terça-feira, 12 de maio de 2015

Saques na poupança somam R$ 29 bi no ano - Economia

Saques na poupança somam R$ 29 bi no ano - Economia - Estado de Minas

Saques na poupança somam R$ 29 bi no ano

Brasília – Diante dos baixos rendimentos e do alto nível de endividamento da população, os saques na caderneta de poupança somaram R$ 29,1 bilhões de janeiro a abril, mas o movimento de retiradas perdeu fôlego no mês passado. De acordo com os dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), a diferença entre as quantias depositadas e retiradas da aplicação em abril foi de R$ 5,85 bilhões, maior marca registrada no mês desde 1995. O resultado significa o quarto mês seguido de balanço negativo. No entanto, em março, houve perda de R$ 11,4 bilhões, pior desempenho da caderneta de todos os meses desde o início da série histórica do BC, em 1995. No mês passado, o saldo foi de R$ 648,3 bilhões, frente a R$ 662,7 bilhões registrados em dezembro de 2014.

Para o professor de finanças Fábio Gallo, da Fundação Getulio Vargas (FGV/SP), há dois motivos principais para explicar os números: "O primeiro é o que está acontecendo no cenário macroeconômico. Atualmente, sobra menos dinheiro para guardar. Além disso, com taxas de juros altas, as outras opções de investimento estão se tornando mais atrativas. Portanto, quem tem algum dinheiro para poupar está procurando por outros produtos de renda fixa", afirma. O especialista lista papeis atrelados ao mercado imobiliário; Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Tesouro Direto.

Segundo a Cetip, empresa que registra títulos e aplicações, houve crescimento de 46% na soma do estoque de Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) em fevereiro deste ano, na comparação ao mesmo mês do ano passado, atingindo a soma de R$ 322 bilhões depositados nesses investimentos na central de títulos. "As pessoas que investem com regularidade são mais disciplinadas: separam o que vão investir e gastam apenas o que sobra. Entretanto, na hora em que você faz a conta do que precisa para viver com um padrão normal, com inflação e preços crescendo rapidamente, o investimento cai", diz Rogério Olegário, consultor financeiro da Libratta Finanças Pessoais.

Como a poupança é o investimento mais popular do país, a aplicação sente primeiro os impactos do enfraquecimento da economia, esclarece o especialista. "A migração para fundos mais eficientes, com rendimentos maiores, também é um fator importante. De qualquer forma, a tendência é de que os resultados da poupança continuem em declínio. O aperto está apenas começando",  acredita. A recomendação de Olegário é de que as economias sejam reservadas para evitar o endividamento da família.


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