quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Meirelles: Limite de Compra de Imóvel com FGTS Subirá a R$ 1,5 Milhão

Meirelles: limite de compra de imóvel com FGTS subirá a R$ 1,5 milhão

Valor Econômico | http://www.valor.com.br/brasil/4871344/meirelles-limite-de-compra-de-imovel-com-fgts-subira-r-15-milhao

SÃO PAULO  -  O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse na noite desta quarta-feira que o governo vai elevar o limite para a compra de casa própria com recursos do FGTS para R$ 1,5 milhão.

Em novembro de 2016, o governo havia elevado o limite de 750 mil para 950 mil reais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal, e de 650 mil para 800 mil nos demais Estados.

Meirelles deu a declaração em entrevista à GloboNews, a partir das 23h30.

“Essa medida vai beneficiar muito a classe média”, afirmou Meirelles, sem citar um prazo para a ampliação do limite.

Meirelles lembrou que o governo anunciou na terça-feira a liberação das contas inativas do FGTS, que estavam inacessíveis para uso dos titulares de contas pelo regulamento que rege o FGTS. A medida deve injetar cerca de R$ 30 bilhões na economia

Meirelles também abordou a questão dos juros elevados no Brasil e afirmou que o governo trabalha no aprimoramento das regras de alienação fiduciária, mecanismo que permite ao emprestador tomar bens de quem pega empréstimo de forma mais rápida e barata.

Segundo Meirelles, facilitar a tomada de bens ajuda a baixar os juros porque reduz o risco das operações para quem empresta. “Mexer nesse mecanismo ajudará não só na compra de imóveis, mas também para a tomada de empréstimos pelas empresas”, afirmou o ministro.

Meirelles também respondeu a perguntas sobre o ajuste fiscal defendido pelo governo como algo que “os brasileiros vão entender”.

Segundo o ministro, a população está pensando em emprego, inflação e renda, e o ajuste fiscal é parte do processo para melhorar essas variáveis.

Ele afirmou que o desemprego, que hoje atinge cerca de 14 milhões de brasileiros, deve começar a cair já no segundo semestre de 2017. “Entraremos em 2018 com queda no desemprego. Será perceptível para a população”, disse.

O ministro afirmou que o termo ajuste fiscal não significa “tirar do bolso das pessoas”, mas sim trabalhar por um governo eficiente. “A população quer governos eficientes, menores, que funcionem e façam o essencial”.

Sobre a reforma da Previdência, Meirelles defendeu o projeto afirmando que, hoje, as pessoas que ganham menos já se aposentam com 65 anos porque são vítimas da informalidade e não conseguem acumular 35 anos de contribuição. “Para quem ganha mais, de fato vai mudar. Terá de trabalhar mais”, concordou o ministro.

Meirelles também abordou o projeto que está no Congresso sobre terceirização. “Um dos grandes problemas do Brasil é a complexidade das leis trabalhistas. O projeto tem de ser aprovado da forma ampliada, mais flexível, para o Brasil crescer”, afirmou ele, dando a entender que apoia a ideia da terceirização inclusive da atividade-fim das empresas, o que os sindicatos condenam.

Quando questionado sobre a possibilidade de o governo não cumprir a meta de superávit primário de 2017 por uma eventual frustração de receitas, Meirelles disse ser “prematuro” falar em frustração.

“Sabemos que a receita cai mais quando o PIB cai, e sobe mais quando o PIB sobe. E nós temos a expectativa de crescer em 2017. Por isso é prematuro falar em como ficarão as receitas”, disse.

Para Meirelles, ao fim de 2017, o Brasil terá crescido 2% sobre o fim de 2016.

Sobre inflação, Meirelles disse que defende a ideia da revisão da meta, hoje em 4,5% ao ano, mas que é preciso acompanhar os preços para se tomar uma decisão sobre isso. “A revisão da meta de inflação deve ser discutida na reunião do CMN [Conselho Monetário Nacional] de junho, mas teremos de ver como estará a inflação na época”, completou.

 

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