quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Renner vai investir 27% mais em 2013

 

27/02/2013
Autor: Marina Falcão
Fonte: Valor

Com recursos do próprio caixa, a varejista de vestuário Renner vai destinar R$ 485,6 milhões a abertura de novas lojas, reforma de antigas e melhoria da sua estrutura de distribuição este ano. O montante é 27% superior ao total investido pela companhia no ano passado.

Os planos da varejista são de abrir entre 25 e 30 novas unidades Renner em 2013 – eram 118 lojas com esta bandeira até dezembro. A Camicado, que tem 40, terá mais seis lojas.

A rede Blue Steel, que ainda conta com apenas quatro unidades, ganhará corpo com mais dez lojas. O projeto de moda jovem da Renner terá um novo nome a partir da segunda metade do ano, disse Adalberto Santos, diretor financeiro da Renner.

No quarto trimestre, a Renner teve lucro líquido de R$ 147,8 milhões, alta de 24% em relação a um ano antes. Na mesma comparação, a receita líquida da companhia subiu 21,8%, para quase R$ 1,3 bilhão, puxada por um aumento de 12,4% nas vendas “mesmas lojas”.

Os números, divulgados na noite de ontem, vieram um pouco acima das estimativas do mercado. Antes de juros e dos impostos (Ebit), o lucro líquido da Renner foi de R$ 245,2 milhões, avanço de 32,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

A operação de financiamento aos clientes da varejista também melhorou no trimestre. O resultado avançou 59,7%, para R$ 32,7 milhões. Segundo Santos, as taxas de juros menores para alguns produtos financeiros da Renner, que começaram a vigorar em novembro, foram compensadas pelo aumento no volume de operações.

A Renner teve seu resultado na última linha prejudicado pelo aumento de 313%, para R$ 25 milhões, na despesa financeira líquida. O fenômeno decorreu da queda da receita financeira, puxada pelo recuo dos juros, e também da nova estrutura de capital adotada pela Renner, que ficou mais alavancada após emissões de debêntures. “Há impacto negativo no lucro, mas o retorno para o acionista aumentou [com a nova estrutura de capital], pois há menos capital investido”, disse.

Em 2012, a varejista teve lucro líquido de R$ 355,4 milhões, alta de 5,5% sobre 2011. A receita líquida subiu 19,27%, para R$ 3,86 bilhões, na mesma comparação.

Segundo o executivo, a Renner conseguiu mostrar “consistência” de resultados em um ano difícil para o setor de vestuário. Para Santos, os números da companhia revelaram “resiliência” do modelo do seu negócio.

A Renner ganhou participação de mercado e ampliou a sua rentabilidade operacional em 2012, apesar das adversidades, disse Santos. “Não entregamos grandes surpresas positivas quando o mercado está muito bom, mas também não trazemos surpresas negativas quando está ruim”, afirmou o executivo.

Segundo Santos, o consumidor ainda estava se “desalavancando” na primeira metade do ano e, portanto, teve um comportamento cauteloso em relação às compras. “O ambiente competitivo estava bastante promocional, pois os estoques ainda estavam elevados”, afirmou.

Em paralelo, incentivos ao consumo de outras categorias de produtos, como automóveis e linha branca, desviaram a demanda dos itens de moda, disse Santos.

A situação melhorou no segundo semestre e, no consolidado do ano, a Renner conseguiu ampliar a sua margem bruta de mercadorias em 0,8 ponto percentual em relação a 2011. A margem Ebitda (de mercadorias) avançou 0,2 ponto percentual, feito que outras varejistas do setor, como a Hering, não conseguiram alcançar.

Santos prevê um comportamento mais “estável” da demanda este ano, diferente do que ocorreu no ano passado. O crescimento de vendas “mesmas lojas”, no entanto, poderá desacelerar um pouco devido à base de comparação mais elevada. De acordo com o executivo, o indicador deve crescer a “um dígito médio” ao longo do ano.

Em 2012, as vendas mesmas lojas avançaram 8,8%, contra 7,2% em 2011 e 10,2% em 2010.

 

 

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