quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Imóvel é opção para diversificar a aposentadoria


Investimento pode ser feito em ativo físico ou em produtos financeiros
Yolanda Fordelone, do Economia & Negócios  
Estadão, quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010 8:11


SÃO PAULO - Não é de hoje que o investimento em imóveis está entre os preferidos dos brasileiros. A novidade é que, no ambiente em que as pessoas se preocupam cada vez mais com a renda depois da aposentadoria, o segmento imobiliário surge como opção para a poupança de longo prazo.

Especialistas indicam o segmento como uma alternativa para aumentar a renda na terceira idade. Ou seja, não se recomenda que todo o dinheiro seja imobilizado em um imóvel. "A vantagem não está na rentabilidade, pois as taxas de aluguel raramente batem os melhores produtos de renda fixa e previdência. É inegável, porém, o benefício da diversificação proporcionada por uma pequena carteira de imóveis", avalia o consultor Gustavo Cerbasi.

"No caso de uma crise, o pior efeito é a perda do inquilino, não do patrimônio, enquanto alguns produtos financeiros, quando mal escolhidos, podem trazer até perdas totais." Atualmente, o aluguel mensal equivale a cerca de 0,5% do valor do imóvel. "Quando o retorno atinge 1%, está super bem alugado", diz o economista Francis Brode Hesse.

Em termos de valorização, a história tem mostrado que os imóveis também são boa opção. Nos últimos três anos, enquanto o preço dos imóveis avançou 85%, o Ibovespa subiu 47,8%. 

Em geral, imóveis pequenos, como salas comerciais e apartamentos de dois dormitórios, são os mais indicados, pois têm três características: oferecem retornos mais atrativos, têm muita procura – não ficam desocupados por muito tempo – e se encaixam na estratégia de diversificação da carteira (por causa do valor).

"A porcentagem de retorno tende a se reduzir em imóveis de valor elevado", diz o economista Marcos Silvestre. "Para fins de aposentadoria, os imóveis pequenos são mais interessantes, pois permitem redução do custo de vacância", completa Cerbasi.

O principal risco quando se pensa em imóveis é a liquidez, mas até isso pode se tornar uma vantagem no caso da aposentadoria. "Nessa época, o aposentado precisa de um fluxo de caixa periódico. Não é muito bom que esteja líquido porque pode sofrer assédio de familiares e amigos", pondera Silvestre.

Alternativa

Ainda assim, quem teme ficar sem liquidez pode optar pelos produtos financeiros atrelados aos imóveis. "Fundos imobiliários negociados em bolsa de valores permitem que, com um pequeno valor, o investidor consiga aplicar num conjunto de imóveis", diz o professor da Fipecafi Luís Eduardo Afonso.

Nessa aplicação, por cotas que custam a partir de R$ 1 mil, o investidor recebe mensalmente o rendimento do aluguel proporcional ao número de cotas que possui. "A vantagem é que fundos imobiliários envolvem grandes imóveis, em que a inadimplência tende a ser menor", diz o sócio do escritório PMKA Advogados Juliano Cornacchia.

"Com uma quantia pequena, compra-se um pedaço de um grande imóvel", acrescenta. Outro benefício é a isenção de Imposto de Renda para as pessoas físicas.

Quem fizer a opção por um imóvel físico deve saber que algumas questões devem ser observadas. Entre elas, as despesas de condomínios e impostos. "Geralmente, elas são de responsabilidade de do locatário. Mas, se ele deixa de pagar, o imóvel será onerado. Quem sairá perdendo é o proprietário", aponta Cornacchia. A recomendação é de que esses custos sejam acrescidos ao valor do aluguel, mas pagos pelo próprio dono do imóvel.

"Despesas extraordinárias, como a ampliação da infraestrutura do condomínio, também são de responsabilidade do proprietário", explica o advogado.

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