domingo, 26 de setembro de 2010

Emissão de CRI bate recorde com expansão da economia

Bloomberg
A venda de instrumentos financeiros lastreados por ativos imobiliários brasileiros está batendo recorde. Esse movimento reflete a expansão de construtoras e de administradoras de shopping centers com o crescimento econômico mais acelerado em duas décadas.
A oferta de certificados de recebíveis imobiliários, ou CRI, por empresas incluindo a PDG Realty SA Empreendimentos e Participações, terceira maior construtora de moradias do país, está a caminho de atingir R$ 6 bilhões este ano, contra R$ 3,2 bilhões em 2009, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais, em São Paulo. Os CRI vendidos este ano pagam um rendimento médio de 800 pontos- base, ou 8 pontos percentuais, acima do Índice Geral de Preços - Mercado, para prazos de 12 a 15 anos.
“Esses títulos têm tido boa demanda”, disse Rodrigo Machado, coordenador do Comitê de Produtos Financeiros Imobiliários da Anbima. “Os financiamentos imobiliários e crédito estão longe de desacelerar. Além disso, a securitização ainda representa uma parte muito pequena em relação ao crédito total”.
A venda desses instrumentos se acelera à medida que o crescimento econômico — que, pelas previsões de analistas, vai ultrapassar 7% pela primeira vez desde 1986 — estimula a demanda por ativos de maior rendimento. A 800 pontos-base acima da inflação, o rendimento dos títulos garantidos por imóveis é cerca de 186 pontos maior do que o dos títulos públicos com prazo de sete anos e atrelados ao índice de preços ao consumidor, as NTN-B. Papéis com a melhor classificação de risco garantidos por imóveis comerciais nos Estados Unidos rendem 252 pontos-base a mais do que os papéis do Tesouro americano, ou cerca de 5,06% para bônus com prazo de 10 anos, de acordo com um índice do Barclays Plc.

Nenhum comentário:

Postar um comentário