sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Outras formas de financiamento das empresas também crescem

08/01 - 15:11 - Aline Cury Zampieri e Olívia Alonso, iG São Paulo

Além das debêntures (que possuem prazos mais longos), os profissionais do mercado financeiro chamam a atenção para operações de securitização de recebíveis que, segundo eles, vêm crescendo. “Muita empresa tem pedido operações de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)”, afirma José Paulo Rocha, sócio da consultoria Deloitte na área de financiamento corporativo.
Empresas captarão mais e melhor em 2010

Segundo Rocha, por meio dessas modalidades uma companhia pode atrelar sua dívida a ativos próprios. A garantia de um bem real faz com que a empresa possa pagar juros menores no financiamento. “CRIs e FIDCs vêm sendo usados no lugar das debêntures, mas possuem um limite, que são os próprios ativos das companhias”, diz.
Ademiro Viana, assessor técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), acredita que haverá aumento de procura por letras de crédito do agronegócio e certificados de direitos creditórios do agronegócio (CDCA), além dos fundos de recebíveis. “Em 2009, já foram colocados R$ 36 bilhões em letras de crédito do agronegócio e a tendência é de crescimento”, diz. “Também continuam crescendo os CDCAs, que já somaram R$ 2 bilhões este ano.”
Segundo a Anbima, a renda fixa teve 247 operações em 2009, até novembro. Do total, 43 foram debêntures, 51 FIDCs, 67 notas promissórias e 86 CRIs.
Renda variável
A opção de financiamento via lançamento de ações é normalmente mais cara que o empréstimo na renda fixa, mas as empresas continuarão optando por esse meio, segundo os especialistas. Viana, da Febraban, acredita que muitas empresas voltarão a “desengavetar” projetos de IPO (oferta pública inicial de ações).
Rocha, da Deloitte, também acredita no potencial das ações. “Lançar ação é mesmo mais caro, mas apenas teoricamente”, afirma. “O papel não oferece remuneração fixa e embute o risco de o projeto não dar certo, o que não ocorre na renda fixa.” Mas ele acredita que o patamar atual da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), próximo das máximas históricas, faz com que as empresas consigam colocar suas ações por preços mais altos, viabilizando os negócios.
A diferença entre as captações acaba sendo resultado dos próprios planos da empresa. “Normalmente, uma empresa busca debêntures para financiar um projeto específico, como uma fábrica”, afirma. Já as ações são usadas para crescimento em geral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário