segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Vale o quanto pesa?

Vale o quanto pesa?

No primeiro post do blog fiz uma breve descrição da indústria dos FII: incorporadoras, securitizadoras, instituições financeiras que administram fundos, gestores, distribuidores, investidores, consultores e analistas. Notem que não há nenhuma ong dentre os participantes da indústria. Todos estamos aqui para ter lucro. Inclusive e principalmente o investidor.

Os administradores de fundo tem lucro recebendo a taxa de administração, que é descontada do caixa do fundo, portanto paga por todos os cotistas. No regulamento dos fundos existe um capítulo só para explicar sobre a remuneração do administrador.

Existem várias maneiras diferentes de cobrança. A grande maioria dos fundos cobra um percentual sobre o patrimônio líquido. Algo como 0,50% ao ano. Uns mais outros menos. O tamanho da cobrança deve ser proporcional ao serviço efetivamente prestado. Fundos de gestão passiva, em que o administrador é menos exigido, cobram taxas mais baixas. Já nos fundos em que o administrador tem o trabalho de escolher ativos e os está sempre comprando e vendendo, os fundos de gestão ativa, as taxas são mais caras.

dados vermelhos - percentagem - taxa de juros - Selic

Há casos diferentes, em que se cobra um percentual sobre o valor de mercado do fundo, que é o número total de cotas multiplicado pelo último preço em bolsa, ou um percentual sobre a receita operacional do fundo, seja ela a bruta, líquida ou disponível.

Seja qual for a forma de cálculo da taxa de administração, quase sempre o regulamento prevê também um valor mínimo fixo, em reais.

A forma que tem por base o valor de mercado do fundo me parece a mais interessante, pois coloca o administrador na posição de "parceiro" dos cotistas. O premia quando o fundo vai bem na bolsa e o pune quando as coisas vão mal. Em fundos de renda é de se esperar que o valor de mercado esteja sempre muito próximo do valor patrimonial, mas se os investidores estão otimistas com um fundo o valor de mercado pode superar o patrimonial. Nesse caso os cotistas lucram mais que o esperado e o administrador também recebe um valor proporcionalmente maior pelos seus serviços. Se no cenário adverso, as cotas caem para valor inferior ao do patrimônio do fundo, ao mesmo tempo em que os cotistas amargam prováveis prejuízos o administrador também tem que se contentar em receber menos taxa de administração.

 

Outras cobranças

Além da taxa de administração alguns fundos cobram taxa de gestão e de performance. A primeira é cobrada quando o serviço de escolha e manutenção dos ativos do patrimônio é feito por um terceiro, que é o gestor imobiliário.

A taxa de performance é cobrada por alguns fundos sempre que o resultado ultrapassa um certo parâmetro, chamado de benchmark. Muito comum nos fundos de recebíveis imobiliários e nos fundos de fundos. Por exemplo, se um fundo de fundos valoriza mais do que o IFIX o administrador faz jus também à taxa de performance, por ter conseguido entregar bons resultados aos cotistas.

Por fim outros custos do fundo são repassados aos cotistas e costumam ser cobrados em separado, mesmo após a taxa de administração e das demais taxas, quando houverem, ainda é debitado do fundo os custos com escrituração de cotas, honorários advocatícios, entre outros.

Leia o regulamento do seu fundo, conheça as taxas e os valores cobrados. Se tiver dúvidas entre em contato com o administrador. Lembre-se que bons serviços merecem ser bem remunerados. Procure entender quais são estes serviços e se valem o quanto pesam.


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