quinta-feira, 14 de junho de 2012

A estratégia de um fundo de R$ 48 bi contra o juro baixo - Seu Dinheiro - EXAME.com -Parte 2

A estratégia de um fundo de R$ 48 bi contra o juro baixo

 

Renda variável

A partir de 2009, a carteira de renda variável da FUNCEF passou a ter mais foco em investimentos de valor, cuja filosofia visa a selecionar ativos depreciados e com grande potencial de valorização por conta de uma má precificação do mercado. São empresas que têm problemas que podem ser sanados em breve, cujos problemas são superestimados pelo mercado ou mesmo cujos pontos fortes ainda não foram devidamente precificados.

"A carteira de ações da FUNCEF sempre foi muito correlacionada com o Ibovespa e o IBrX, até por seu porte e por prezarmos pela liquidez. Desde 2009, porém, tem havido um movimento de redução desta correlação", diz Britto. Segundo ele, a força motriz do Ibovespa nos últimos anos – petróleo e gás, mineração, bancos e siderurgia – não vai continuar com a mesma intensidade. Futuramente, esse papel será mais desempenhado pelo setor doméstico – logística, infraestrutura, seguros, varejo, transporte, construção civil e bens de capital.

Metade da carteira de renda variável da FUNCEF é terceirizada para outras gestoras de fundos. Mas, por seu porte, a Fundação investe em fundos-espelho, réplicas do fundo principal de cada gestora que permitem ao fundo de pensão deter 100% do fundo. Atualmente a FUNCEF pretende investir em quatro famílias de fundos: IBrX ativo, fundos de valor (incluindo small caps), dividendos e fundos de sustentabilidade.

Em sua apresentação, Bruno de Britto deu destaque às ações sustentáveis. "Empresas preocupadas com esse aspecto normalmente são companhias com práticas de gestão à frente de seu tempo, com times de gestão melhores", disse. Mas a Fundação não investe em fundos que aplicam em ações do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que é o tipo de fundo de sustentabilidade normalmente disponível para investidores pessoa física. O fundo de pensão preferiu uma gestora com metodologia própria para avaliar quais ações podem ser consideradas sustentáveis, hoje em fase final de contratação.

Para selecionar seus gestores de valor, a FUNCEF analisa mais a qualidade do gestor do que propriamente da carteira, por considerar que os critérios usualmente utilizados para avaliar fundos de ações não se aplicam perfeitamente aos fundos de valor. Segundo Britto, a gestora de recursos é avaliada como se fosse uma empresa, uma espécie de holding. A FUNCEF avalia a filosofia de investimento, a equipe e sua rotatividade, o nível de coparticipação nas empresas, o uso de alavancagem, os critérios de alocação de capital, entre outros fatores.

Além disso, também são feitas reuniões periódicas com os gestores, e sua performance é comparada entre eles, de modo que os aportes ou resgates sejam condicionados aos resultados. A performance dos fundos também é comparada à dos fundos oferecidos ao grande público no mercado.



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