segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Com ambição, Plural vira banco | O POVO

Com ambição, Plural vira banco

Um modernoso painel de LED de proporções cinematográficas exibe imagens de várias partes do mundo e dá as boas-vindas aos visitantes, que, na sequência, podem apreciar obras contemporâneas de artistas plásticos como Waltércio Caldas e José Bechara, posicionadas aqui e ali. A cor branca em paredes e pisos ajuda a dar um quê de galeria de arte à nada convencional sede do novíssimo Brasil Plural Banco Múltiplo. Fora do circuito Faria Lima que abriga quase todos os bancos de investimento, o escritório impressiona e rapidamente transmite a mensagem de que os planos ali são ambiciosos.

Após três anos de suspense, o mais novo banco de investimentos brasileiro nasce com estrutura respeitável. Os grandes exemplares dessa espécie, Garantia e Pactual, tiveram começos bem mais modestos. Mesmo o Itaú BBA, que hoje domina esse mercado ao lado do BTG Pactual no país, também teve origem mais humilde.

Mas os tempos são outros, o mercado é mais complexo e os fundadores do Plural não começaram do zero. Já haviam feito seus milhões no mercado financeiro quando decidiram criar seu próprio banco.

"Queremos brigar no mesmo grupo de Itaú BBA e BTG Pactual", diz Rodolfo Riechert, sócio do novo banco e também presidente da instituição. Ao lado de André Schwartz, Carlos Eduardo Rocha e Eduardo Moreira, todos ex-sócios do antigo Pactual, Riechert fundou a Plural Capital em 2009. Juntos, aplicaram os R$ 400 milhões iniciais nos fundos da gestora.

Até junho do ano passado, estavam impedidos de criar um banco por conta de uma cláusula de seu contrato de saída do Pactual. Bem antes disso, porém, os planos já estavam traçados.

O primeiro passo foi a incorporação da Flow, corretora de Jorge Felipe Lemann, filho do empresário Jorge Paulo Lemann. Anunciado em 2011, o negócio envolveu uma troca de ações que fez de Pipo - como é conhecido Jorge Felipe no mercado - um dos sócios principais do Plural.

Desde então, o Plural começou a se preparar e montou uma estrutura que soma hoje 300 pessoas e vai chegar a 500 com a incorporação de novos negócios.

Na quarta-feira, finalmente veio a autorização do Banco Central (BC) para que a Plural Capital virasse banco. A autoridade monetária aprovou a aquisição do Banco Equity - que pertencia ao Prosper e estava inoperante - abrindo caminho para isso. Poucos dias antes, o BC havia concedido à Plural a autorização para sua associação com a Flow.

Quase simultaneamente, a Securities and Exchange Commission (SEC, regulador do mercado de capitais nos EUA) deu a licença para o Plural atuar como corretora em Nova York, onde já montou uma equipe de 15 pessoas.

As aprovações eram necessárias para colocar em ação o projeto de fazer a Plural Capital ir além da assessoria financeira e da gestão de recursos. Agora, ganha a capacidade de financiar operações de clientes - ainda que de forma limitada - e poderá lançar uma plataforma completa de serviços e produtos financeiros no Brasil e no exterior.

Falta ainda o sinal verde do BC para a compra da corretora Geração Futuro, que deixará o Plural com um pé no segmento de varejo, mas esse é um negócio que ficará segregado do banco. Completam a estrutura uma securitizadora, uma resseguradora - a Terra Brasis, que aguarda aprovação regulatória para começar a operar - e a ABL, que vai desenvolver shopping centers.

A nova fase inclui a mudança de nome. Fundada como Plural Capital, a instituição passa a se chamar Brasil Plural Banco Múltiplo - o "Brasil" foi incluído para evitar problemas com a gestora americana Plural Investments, mas o sócios sabem que o banco ficará conhecido apenas como Plural.

"Passamos a ser uma instituição financeira completa. A gente vem desse DNA", afirma Riechert ao Valor. "Vamos atuar no levantamento de recursos e não só na assessoria financeira aos nossos clientes."

A ideia é que o banco tenha patrimônio líquido de até R$ 300 milhões, sete vezes os R$ 40 milhões atuais. Os sócios vão integralizar os recursos próprios que, hoje, estão alocados nos fundos de investimentos da casa.

Além dos quatro sócios iniciais, o time de acionistas com direito a voto é formado por Jorge Felipe Lemann, Evandro Pereira, Pedro Guimarães e Claudio Pracownik. Esse mesmo grupo e outros 17 sócios detêm as ações preferenciais. Outros três nomes devem entrar no capital em nova rodada de escolha de novos sócios entre os executivos, prevista para o fim deste ano. As informações são do site Valor Econômico.


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