sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Fundos imobiliários podem alcançar R$ 100 bi em 5 anos

DCI

 

Ernani Fagundes

25.11.2011

 

São Paulo - O patrimônio dos fundos imobiliários pode alcançar R$ 100 bilhões nos próximos cinco anos. A projeção, não-oficial, foi citada pelo membro do Subcomitê de Fundos Imobiliários da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro de Capitais (Anbima), Alexandre Machado, em palestra realizada ontem.

 

"Atualmente, não representa 1% da indústria de fundos, mas esse potencial poderá atingir 5%, talvez mais", acredita Machado.

 

O principal atrativo dos fundos imobiliários para manter o forte ritmo de expansão continuará sendo a possibilidade de isenção de imposto de renda para pessoas físicas. "O movimento de queda dos juros também estimula bastante essa aplicação. Temos todos os elementos e fatores econômicos para crescer", diz Machado.

 

De acordo com legislação em vigor, para a pessoa física obter a isenção de imposto de renda, ela não deve possuir mais de 10% das cotas por fundo. Mas a isenção vale apenas para o rendimento do fundo, não para a valorização da cota, tributada em 20% somente no momento da venda, quando o investidor sai da aplicação.

 

Machado aponta que o rendimento médio dos fundos imobiliários está em torno de 0,7% ao mês ou 8,4% ao ano; e um pouco menor, em torno de 0,6% ao mês em fundos com ativos como shopping centers. "Nas ofertas primárias, o rendimento proposto está entre 0,75% e 0,95% ao mês", afirma o executivo.

 

De acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 125 fundos imobiliários estão registrados no órgão regulador com patrimônio de R$ 11,9 bilhões em sua carteira. Mas, em valor de mercado, esse patrimônio é maior: os 68 deles que são negociados na Bolsa e em balcão organizado de negócios registraram valorização de 89% ao ano nos últimos 18 meses, avançando de R$ 4,7 bilhões para R$ 11 bilhões.

 

Eles estão distribuídos em 34 fundos listados na BM&FBovespa, com patrimônio de R$ 5,1 bilhões; outros 26 fundos listados no balcão organizado da BM&FBovespa, com patrimônio de R$ 5,8 bilhões, e ainda 8 fundos relacionados na Cetip com valor de mercado de R$ 4,8 bilhões, que inclui o maior deles, o FII Porto Maravilha com R$ 3,5 bilhões.

 

Além de imóveis propriamente ditos, a carteira desses fundos pode ser composta por ações de companhias do setor da construção civil, letras hipotecárias (LHs); letras de crédito imobiliário (LCIs); cotas de fundos de investimentos em participações (FIP); fundos de investimentos imobiliários (FII); fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDCs) do setor; fundos de investimento em ações (FIA) do setor, e certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).

 

Entre as instituições que operam no segmento, a Brazilian Finance Real Estate (BRFE) possui 37% de participação, seguido pelo Credit Suisse Hedging-Griffo com 14%; Rio Bravo Investimentos com 10%; Opportunity com 8%, Caixa com 6% e Outros, 6%.

 

O gerente de renda fixa da Um Investimentos, André Mallet, em entrevista ao DCI, afirmou que o setor de construção civil foi beneficiado por essa série de instrumentos implantados pela CVM, e até substituiu boa parte da emissão de títulos de dívida (debêntures). "O setor da construção civil encontrou maior facilidade de captar recursos com custos mais baixos, expandindo o mercado de CRIs, LCIs, FIIs e securitizando recebíveis", argumentou André Mallet sobre o crescimento do mercado de fundos imobiliários.

 

Ofertas

 

Entre os pedidos de ofertas públicas que estão em análise na CVM para a composição de novos fundos destaca-se o FII BB Renda Corporativa II com R$ 750 milhões, proposto pelo BB Banco de Investimentos.

 

Na sequência, estão os pedidos pelo FII Hotel Belo Horizonte Belvedere de R$ 203 milhões pelo Banco Brascan, e o FII Recebíveis Imobiliários por R$ 150 milhões, por meio da Cibrasec, e o FII Votorantim Securities III, da Votorantim Asset por R$ 150 milhões; o FII BM Brascan Lajes Corporativas com R$ 99,84 milhões pelo Ouroinvest; e o FII Prime Realty II, da RB Capital por R$ 72 milhões.

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