segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Largman deixa PDG Securitizadora

(Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS - 24/08/2012 - Pág. B12)

Cerca de um ano depois de assumir a presidência da PDG Securitizadora, Luis Largman está de saída da companhia. Conforme o Valor apurou, o anúncio oficial ocorrerá logo após a conclusão da capitalização da PDG Realty, proposta pela Vinci Partners. A operação será concluída em 30 de agosto.

 

A saída de Largman teria sido de comum acordo e marca a decisão da PDG de focar as atividades da securitizadora apenas nos recebíveis da própria companhia, segundo fontes. Procurados, a PDG e o executivo não comentaram o assunto.

 

Largman, que ficou nove anos na Cyrela Brazil Realty - a maior parte do tempo como diretor financeiro e de Relações com Investidores - havia assumido o cargo na subsidiária da PDG em agosto do ano passado justamente com a missão de torná-la uma unidade independente. A securitizadora é a empresa responsável por adquirir recebíveis imobiliários e "empacotá-los" para venda a investidores, com a emissão de títulos no mercado de capitais, os chamados certificados de recebíveis imobiliários (CRI).

 

O projeto era fazer com que a PDG Securitizadora fizesse emissões para outras empresas, inclusive a Cyrela - que tradicionalmente costuma manter seus recebíveis no balanço. A execução da ideia, no entanto, nunca engrenou, pois estava condicionada à entrada de um sócio na securitizadora, o que possibilitaria elevar seu patrimônio. A PDG chegou a ter conversas avançadas com o Santander e com o BTG, mas o conselho de administração da companhia não aprovou nenhuma das duas propostas, assim como não considerou as demais ofertas satisfatórias.

 

Neste ano, as atenções da PDG se voltaram para arrumar a casa, ou seja, para a reestruturação interna, com foco em vendas e redução de lançamentos, estoques e custos. A partir daí, a companhia teria decidido que a PDG Securitizadora manteria o foco somente nas operações da própria companhia. Todas as operações feitas nos últimos 12 meses, que somaram R$ 1,2 bilhão, foram para a PDG, sendo R$ 200 milhões do total referentes à securitização para a Agre Urbanismo, controlada da PDG.

 

Em julho, a PDG Securitizadora possuía quase R$ 2 bilhões em CRIs emitidos no mercado, mas a maior parte com lastro em cédulas de crédito bancário (CCB) ou recebíveis da própria PDG. Esse tipo de estrutura não agrada a parte dos investidores, em razão de potenciais riscos de conflito de interesses. Por isso, a estrutura independente só funcionaria com a entrada de um novo sócio.

 

Depois de um período de forte atividade em 2011, a securitizadora da PDG reduziu o ritmo e realizou apenas três operações no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados do último balanço disponível na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa chegou a entrar com pedido para fazer uma emissão de R$ 180 milhões, que seria coordenada pelo Itaú BBA, mas a operação foi cancelada. Conforme fontes, houve um problema operacional nessa emissão, e a PDG teria optado por captar recursos de outra forma.

 

Após deixar a empresa, Largman montará uma gestora de recursos focada no setor imobiliário. Ele permanecerá na PDG Securitizadora apenas até a conclusão da operação de capitalização da controladora, a fim de evitar ruídos nesse processo. Como a securitizadora possui capital aberto, a saída precisaria ser comunicada ao mercado.


A equipe que já está à frente da securitizadora continuará responsável pelas operações após a saída do executivo. Conforme fontes, a PDG não descarta a possibilidade de buscar, novamente, a expansão da empresa de securitização em 2013.



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