quarta-feira, 13 de maio de 2015

Governo rejeita socorro ao setor imobiliário

Governo rejeita socorro ao setor imobiliário | Valor Econômico

Governo rejeita socorro ao setor imobiliário

O Ministério da Fazenda e o Banco Central (BC) rejeitam a proposta, feita por construtoras e bancos, de liberar o recolhimento compulsório das cadernetas de poupança com a finalidade de impulsionar o crédito imobiliário. A liberação geraria volume de recursos estimado em R$ 40 bilhões.

Segundo apurou o Valor, na opinião da equipe econômica não faz sentido afrouxar o crédito no momento em que o BC está promovendo um aperto monetário para controlar a inflação. Haveria, segundo fontes qualificadas, outras formas de funding, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI).

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Em uma tentativa de sensibilizar o governo a liberar os compulsórios, bancos têm alegado que a falta de recursos para financiamento imobiliário poderá provocar a queda da demanda e do preço dos imóveis, com possíveis desdobramentos sobre a saúde do sistema bancário. Simulações feitas pelo BC, entretanto, mostram que o sistema é forte o bastante para absorver eventuais quedas extremas nos preços dos imóveis.

De janeiro a abril, a poupança perdeu, em termos líquidos, R$ 29 bilhões. Os aplicadores estão migrando para outras formas de investimento financeiro, cujos rendimentos aumentaram depois que o BC elevou a taxa básica de juros.

Atualmente, o BC aplica alíquota de compulsório de 20% sobre os saldos da caderneta. Isto faz com que R$ 120 bilhões em recursos captados pelos bancos fiquem retidos. A poupança, por sua vez, é a principal forma de captação para o setor habitacional.

Testes de estresse conduzidos pelo BC concluem que os bancos teriam capital suficiente para suportar uma queda de até 30% nos preços dos imóveis residenciais, como a que ocorreu nos Estados Unidos ao longo de três anos e provocou a crise de 2008. Um primeiro banco só ficaria desenquadrado das exigências regulatórias de capital mínimo se a queda no preço dos imóveis fosse de pelo menos 35%. A situação de insolvência dessa mesma instituição financeira só se configuraria no caso de uma hipotética queda de pelo menos 55% nos preços dos imóveis residenciais.

Uma oscilação tão grande nos preços é um evento raro. O BC publica mensalmente o indicador de preços de imóveis nacional (IVG-R), que apresentou variação real de 1% a 3% nos últimos dois anos.



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