quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Copom Reduz Taxa Selic em 0,75 Ponto para 12,25%

 

Copom reduz taxa Selic em 0,75 ponto para 12,25%

Valor Econômico | http://www.valor.com.br/financas/4878362/copom-reduz-taxa-selic-em-075-ponto-para-1225

BRASÍLIA  -  O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu nesta quarta-feira os juros básicos, a Selic, em 0,75 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e deu a sua primeira indicação explícita de que poderá levar a taxa a um dígito nos próximos meses. A decisão foi unânime e ficou alinhada ao consenso de mercado, que esperava uma repetição do ritmo adotado na reunião de janeiro.

O atual ciclo de corte começou em outubro do ano passado, com juro básico saindo de 14,25% ao ano.

Considerando a projeção do mercado de Selic de 9,5% no fim deste ano, e de 9% no fim de 2018, o modelo de projeção do BC aponta inflação de 4,2% em 2017 e de 4,5% no encerramento de 2018. Como a projeção está dentro da meta de 4,5%, as projeções indicam que os juros, em tese, podem cair para percentuais entre 9% e 9,5% deste ano para o próximo.

No comunicado apresentado após a decisão, o colegiado presidido por Ilan Goldfajn afirmou que a extensão do ciclo de corte de juros “dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira”. A taxa estrutural ou taxa neutra seria aquela que gera o máximo de crescimento com inflação dentro da meta.

Essa avaliação sobre a taxa estrutural, que é mais um conceito econômico abstrato do que algo que possa ser medido concretamente, também permeia a discussão sobre a possibilidade de intensificar o ritmo de corte. A possibilidade de redução superior a 0,75 ponto nas próximas reuniões “dependerá da estimativa da extensão do ciclo” e também da evolução da atividade econômica, demais fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação.

O Copom também relacionou a redução da taxa de juro estrutural à aprovação e implementação das reformas. “O comitê destaca a importância da aprovação e implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira para a sustentabilidade da desinflação e para a redução de sua taxa de juros estrutural”, diz o comunicado.

O BC melhorou a avaliação sobre a atividade, apontando que “a evidência sugere uma retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017”. Segundo o BC, os sinais dados pelos indicadores de atividade ainda são mistos, mas compatíveis com a “estabilização da economia no curto prazo”.

Para o BC, o comportamento da inflação permanece favorável e o processo de desinflação é mais difundido, atingindo também componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária (como serviços). O Copom também chama atenção para uma retomada na desinflação dos preços de alimentos, que constitui choque de oferta favorável.

Essa inflação de alimentos está entre os vetores positivos do balanço de riscos para a inflação, pois pode ter efeito sobre outros setores da economia e também sobre as expectativas. Ainda no balanço de risco, o BC aponta que o alto grau de incerteza no cenário externo pode dificultar o processo de desinflação e que a recuperação da economia pode ser mais (ou menos) demorada e gradual do que a antecipada.

Na parte dedicada ao cenário externo, o BC aponta que o quadro ainda é bastante incerto, mas que até o momento a atividade econômica global mais forte e o consequente impacto positivo nos preços de commodities têm mitigado os efeitos sobre a economia brasileira de revisões de política econômica em algumas economias centrais.

 

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