domingo, 22 de abril de 2012

Mercado de fundos imobiliários pode triplicar em três anos - Terra

Mercado de fundos imobiliários pode triplicar em três anos 20 de abril de 2012 • 20h17 •  atualizado 20h42

O mercado de fundos imobiliários pode triplicar nos próximos três anos, impulsionado pela queda das taxa de juros, o que pode atrair mais investidores institucionais, e também consolidar a distribuição destes produtos nos bancos de varejo.

"O volume aproximado do mercado, de R$ 25 bilhões em patrimônio líquido, deve triplicar nos próximos três anos", afirma Frederico Paglia, associado da RB Capital, citando dados da consultoria Uqbar. A gestora tem sete fundos listados em bolsa, com de R$ 740 milhões em capital subscrito.

Em 2012, as emissões em análise para registro de oferta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) somam R$ 3,14 bilhões. Nove operações já foram registradas no ano até o momento, todas primárias, em um total de R$ 1,9 bilhão. Em todo o ano de 2011, foram 39 ofertas, que somaram R$ 7,6 bilhões.

O mercado começou a ganhar força em 2008, após a CVM permitir maior flexibilidade dos produtos, que antes só podiam ter participação direta nos empreendimentos imobiliários, e passaram a poder investir em ações de incorporadoras na bolsa ou em certificados de recibos imobiliários (CRIs), por exemplo.

Naquele ano, o número de ofertas registradas na autarquia foi de R$ 560,7 milhões, subindo para R$ 2,8 bilhões no ano seguinte.

"Os fundos imobiliários são a forma moderna de se investir em imóveis e as perspectivas são favoráveis", disse Vitor Bidetti, diretor da Brazilian Mortgages, que tem 27% deste mercado. Segundo ele, no ano passado, houve excesso de demanda em todas as ofertas da instituição, que totalizaram R$ 1,3 bilhão. Para 2012, ele estima que suas novas emissões ultrapassem R$ 2 bilhões.

A isenção no imposto de renda para a aplicação e a tradição do brasileiro de investir em imóveis são fatores que atraem o investidor pessoa física - de acordo com Paglia, da RB Capital.

"Devido ao foco no mercado investidor pessoa fisica, os bancos de varejo alcançaram a crescente demanda por cotas de fundos de investimento imobiliário", diz a Uqbar, em relatório.

Um mercado mais desenvolvido ainda depende da liquidez do mercado secundário. "Este é um dos maiores problemas dos fundos imobiliários", afirmou o consultor de investimentos Bruno Lembi.

Visando a estimular o setor, a CVM prepara novas mudanças na Instrução 472, para permitir a contratação de formador de mercado para as cotas.

"Vai ser mais uma porta de saída para o investidor, já que as cotas dos fundos não são resgatáveis", disse gerente de acompanhamento de fundos estruturados da CVM, Claudio Maes.

Apesar de não haver dados concretos sobre como o formador de mercado poderá aumentar a liquidez dos fundos imobiliários, a autarquia está confiante.

"Temos a experiência de sucesso no mercado de ações. A gente acredita que possa auxiliar na liquidez das cotas do fundos", disse o gerente de aperfeiçoamento de normas da CVM, Antônio Carlos Berwanger. A Instrução está em audiência até 11 de maio.


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