sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Próximo governo terá que garantir nível de investimentos, diz Mantega


RIO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que um dos principais desafios para o próximo governo é garantir que o nível de investimentos da economia brasileira seja elevado. Para isso, ele defendeu a modernização da estrutura de financiamento do país. Ele acredita que os investimentos deverão fechar este ano em torno de 22% do produto interno bruto (PIB).
"O BNDES não pode carregar todo o financiamento do país", disse o ministro, que participou de encontro com empresários na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Mantega informou que está formulando uma proposta, que será apresentada dentro de um a dois meses, para fomentar o financiamento privado. "Isso habilitará o país a ter uma estrutura de capital mais sólida de investimento. As regras serão aprovadas ainda neste governo", disse.
Além disso, o governo vai anunciar, nos próximos dias, a Agência Brasileira de Garantias, com que espera baratear os financiamentos, já que serão dadas mais garantias aos empreendimentos.
O ministro lembrou ainda que pretende dinamizar o mercado de capitais, elevando a liquidez de debêntures, criando papéis específicos para um determinado projeto, e não necessariamente para uma única empresa, e com isenção de Imposto de Renda.
Instrumentos financeiros existentes também deverão ser aperfeiçoados, como os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e as letras financeiras, que, segundo o ministro, ainda passam por algumas dificuldades.
O ministro disse que, apesar da necessidade de o próximo governo garantir que o nível de investimentos se mantenha elevado, o país já vem crescendo sem gerar desequilíbrios macroeconômicos. A expectativa de Mantega é que a inflação fique abaixo de 4% este ano. Ele reiterou também a estimativa de que o PIB de 2010 tenha crescimento acima dos 7%.
"Acredito que 7% é o mínimo que nós vamos crescer este ano. Mas todo mundo já está falando em 7,4%, 7,8% e alguns já falam em 8%", disse. Ele afirmou que o governo vai rever a projeção oficial para o acumulado do ano após a divulgação do resultado do terceiro trimestre. A correção poderá ser para 7,3% ou 7,4%, segundo o ministro.
(Juliana Ennes | Valor)

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