terça-feira, 21 de setembro de 2010

Aliansce cria divisão para vender "espaço aéreo" de shopping

Valor


21.09.2010

Certa de que o potencial econômico gerado por um shopping vai além dos pavimentos de lojas e estacionamentos, a Aliansce decidiu criar uma divisão para cuidar apenas dos empreendimentos imobiliários instalados em anexo aos seus centros de compras. A nova área vai se dedicar à venda do "espaço aéreo" dos shoppings para incorporadores interessados em levantar torres residenciais e comerciais nesses locais. Com isso, a Aliansce reforça a tendência do mercado, já verificada com outros grandes empreendedores como BR Malls, Multiplan e JHSF, de criar empreendimentos multiuso, que reúnem em um só espaço lazer, trabalho e residência.

"Não queremos concorrer com incorporadores já estabelecidos no mercado", diz Henrique Cordeiro Guerra, diretor executivo e de relações com investidores da Aliansce. "Vamos procurar parceiros para explorar o potencial desses empreendimentos, em complexos multiuso", diz. O diretor responsável pela nova área será Gilberto Alves Costa, que está deixando a sociedade na carioca Prodomus Assessoria Imobiliária para se dedicar ao projeto. "Selecionamos 11 dos 16 shoppings da Aliansce com potencial de construção significativo", diz Costa. Segundo ele, as salas comerciais próximas de shopping costumam ter valorização de 15% a 20% e, as residências, de 10% a 15%, em média.

A empresa já trabalhava em projetos multiuso, como no Boulevard Shopping Belo Horizonte, que será inaugurado em outubro. Serão três pavimentos de lojas, três de estacionamento e, acima deles, será construída uma torre de 17 andares, comercial, cujo projeto já está aprovado. Agora a empresa terá mais foco na oferta dos espaços a parceiros. "Há muita sinergia entre um shopping e uma torre comercial, por exemplo, no que se refere a estacionamento", diz Costa.

De acordo com Guerra, a Aliansce poderá vender o espaço para um incorporador levantar as torres, ou adotar um sistema de permuta (em que recebe como pagamento algumas unidades para venda ou aluguel), ou ainda desenvolver por conta própria. "Nosso objetivo é atingir receita de R$ 100 milhões, dentro de dois anos, com esses espaços anexos", diz.

"O VGV [valor geral de vendas] desses 11 empreendimentos soma R$ 1,2 bilhão", diz Guerra. Ao todo, a Aliansce tem participação em 13 empreendimentos que estão em operação e em outros três em construção. A área imobiliária não vai atender shoppings que são apenas administrados pela Aliansce. "Não vamos desenvolver projetos que não estejam acoplados aos nossos empreendimentos".

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