quinta-feira, 24 de julho de 2014

Financiamento imobiliário cresce 7% no semestre, mas cai em junho

Financiamento imobiliário cresce 7% no semestre, mas cai em junho

Ao fundo, zona norte de São Paulo vista a partir da região da Pompeia. (Foto: Ardilhes Moreira/G1)Imóveis em São Paulo (Foto: Ardilhes Moreira/G1)

Os financiamentos imobiliários concedidos no país no 1º semestre somaram R$ 53,1 bilhões no 1º semestre, um aumento de 7% na comparação com os primeiros 6 meses do ano passado, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (24) pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O crescimento ficou bem abaixo do avanço de 34% registrado no 1º semestre de 2013.

O menor ritmo de alta foi afetado, principalmente, pelo resultado de junho. No mês passado, o crédito imobiliário somou R$ 9 bilhões, uma queda de 19% ante junho de 2013, quando o desembolso foi de R$ 11,2 bilhões. Segundo a Abecip, é a primeira queda mensal, na comparação anual, desde setembro de 2012, quando o volume de crédito imobiliário concedido recuou 6%. Na comparação com maio, o resultado do mês passado caiu 7%.

A Abecip atribui a queda em junho ao menor número de dias de trabalho em razão dos feriados e da Copa do Mundo. "Apesar do menor número de dias úteis, junho mostrou o segundo melhor resultado para o mês na história", destacou o relatório.

"O país praticamente parou em junho. Se tivéssemos mantido o mesmo desempenho de junho de 2013, fecharíamos o semestre com alta de mais de 11%", disse o presidente da Abecip, Octavio de Lazari Junior.

Para o ano, a associação manteve a previsão de alta de 15% sobre o recorde registrado em 2013, quando os empréstimos concedidos somaram R$ 109,2 bilhões, um crescimento de 32% ante 2012.

Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip: "O país praticamente parou em junho" (Foto: Darlan Alvarenga/G1)

Unidades financiadas
Foram financiadas, em junho, a aquisição e a construção de 42,4 mil imóveis, uma queda de 8% em relação a maio e 20% na comparação com junho de 2013.

Entre janeiro e junho deste ano, foram financiados 256,1 mil imóveis, número 4,6% maior do que em igual período de 2013 (244,8 mil).

O levantamento leva em conta os empréstimos contratados para aquisição e construção de imóveis, com recursos das cadernetas de poupança no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Endividamento
No 1° semestre de 2014, a captação líquida da caderneta de poupança ficou positiva em R$ 8,3 bilhões, um recuo significativo em relação aos R$ 20 bilhões do mesmo período de 2013.

A Abecip destacou, entretanto, que apesar da alta da taxa básica de juros (Selic) e do menor ritmo da economia, o saldo dos depósitos de poupança no SBPE continua crescendo, o que garante a continuidade do crescimento do financiamento do crédito imobiliário no país.
No fechamento de junho, o saldo dos depósitos de poupança no SBPE superou R$ 490 bilhões, uma alta de 17% ante junho de 2013.

A inadimplência fechou o 1º semestre estável e em um nível considerado baixo. Em junho, em 1,8% dos contratos estavam com mais de 3 prestações em atraso. "O endividamento das famílias não está crescendo no Brasil", afirmou Lazari Junior. "O setor está crescendo de forma consistente e não há porque ter preocupações."

Imóveis usados
A paralisação do mercado de venda de imóveis usados no mês de junho foi o que mais pesou no resultado do semestre, segundo a Abecip. Os financiamentos para este tipo de segmento, que representa 60% do mercado de crédito imobiliário brasileiro para aquisição, somaram R$ 22,8 bilhões no semestre, uma queda de 0,07% sobre os 6 primeiros meses de 2013.

Já os empréstimos para aquisição de imóvel novo somaram R$ 15,5 bilhões, uma alta de 25% sobre 2013.

O presidente da Abecip afirma que, historicamente, o crédito para estes segmentos sempre cresceram no mesmo ritmo, mas que em junho houve um deslocamento. No acumulado até o mês de maio, os empréstimos para a compra de imóvel usado ainda somavam alta de 30% sobre 2013.

"A venda de imóvel usado tem um peso muito relevante e junho foi um mês que ninguém saiu para comprar nada. Já as construtoras, como têm necessidade de fazer caixa, não pararam", explicou o executivo.

A Abecip aposta numa retomada da procura por imóveis usados. "Acreditamos que o 2º semestre será melhor e irá tirar a sazonalidade [variação conforme a época do ano] que tivemos no mês de junho", afirmou Lazari Junior.

Para o ano, a associação manteve a previsão de R$ 125,6 bilhões, ou alta de 15% sobre o recorde registrado em 2013, quando os empréstimos concedidos somaram R$ 109,2 bilhões.
"Um crescimento de 15% não é absurdo, nos parece factível, uma vez que as pessoas continuam empregadas, há estoque e os preços não se descolaram e não estão subindo muito mais", acrescenta.

Segundo o balanço da Abecip, o volume de empréstimo cresceu 7% no semestre sobre 2013 ao passo que o número de imóveis financiados subiu 4,6%, o que aponta para uma pequena alta nos preços das unidades negociadas.

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