domingo, 8 de março de 2015

Volta às origens

Volta às origens - ISTOÉ DINHEIRO

Volta às origens

Dólares, muitos dólares: Emílio Garófalo (à dir.) e Mauro Calil: os executivos a cargo da nova fase do Ourinvest

O Banco Ourinvest, uma discreta instituição financeira paulista, era pouco conhecido do grande público até protagonizar, em 2011, um negócio bilionário com o badalado BTG Pactual. Por R$ 1,2 bilhão, ele vendeu sua operação na área imobiliária, a Brazilian Finance & Real Estate (BFRE), para o grupo do banqueiro André Esteves, que queria reforçar seu braço de varejo, o Banco Pan. Foi o final feliz de uma parceria fechada poucos anos antes entre os sócios Moise Politi, Rodolfo Schwarz, George Meisel e o financista Fábio de Araújo Nogueira, um experiente executivo que comandara as áreas de crédito imobiliário e poupança de bancos como o Citibank e o BankBoston.

Depois da transação, Politi virou sócio do BTG Pactual, Nogueira trabalhou no Pan até o ano passado (hoje é diretor do Canada Pension Plan Investment Board) e o Ourinvest, capitalizado, está de volta às origens. O começo de tudo remonta a 1979, com a abertura de uma fundidora de ouro e, posteriormente, corretora do metal. O Ourinvest foi uma das primeiras instituições financeiras a perceber que o ouro funcionava como proteção para as empresas contra as flutuações do dólar.

No início dos anos 1990, o Ourinvest transformou-se em banco múltiplo e passou a atuar na captação de recursos internacionais. Agora, o mercado de câmbio volta ao centro da estratégia da instituição, com a compra e a venda de moeda corrente para as corretoras e agências de câmbio. "Fornecemos 22 moedas diferentes", diz Emílio Garófalo, ex-diretor do Banco Central (BC) e principal executivo do banco. É nesse nicho que o Ourinvest pretende atuar. Atualmente, os negócios com câmbio representam 47% do faturamento do grupo e a meta é manter esse percentual.

Outro segmento é o da gestão de fortunas. O Ourinvest não concede crédito nem capta recursos dos investidores. Isso permite atuar no aconselhamento financeiro. "Podemos oferecer uma opinião isenta, pois não temos conflitos", diz Mauro Calil, analista financeiro paulista responsável pelas recomendações. Atualmente, o banco tem cinco mil clientes ativos com cerca de R$ 2 bilhões sob administração. A orientação é conservadora. "Nosso primeiro princípio é proteger o patrimônio dos clientes", diz Calil.

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