terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Estamos animados, mas cuidadosos", diz CIO da Rio Bravo sobre fundos imobiliários

22/01/2013
Autor: Diego Lazzaris Borges
Fonte: InfoMoney

Para Paulo Bilyk, CIO (Chief Investment Officer) da Rio Bravo, os fundos imobiliários chegam como uma alternativa às baixas taxas de juros no país.

SÃO PAULO – O mercado de fundos imobiliáros passou por um verdadeiro “boom” em 2012. O número de fundos negociados na bolsa cresceu muito, assim como a quantidade de investidores. As ofertas iniciais se tornaram freqüentes, especialmente no final do ano, e levaram muitos investidores a este mercado.

Para Paulo Bilyk, CIO (Chief Investment Officer, ou diretor da área de investimentos) da Rio Bravo, gestora de recursos que possui mais de R$ 5 bilhões de patrimônio em ativos imobiliários, os fundos imobiliários chegam como uma alternativa às baixas taxas de juros no país e são uma boa opção para o investidor pessoa física. Ao mesmo tempo, ele ressalta que os investidores dos fundos estão acostumados com uma valorização constante dos imóveis nos últimos anos, o que pode não se repetir com a mesma intensidade daqui para frente.

“Estamos animados, mas também cuidadosos”, disse, em entrevista ao InfoMoney. “O brasileiro ainda não viveu um ciclo de reprecificação de ativos imobiliários em bolsa e talvez as pessoas estejam um pouco iludidas, [achando] que o imóvel não cai de preço. De fato, na vida dos fundos imobiliários, os imóveis ainda não caíram de preços. Mas isso não vai acontecer para sempre”, acredita. Para Bilyk, o mercado imobiliário já “se acalmou”. “O mercado já está bem mais sóbrio. Já não vemos o preço dos imóveis aumentando de forma tão importante”, aponta.

Ao mesmo tempo, o executivo também não acredita que deva haver uma grande correção para baixo no preço das cotas dos fundos. Para que isso acontecesse, seria necessário que os juros básicos apresentassem um forte movimento de alta, o que ninguém espera – pelo menos por enquanto. ”Precisaria ser [um aumento de juros] relevante. No passado já aconteceu isso [juros subirem] e os fundos imobiliários não reagiram porque as pessoas estão satisfeitas com a renda que os FIIs têm gerado”, ressalta. “Pode haver uma pequena correção, mas não um crash”, continua.

O mercado

O gestor aponta que o mercado de grandes imóveis comerciais está se adaptando a uma nova realidade. Se antes, com pouca oferta de imóveis de alto padrão, os vendedores conseguiam “dar as cartas” na hora da negociação, agora, os compradores (fundos imobiliários entre eles) já conseguem brigar por um preço melhor.

Segundo Bilyk, o mercado também está se acostumando com a presença de grandes investidores institucionais como compradores imobiliários, algo que não existia antigamente. “Os gestores dos fundos são compradores profissionais. Não é alguém pouco cauteloso, ou deslumbrado. É um comprador muito mais seco, que vai fazer ofertas em diversos campos, que vai procurar uma precificação muito justificada racionalmente”, ressalta.

O executivo aponta que o final do ano passado foi muito intenso em relação às captações no mercado e, agora, o foco principal da Rio Bravo é gerir os fundos que foram estruturados. “Nossa prioridade agora é executar. Queremos entregar a execução operacional desses fundos”, conclui Bilyk.

 

 

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