quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Letras Financeiras disparam e volume chega a R$ 11,6 bilhões

DCI - São Paulo/SP - FINANÇAS - 22/09/2010

Eduardo Puccioni - Agência Estado 

SÃO PAULO - A Letra Financeira, conhecida como debênture para bancos, cresce aos saltos, apesar de as grandes instituições financeiras não demonstrarem muito interesse nesse tipo de captação. De acordo com os bancos, existem emissões mais rápidas e com maior apetite dos investidores do que a Letra Financeira.

Segundo números da Cetip Balcão Organizado de Ativos e Derivativos, onde o título fica em estoque desde o começo do ano, até a última sexta-feira, o montante emitido chegou a R$ 9,6 bilhões, após fechar o mês de maio em menos de R$ 3 bilhões. De 17 de setembro deste ano até dia 21 do mesmo mês, ou seja, em apenas dois dias de mercado, o volume cresceu de R$ 9,6 bilhões para R$ 11,6 bilhões.

Para o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Luiz Jurandir, a tendência é de crescimento das emissões não só para a Letra Financeira como para outros títulos privados.

"É inevitável que os instrumentos financeiros comecem a alongar prazos. Para os bancos poderem alongar seus empréstimos, será necessário o alongamento da captação e a Letra Financeira possibilita este recurso", explica o professor.

Um dos fatores que podem trazer um desânimo para o investidor é a falta de mercado secundário. "Primeiro o investidor precisa analisar o banco que está realizando a emissão. Depois é preciso haver mercado secundário, que hoje não existe", diz Jurandir.

O professor afirma ainda que "já é difícil mercado secundário para títulos privados, ainda mais de longo prazo como as Letras Financeiras", acrescenta.

Carlos Ratto, diretor comercial e de produtos da Cetip, em entrevista para o informativo da própria companhia, diz que "o segmento de renda fixa apresenta várias oportunidades. A Letra Financeira é um ativo com boas perspectivas tanto no mercado primário como no mercado secundário".

Ratto revela ainda que "teremos, provavelmente entre setembro e outubro, a Letra Financeira de distribuição pública. Também pretendemos registrar, até o final do ano, o COE - Certificado de Operações Estruturadas, um produto que vai mudar um pouco a cara de derivativos", acrescenta ele.

De acordo com o executivo, o novo instrumento deve alcançar um número mais expressivo de pessoas físicas, atraindo investidores que não querem migrar diretamente para mercados com maior risco, podendo optar por um produto para seu perfil de risco versus retorno.

No início do mês de abril, o Banco do Brasil realizou uma emissão no valor de R$ 1 bilhão para elevar seu índice de Basileia, que na época estava prestar a ficar abaixo dos 13%. O banco não chegou a divulgar a operação para seus clientes.

A emissão só foi realizada porque, na época, o Banco Central havia publicado o cancelamento da norma que permitia o uso do excedente de provisões como capital, com isso, o índice de Basileia ia cair 0,63 ponto percentual.

Emissão CEF

Outra instituição financeira que pretende emitir Letra Financeira é a Caixa Econômica Federal para conseguir sustentar o forte ritmo de crescimento de suas operações de crédito. No primeiro semestre, a expansão foi de 50%. "Se precisar, vai ser feita uma capitalização. Até para podermos continuar no mesmo ritmo de crescimento", disse a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, na ocasião.

Por enquanto, a Caixa está buscando outras formas de captar recursos para financiar a expansão do crédito, principalmente o imobiliário. Por isso, uma eventual capitalização deve ocorrer em 2011 ou 2012. Nas próximas semanas, o banco deve captar R$ 500 milhões por meio de securitização de sua carteira de empréstimos, afirmou Maria Fernanda. Além disso, deve lançar mais letras financeiras, espécie de debêntures que o governo criou no final do ano passado para os bancos captarem recursos de longo prazo. A Caixa lançou R$ 1 bilhão em letras financeiras e pode lançar mais R$ 2 bilhões.

A Letra Financeira, conhecida como debênture para bancos e que foi lançada no início do ano, cresce aos saltos, apesar de as grandes instituições financeiras não demonstrarem muito interesse neste tipo de captação. De acordo com os bancos, existem emissões mais rápidas e pelas quais os investidores têm mais apetite.

Segundo números da Cetip, Balcão Organizado de Ativos e Derivativos, onde o título fica em estoque desde o começo do ano, até a última sexta-feira, o montante emitido chegou a R$ 9,6 bilhões, após fechar o mês de maio em menos de R$ 3 bilhões. E ontem, após dois dias de mercado, o volume chegou a R$ 11,6 bilhões.

Carlos Ratto, diretor Comercial e de Produtos da Cetip, diz que "o segmento de renda fixa apresenta várias oportunidades. A Letra Financeira é um ativo com boas perspectivas tanto no mercado primário como no mercado secundário". Ratto revela ainda que "teremos, provavelmente entre setembro e outubro, a Letra Financeira de distribuição pública. Também pretendemos registrar, até o final do ano, o COE - Certificado de Operações Estruturadas, um produto que vai mudar um pouco a cara de derivativos".

Um grande banco que aposta neste tipo de instrumento de captação é a Caixa Econômica Federal, como meio de conseguir sustentar o forte ritmo de crescimento de suas operações de crédito. No primeiro semestre, a expansão foi de 50%. "Se precisar, vai ser feita uma capitalização, até para podermos continuar no mesmo ritmo de crescimento", disse a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho. A instituição já fechou uma captação de R$ 1 bilhão por meio das "debêntures dos bancos", e pretende fazer mais uma operação de R$ 2 bilhões até o fim do ano, juntamente com outros tipos de captação no mercado.

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