quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Atraídos pelo aluguel

O Globo, George Vidor, 06/ago

Aluguéis de imóveis comerciais e residenciais têm rendido de 0,4% a 0,6% ao mês para investidores

 

Cerca de 20% a 25% de compradores de imóveis novos no Rio são hoje investidores interessados em alugá-los, tanto para uso comercial como para fins residenciais. Esse tipo de investimento, muito comum no passado, havia desaparecido diante da concorrência das altas taxas de juros oferecidas por produtos financeiros ou porque as leis do inquilinato acabaram afugentando do mercado potenciais locadores. A grande procura por andares, salas e lojas para fins comerciais foi o que inicialmente motivou o retorno desses investidores ao mercado imobiliário. Agora, também cresce o número de interessados no aluguel residencial.

 

No passado, o parâmetro para o aluguel mensal era de 1% do valor do imóvel ou do investimento realizado. Isso ficou para trás. O retorno mais factível oscila de 0,4% a 0,6% ao mês, o que é competitivo com os rendimentos dos títulos de renda fixa, CDBs etc. No ano passado, foram lançados 25 mil unidades no mercado imobiliário no Rio, sendo nove mil comerciais, um número recorde. Este ano, a previsão da Ademi, entidade que reúne as empresas do setor, é de 20 mil unidades, mantendo-se os comerciais na faixa de nove mil. Não entram nessa conta a construção de residências pelo programa Minha Casa, Minha Vida, destinado a famílias de um a dez salários mínimos de renda mensal.

 

Investimentos em infraestrutura (BRTs, metrô, trens suburbanos) vêm estimulando os incorporadores a construir em regiões mais afastadas do centro da cidade. Mas alguns bairros antes tradicionais para o aluguel (São Cristóvão, Tijuca, Botafogo) também voltaram a entrar no mapa. No entanto, a zona portuária é que ficará na vitrine nos próximos anos. O presidente da Ademi, Conde Caldas, prevê 30 projetos nessa região, sendo que de dez a 12 previstos para ser lançados até dezembro. A própria empresa dele é uma das incorporadoras que apostam na zona portuária.

 

O mercado de locação representa menos de 25% do total de imóveis no Brasil. Em outros países essa proporção chega a 45%.

 

 

 

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