domingo, 23 de junho de 2013

Desaceleração de fundos favorece os títulos imobiliários

Desaceleração de fundos favorece os títulos imobiliários

Profissionais do mercado apontam que o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) é uma das principais tendências de investimento em ascensão para o próximo semestre. A temática foi debatida na terça-feira (18), durante seminário na BM&FBovespa.

Segundo análises, a expansão dos Fundos Imobiliários (FII) ofuscou o CRI nos últimos meses, entretanto, a securitização pulverizada deve ganhar forças até o final do ano devido à demanda dos investidores por alternativas de menor risco. Dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicam que, em 2013, a emissão líquida de Fundos Imobiliários já representa R$ 5,51 bilhões, enquanto, de acordo com a Cetip, o CRI registrou R$ 4,59 bilhões ao longo dos últimos doze meses.

Para a representante da Brazilian Securities, Fernanda Amaral, ainda existe uma resistência ao CRI pulverizado, mas o nível de risco é interessante para o investidor. "A média histórica de inadimplência deste tipo de investimento é baixa, entre 3% e 7%, mas isso ainda não é percebido pelo mercado", explica Amaral. Para a securitizadora isto se justifica porque a renda destes imóveis vem de pessoas que estão "pagando a casa própria, e não querem perder o bem".

A representante da Gaia Securitizadora, Fernanda Mazzonetto, admite que o principal entrave do CRI, no primeiro semestre foi o FII. "Vimos que as empresas analisavam entre fazer securitização ou fundo imobiliário e muitas ficavam com a segunda opção, mas agora diminuiu o boom dos fundos e entendemos que o segundo semestre será melhor para o CRI", afirma Fernanda.

Soraya Lysenko, representante da BNY Mellon no evento, enfatizou que a demanda de securitização tem aumentado gradualmente, mas questões estruturais limitam o mercado nacional e o distingue dos padrões internacionais. "Muitas pessoas não conhecem este tipo de produto e ainda falta mão de obra especializada que colabore para sua expansão. Quanto mais pulverizada for a operação, maior é o controle operacional necessário", afirma Lysenko.

Já o representante do Itaú BBA, Alexandre Teixeira, revelou que ainda existem outras questões tributárias e ausência de benefício fiscal. "Existe uma discussão com órgãos reguladores para a diminuição do valor tributário mínimo, o que incentivaria o mercado do CRI", diz.

Paulo Cirelli, da BM&FBovespa, destacou que o regulador do CRI "ainda é muito conservador", mas assim como benefícios foram concedidos aos FII, a tendência é que o CRI também consiga melhorar as regras com o regulador.

Com informações da Abecip-SP


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