, de 6,5 bilhões a 7,5 bilhões.

"Estamos confortáveis para atingir a meta... Basta realizar lançamentos em linha com o terceiro trimestre para cumprir o ponto médio, sem necessidade de fazer um trimestre anormal", disse Grabowsky.

De olho neste cenário, a PDG também apresentou nesta quarta-feira a meta de lançar entre 9 bilhões e 10 bilhões de reais no ano que vem.

"Agora estamos pensando em 2011, na estratégia de distribuição (dos lançamentos) para não acumular no final do ano", acrescentou o diretor financeiro da companhia, Michel Wurman.

Já as vendas contratadas da empresa somam 4,8 bilhões de reais no acumulado do ano, 59 por cento acima do registrado um ano antes.

Com isso, a PDG encerrou o trimestre passado com receita líquida de 1,55 bilhão de reais, superior aos 967 milhões obtidos um ano antes, considerando os números da Agre.

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