sábado, 26 de abril de 2014

Fannie e Freddie alertam para alta no custo de hipotecas após nova lei

Fannie e Freddie alertam para alta no custo de hipotecas após nova lei

WASHINGTON  -  As gigantes do financiamento imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac expressaram nesta sexta-feira suas preocupações sobre uma proposta de desativá-las, alertando para um possível aumento nos custos de hipoteca, entre outros problemas potenciais para o mercado imobiliário.

As preocupações foram descritas em memorandos nas últimas semanas e entregues ao regulador das duas empresas, pouco antes da votação, em uma comissão do Senado, de um projeto de lei que prevê o encerramento das atividades das duas companhias ligadas ao governo com um período de transição de pelo menos cinco anos. A lei prevê substituir as empresas de hipoteca por um novo sistema, em que empresas privadas poderiam transformar hipotecas em títulos garantidos pelo governo federal.

Fannie e Freddie foram federalizadas em 2008 e não estão autorizados a fazer lobby. Mas o Departamento do Tesouro, que injetou cerca de US$ 188 bilhões nas empresas para mantê-las vivas no auge da crise dos supbprimes, pediu a elas para que forneçam apoio técnico ao projeto do Senado, que tem o apoio da Casa Branca. Os memorandos com os dados solicitados tornaram-se públicos nesta sexta-feira.

As empresas levantaram preocupações sobre os requisitos propostos para capital e do desenho do novo sistema, que segundo as empresas podem levar a custos de financiamento mais elevados para os proprietários de imóveis, especialmente aqueles sem garantias fortes para crédito.

O projeto prevê que as sucessoras de Fannie e Freddie terão de manter um colchão de capital de 10%, o que alguns economistas dizem ser mais do que o dobro daquilo que as empresas precisariam para resistir à crise.

"Não há dúvida de que as taxas de hipoteca aumentariam sob a nova lei por causa do aumentos dos requisitos de capital, para qualquer nova empresa do sistema. A dúvida é quanto aumentaria", informa o memorando da Freddie.

A Freddie estima que as taxas podem aumentar em até 2,2 pontos percentuais para determinados mutuários, enquanto a Fannie prevê alta de 1,4 ponto percentual. A taxa média de hipoteca de 30 anos está em cerca de 4,5%, de acordo com a Mortgage Bankers Association, entidade do setor de hipotecas.

Outra preocupação é que as empresas estariam incumbidas de gerir um "período sem precedentes de transição longa" em que reter e atrair pessoal para gerenciar os cerca de US$ 5 trilhões em garantias de hipotecas ficaria crescentemente difícil. "O risco de perdas de pessoal que minariam a capacidade da empresa de operar é muito real e muito significativo", informa o memorando da Freddie.

(Dow Jones Newswires)

Dow Jones Newswires



Alexandre Assolini
PMKA Advogados

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