segunda-feira, 9 de abril de 2012

Fundos aquecem demanda e cédula de crédito cresce 51%

DCI - São Paulo/SP - FINANÇAS - 09/04/2012 - 00:00:00

Ernani Fagundes

 

SÃO PAULOO estoque de cédulas de crédito bancário (CCB) cresceu 51% nos últimos doze meses, de acordo com dados do Balcão Organizado de Ativos e Derivativos (Cetip). O volume ...

 

SÃO PAULO - O estoque de cédulas de crédito bancário (CCB) cresceu 51% nos últimos doze meses, de acordo com dados do Balcão Organizado de Ativos e Derivativos (Cetip). O volume em estoque saltou R$ 10,033 bilhões no período, de R$ 19,38 bilhões no início de abril de 2011 para R$ 29,419 bilhões em 4 de abril de 2012.

 

Para o professor de Finanças da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis e Atuariais (Fipecafi), Mário Amigo, a cédula de crédito bancário deve continuar registrando crescimento expressivo ao longo de 2012. "As CCBs ajudam a compor a carteira de fundos de investimentos de crédito privado", explica o professor.

 

 

Em tempos de queda da taxa básica de juros, deter uma parcela de CCBs entre os ativos de fundos multimercados ou de renda fixa de crédito privado é uma das alternativas para melhorar a performance de rendimento.

 

Em geral, as cédulas são títulos de crédito de médias e grandes empresas emitidas em favor de uma instituição financeira, e pagam juros entre 120% e 135% da taxa do certificado de depósito interbancário (CDI). "O papel possui o risco da contraparte, mas há operações em que as instituições financeiras entram com a co-obrigação, minimizando o risco, e consecutivamente, o spread", explica o professor.

 

 

Em outras palavras, a CCB representa promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito. Pode ser emitida por empresa ou pessoa física, tendo uma instituição bancária como contraparte. A remuneração pode ser por taxa pré-fixada, flutuante (DI, Selic), índice de preços e variação cambial.

 

 

Na avaliação do professor, é positivo que as empresas brasileiras possam emitir mais CCBs. "Tem aspectos semelhantes com uma securitização e serve como adiantamento ao caixa das companhias", disse Mário Amigo.

 

 

Por outro lado, se considerarmos que os fundos de investimentos são os principais compradores desses papéis, é importante ressaltar que os gestores estão assumindo mais riscos para entregar resultados de performance aos seus clientes.

 

Cetip

 

Apesar de os CCBs corresponderem a menos de 2% das carteiras de fundos de investimentos, seu crescimento expressivo acompanha a forte captação da indústria de fundos no primeiro trimestre. A Cetip é a principal depositária, e entrega serviços de custódia para esses títulos, fato que deve beneficiar seu crescimento em 2012.

 

Em relatório divulgado pelo Barclays na última quinta-feira, a instituição financeira internacional vê o preço-alvo da ação ordinária de Novo Mercado da Cetip em R$ 35,00 com potencial de valorização de 17% ainda este ano.

 

No documento para investidores estrangeiros, o Barclays relatou a visita dos executivos da Cetip à Europa no final de março. As reuniões no continente europeu destacaram a perspectiva de médio prazo e a estratégia de mercado da companhia brasileira.

 

"Não pensamos que os objetivos da Cetip sejam para desafiar a liquidez existente de contratos na BM&F, mas para desenvolver novos contratos específicos para o futuro", diz o documento.

 

Segundo o relatório, a gestão da Cetip está confiante de sua base diversificada de receitas e a venda de novos dados de mercado deve ajudar a manter o crescimento da companhia acima de 20% em 2012.

 

No ano passado, o lucro líquido da Cetip cresceu 46%, de R$ 253,4 milhões em 2010 para R$ 370 milhões em 2011. Mesmo com o bom resultado, a empresa lida com o pagamento das prestações da compra da GRV, a subsidiária que faz registros de gravames de veículos. Ao final de dezembro do ano passado, a empresa pagou uma prestação de R$ 185 milhões, ainda terá outras duas, uma de R$ 185 milhões para dezembro de 2012 e outra do mesmo valor para 2013, ambas com correção pelo IGP-M mais 2%.

 

Em comunicado recente, a empresa aprovou um aumento de capital de 75 mil ações, elevando o total no mercado para 254.838.489 papéis. Na posição anterior, de 08 de março, a Cetip estava avaliada em R$ 8,28 bilhões, ao preço de R$ 32,50 por ação, com 254.763.489 papéis emitidos. Na cotação de quinta-feira, o valor de mercado é de R$ 7,439 bilhões.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário